Ataque

Funai pede reforço após ataque a base indígena no Amazonas

Homens armados atacaram a base e ainda trocaram tiros com policiais que participavam de uma operação de rotina na região

Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Brasília - A Fundação Nacional do Índio (Funai) pediu reforço da Polícia Militar do Amazonas e do Exército depois que homens armados atacaram uma base de proteção a índios isolados da Terra Indígena Vale do Javari, no oeste do estado do Amazonas, próximo à fronteira com o Peru.

Em nota divulgada ontem (24), a Funai confirmou que na madrugada do último sábado (22) homens não identificados alvejaram um flutuante da fundação e trocaram tiros com policiais militares que participavam de uma operação de rotina para coibir a ação ilegal de caçadores, pescadores.

A reportagem não conseguiu contato com representantes da PM e do Exército. A Funai destacou que o ataque “colocou em risco indígenas, servidores e policiais”.

A base instalada na confluência dos rios Ituí e Itacoai é uma das três existentes na Terra Indígena Vale do Javari. Localizada em uma região acessível apenas por via fluvial ou aérea, a reserva indígena de mais de 8,5 milhões de hectares (cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial) abrigava a cerca de 7 mil índios, em 2010.

De acordo com a Funai, a terra indígena concentra o maior número de povos indígenas isolados da região. Ou seja, de grupos que, por vontade própria, evitam o contato ou tem pouca interação com as comunidades não-indígenas circundantes. Embora devam garantir o direito destes índios a seus territórios e protegê-lo da ação de invasores, a Funai e o Estado brasileiro procuram só estabelecer contato quando a sobrevivências destes grupos estejam severamente ameaçada.

Ao menos 17 diferentes grupos de índios isolados já foram registrados no interior da terra indígena – o que, se confirmado, corresponderia à maior concentração de grupos isolados em uma mesma reserva. Além destes, vivem na área, indivíduos das etnias Marubo, Kulina, Kanamari, Mayrouna e dos grupos Korubos e Tsohom Dyapá, ambos de recente contato.

Em seu site, a Funai explica que o isolamento pode ser uma opção coletiva adotada por alguns grupos indígenas que, no passado, sofreram com os impactos negativos decorrentes do contato com não-índios, como doenças típicas de populações urbana.

Em junho deste ano, representantes de 27 povos indígenas e de organizações indigenistas do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela participaram do II Encontro Internacional Olhares sobre as Políticas de Proteção aos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato. l

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