Manifestação

Cerca de 25 bairros de São Luís ficam sem ônibus na sexta (27)

Motoristas e cobradores da empresa 1001 Expresso não realizaram suas rotas por atraso no pagamento de salários e tíquete-alimentação; trabalhadores estão decididos a manter a paralisação até que o pagamento dos salários sejam regularizados

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Os motoristas da empresa 1001 decidiram parar na sexta-feira ( 28) em protesto pelo atraso de salários
Os motoristas da empresa 1001 decidiram parar na sexta-feira ( 28) em protesto pelo atraso de salários (Douglas Pinto)

SÃO LUÍS - Cerca de 25 bairros de São Luís amanheceram na sexta-feira (28) sem ônibus. Cerca de 1.400 motoristas e cobradores da empresa 1001 Expresso, localizada na Estrada de Ribamar, Forquilha, cruzaram os braços e não fizeram suas rotas.

Segundo um dos motoristas da empresa, que preferiu não se identificar, os salários estão atrasados e o pagamento do tíquete-alimentação também não foi efetuado. “Uma primeira parcela do salário deveria ter sido paga desde o dia 20 de dezembro, mas até agora nada. Os empresários não entendem que nós temos compromissos, pessoas a pagar, sempre nos deixando nessa situação vulnerável”, desabafou. Questionado sobre a paralisação, o motorista disse que foi uma decisão da categoria não sair em rota, sem aviso prévio, e que a decisão havia sido tomada sem nenhuma ligação com o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema).

Mais de 500 motoristas e cobradores passaram toda a tarde de sexta ( 28) nos arredores da empresa, esperando por alguma decisão. Em dado momento, um rumor surgiu de que o pagamento da folha seria efetuada. Uma cobradora da linha Parque Vitória mostrou um extrato de sua conta, retirado em um caixa eletrônico próximo à empresa. “Tá vendo? Apenas R$ 40,00. Isso é uma falta de respeito conosco”, disse a mulher, que também não quis se identificar.

Os motoristas contaram, ainda, que um representante da gerência da empresa, com o nome de Rogério, havia alegado que o atraso no pagamento ocorreu por conta do pagamento de gastos extras feitos neste mês. Procurados pelo O Estado, nenhum membro da gerência quis conceder entrevista.

O presidente do Sttrema, Isaías Castelo Branco, esteve no local dando suporte jurídico aos profissionais. “Apesar da decisão de início da greve não ter partido do sindicato, devemos estar presentes para fazer essa mediação entre classe e empresários”, explicou.

Decisão da Justiça

Em entrevista a Rádio Mirante AM, o secretário Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Canindé Barros, contou sobre o pedido do órgão enviado a Justiça. “Solicitamos que, pelo menos, 60% da frota retornasse até o final do dia. Caso o pagamento ainda não seja efetuado, que parte da frota retorne neste sábado ( 29)”, informou.

O fato foi comunicado à Procuradoria-Geral do Município pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), que ainda nas primeiras horas do dia providenciou as medidas judiciais cabíveis. Segundo a decisão, a oferta dos serviços deve ocorrer imediatamente ao recebimento do comunicado da decisão aos requeridos.

A Justiça do Trabalho considerou ainda que a paralisação se constitui em situação de extrema gravidade "uma vez que o Consócio Via SL detém uma frota de 180 ônibus", respondendo pelo transporte de mais de 100 mil passageiros por dia. Diante da situação de caos e subtração de direitos e garantias constitucionais, o Poder Judiciário Federal decidiu intervir no movimento grevista, considerando que as medidas necessárias para restabelecer diretos da coletividade.

Posicionamento final

No final da sexta-feira (27), a Sttrema informou, por meio de nota, que não houve acordo entre os trabalhadores e os representantes do Grupo 1001. Os funcionários decidiram voltar pra suas casas e caso os salários em atraso não sejam efetuados, a greve permanecerá hoje (29).

Cerca de 25 linhas que atendem o sistema de transporte público de São Luís ficaram sem rodar na sexta-feira (28). O sindicato ainda esclarece que apoia toda e qualquer decisão dos trabalhadores do Grupo 1001, que estão sendo seriamente prejudicados pelo atraso no pagamento de salários e que a decisão é pela manutenção do movimento.

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