O ano novo ainda nem chegou, mas em São Luís os blocos de pré-Carnaval começaram a todo vapor. Para a alegria de muitos foliões, algumas concentrações já foram realizadas em dezembro, mês caracterizado pelo Natal e pelas festas da virada de ano. Porém, a segurança para a execução dos blocos tornou-se uma incógnita.

O último dia 16 foi marcado pelo início dos blocos, com a concentração de um dos que possui maior abrangência entre o público jovem da capital, o Só Safad@s. Caracterizado pelo respeito à diversidade e cores, a primeira prévia para o Carnaval 2019 foi marcada por tumulto e pouca segurança no local, que não conseguiu dar conta de todos os 14 mil foliões presentes.

Em nota, o bloco ressalta a responsabilidade da organização em fazer esse trabalho com respeito e ordem desde 2009.
Rafaelle Fróes, jornalista que estava presente no bloco, conta que passou por um grande problema junto aos amigos, que tentavam se divertir na atração. “Dois caras colocaram a mão no bolso de um amigo. Quando ele percebeu que estavam tentando furtá-lo, se afastou, e os dois caras vieram para cima dele e o empurraram. Uma roda se abriu para uma confusão, mas apenas saímos de lá, desesperados de medo”, disse. Segundo ela, o espaço estava lotado, impossibilitando a ida de qualquer policial dentro da multidão.

O Estado entrou em contato com outros blocos de rua para saber sobre a segurança pública durante o período pré-carnavalesco. Gutemberg Bogéa, do Bloco da Bicicletinha, falou sobre todas as necessidades prévias para realização de um evento desse porte. “São muitos documentos que devem ser enviados a todos os órgãos que tomam conta da região, envolvendo segurança, limpeza, cultura e trânsito”, diz. Questionado sobre o efetivo de policiais em um “dia normal” de pré-Carnaval, o organizador disse que são necessários cerca de 40 profissionais da segurança para a ordem no local ser mantida. Contudo, nem sempre esse é o efetivo enviado.

Na Madre Deus, um dos polos de maior força no Carnaval de São Luís, Goreth Costa, presidente do Bloco C. de Asa, e Silverio Júnior “Boscoto”, do Bloco Máquina de Descascar’alho, contam que há um pedido que deve ser realizado aos órgãos competentes, mas nem sempre isso acontece. “Estamos falando do Carnaval mais antigo da cidade. As autoridades sabem que essa área precisa de reforço durante esse período, mesmo sem nenhuma operação de segurança em andamento. O pré-Carnaval é uma festa enorme e que necessita de mais atenção”, afirma Silverio.

O subcomandante geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel Pedro Ribeiro, contou para O Estado sobre como o planejamento de segurança é feito. “Não há nenhum cálculo que vá nos dizer o número de policiais exato que deverá fazer a segurança de determinado número de pessoas. Isso varia de região para região e qual a natureza do evento”, diz.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão (SSP/MA), o aparato de segurança para o pré-Carnaval está sendo consolidado e em breve as informações sobre os circuitos oficiais e blocos de rua serão disponibilizadas.

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