SEM PAGAMENTO

De braços cruzados, 120 rodoviários exigem salários

Paralisação foi realizada por trabalhadores das empresas São Benedito e Planeta; salários estão em atraso há dois meses; alguns bairros foram prejudicados por falta de ônibus

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Rodoviários se uniram e não trabalharam, em protesto por salários
Rodoviários se uniram e não trabalharam, em protesto por salários (rodoviários)

Em bairros como Cidade Operária, Jardim Tropical e Parque Araçagi, dentre outros, usuários do transporte público foram surpreendidos pela interrupção do serviço na manhã de ontem (9). Segundo a categoria, a paralisação se deu por causa do atraso no pagamento salarial e benefícios, que desde novembro não são repassados aos trabalhadores. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), o serviço será normalizado mediante quitação dos vencimentos em atraso.

Cerca de 120 funcionários, entre cobradores e motoristas de ônibus, das empresas São Benedito e Planeta reuniram-se nas proximidades da garagem, no Recanto dos Vinhais, em protesto pelo atraso salarial – que há dois meses não são repassados aos trabalhadores – e da segunda parcela do 13º, tíquete alimentação e suspensão de plano de saúde e odontológico, que, durante o período, acumulam dívidas e insatisfações, como destacou o motorista Fábio Rocha, funcionário da empresa São Benedito há quatro anos.

“Aqui tem muito pai de família que depende só desse emprego. Então, a gente não tem mais condições de vir trabalhar sem receber. A gente veio acreditando, até hoje, que a empresa se respaldaria e faria o pagamento dos nossos salários, que é só o que a gente pede, nada mais que justo. Saio todo dia de casa para trabalhar, quem eu devo, não vai acreditar que estou sem receber. Dois meses não são dois dias”, lamentou o funcionário.

O presidente do Sttrema ressaltou que os atrasos são recorrentes. “Nos últimos dois anos, eles passaram a acontecer com mais frequência. A justificativa dada pelos empresários é de que, devido à crise, estavam tendo dificuldades em manter os pagamentos”, frisou. Segundo ele, desde a noite de terça-feira (8) os órgãos competentes foram informados sobre a situação, mas nenhuma medida foi tomada. “Nós avisamos à MOB [Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos] e à SMTT [Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes] e estamos aguardando alguma posição”.

Para os funcionários, a situação é preocupante, principalmente para quem aderiu à paralisação. “A gente acabou deixando passar esses dois meses por medo de reivindicar e acabar perdendo o emprego, mas não tinha mais como suportar. Tenho colegas que chegavam a chorar na garagem porque não sabia mais o que fazer. É muito difícil”, explicou Rocha,

Até o início da tarde de ontem, os empresários não se manifestaram sobre a paralisação. Em nota, o Sttrema informou que, de acordo com a SMTT, as linhas atendidas pela empresa Planeta, dentro do sistema de transportes de São Luís por meio do Consórcio Upaon-Açu, já voltaram a operar com outros ônibus.

BAIRROS AFETADOS

As empresas São Benedito e Planeta atuam nos perímetros urbano e semiurbano da capital nas linhas: Cidade Operária, Janaína, Santa Clara, Residencial Nestor, Cidade Olímpica, Uema, Jardim Tropical, Socorrão II, Parque Sabiá, Jardim América e Alonso Costa (Parque Araçagi).

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