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Mais de 1.600 pessoas foram vítimas do trânsito no Maranhão

Relatório da Cervejaria Ambev e Falconi, que trata dos números de 2005 a 2016, mostra que os motociclistas foram as principais vítimas; apesar disso, cenário mostra melhora: total de óbitos caiu 3% na comparação anual

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Mortes no trânsito
Mortes no trânsito

Em 2016, 1.679 pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito no Maranhão. A maior parte era de motociclistas (64%), seguidos por motoristas (14%) e pedestres (13%). Os números regionais mostram, no entanto, que o cenário vem melhorando: de 2015 para 2016, o número absoluto de fatalidades caiu 3%. Atualmente, o índice de mortos por 100 mil habitantes está em 24,1, acima da média nacional.

Com um dos trânsitos mais violentos do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil deu um passo importante e registrou o menor índice de óbitos nas vias brasileiras em 12 anos. No último levantamento, a taxa foi de 18,4 por 100 mil habitantes.

Em 2005, o índice de mortalidade no trânsito foi de 19,7, e, em 2012, atingiu seu auge, com 23,5. Apesar dessa melhora, o país ainda está longe de poder comemorar: foram registrados mais de 38 mil óbitos decorrentes de acidentes de trânsito em 2016. Os dados constam da quinta edição do relatório “Retrato da Segurança Viária”, desenvolvido pela Cervejaria Ambev, em parceria com a consultoria de gestão Falconi, com o objetivo de auxiliar a elaboração de políticas efetivas de combate aos acidentes de trânsito.

Ao longo desses cinco anos, o “Retrato de Segurança Viária” se consolidou como a principal fonte de informações sobre segurança viária no Brasil. O ano de 2018 foi marcado por importantes avanços, como a parceria inédita com o Ministério das Cidades e o Instituto Tellus para replicar o modelo para o restante do Brasil, melhorando a gestão da segurança viária e contribuindo para a implementação do Pnatrans - Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito.

Acidentes
A Cervejaria Ambev entende que o consumo de bebidas alcoólicas, associado à direção, é um fator de risco importante para acidentes. Por isso, a segurança viária está entre suas principais bandeiras. Além de promover campanhas de conscientização pelo consumo inteligente de seus produtos, a cervejaria liderou a criação de uma coalizão com agentes privados, públicos e do terceiro setor para melhorar a gestão da segurança viária no Brasil.

Gráfico que mostra o perfil das vítimas de acidente de trânsito
Gráfico que mostra o perfil das vítimas de acidente de trânsito



“Nós sabemos que o cenário ainda é crítico, mas vem mostrando melhora. Desenvolvemos o Retrato de Segurança Viária para auxiliar o poder público a desenvolver projetos e medidas que contribuam com a redução dessas mortes, oferecendo as informações necessárias para a identificação dos pontos críticos que precisam ser trabalhados. Sabemos que o consumo de bebidas alcoólicas associado à direção é um fator de risco para acidentes, e assumimos nossa responsabilidade para reverter esse quadro”, explica Andrea Matsui, gerente de sustentabilidade da Cervejaria Ambev.

Assim como no ano anterior, em 2016 todas as regiões do país registraram redução nos óbitos por acidentes de trânsito, tanto em valores absolutos como relativos. Porém, o crescimento do número de feridos é alarmante. Desde 2008, esse índice aumentou em 104,7%. 208.615 pessoas foram envolvidas em acidentes não fatais.

O impacto econômico também é bastante expressivo: em 2016, gastou-se no Brasil cerca de R$ 18,9 bilhões com óbitos e feridos no trânsito. Somente os óbitos custaram R$ 10,5 bilhões, enquanto os feridos drenaram R$ 8,4 bilhões em recursos públicos. O levantamento revela um fenômeno preocupante: entre 2005 e 2016 o gasto com feridos cresce a um ritmo muito superior ao do gasto com óbitos. Enquanto em 2005 os feridos custavam cerca de metade do valor dos óbitos, em 2016 a diferença caiu para 20%.

O levantamento apresenta um panorama completo sobre a situação viária nacional, com as informações mais atualizadas disponíveis, obtidas por meio do cruzamento único de dados da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), da Confederação do Transporte (CNT), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). A íntegra do documento está disponível em https://joom.ag/sm8a.

Óbitos por região
A região Sudeste obteve a maior redução nos últimos 5 anos. Foram 12.423 mortes no trânsito em 2016, 24,1% menos que em 2011, quando ocorreram 16.374 óbitos. A região teve, também, o menor índice de óbitos por 100 mil habitantes (14,4). Na região Sul, o número de mortes caiu cerca de 19% no mesmo período. O índice por 100 mil habitantes na região, que já foi o segundo pior, agora está em terceiro lugar (20,5). O índice de óbitos por 100 mil habitantes do Centro-Oeste brasileiro equivale ao da África do Sul (25,1), um dos piores do mundo. Em números absolutos, houve uma queda de 11,4% em relação a 2011. Em proporção à população, o avanço foi mais notável: verificou-se uma diminuição de 19,5% no índice por 100 mil habitantes.

Histórico de óbitos
Histórico de óbitos


A região Norte, segunda menos populosa do Brasil, teve o menor número absoluto de óbitos no trânsito. A diminuição no número de mortes, porém, foi de apenas 0,6% nos últimos 5 anos. Um desempenho abaixo na média nacional também foi observado no Nordeste, cujo número de óbitos passou de 12.409 para 12.125, uma redução de apenas 2,3% no período.

Chama a atenção que oito capitais estaduais concentram 12% dos óbitos em acidentes de trânsito no Brasil. Entretanto, com exceção do Rio de Janeiro, que apresentou forte alta de 23% na comparação anual, todas as demais registraram queda. Em São Paulo, o número de óbitos caiu 12% no período, saindo do patamar de quatro dígitos. Outras capitais que registraram redução significativa foram Fortaleza (-12%) e Recife (-6%). Brasília (-1%), Goiânia (6%), Teresina (-2%) e Belo Horizonte
(-5%) completam a lista.

SAIBA MAIS

Perfil de maior risco - Motociclistas
Com exceção do Sul e Sudeste, os motociclistas lideram as estatísticas de óbitos em todas as regiões do país. Tais mortes, que em 2015 correspondiam a 39% do total, saltaram para 41%. Em números absolutos, 12.086 motociclistas morreram em 2016, um aumento de 101,6% nos últimos 12 anos. No mesmo período, a frota de motos teve um salto de 210%. A vida de apenas 41 deles foi poupada em comparação com 2015. As duas regiões citadas acima também são as únicas em que a proporção de acidentes fatais com motos não cresceu na comparação anual.
“É com informações confiáveis que conseguiremos endereçar o problema diretamente. Temos um exemplo bem-sucedido de coleta e cruzamento inteligente de dados no Distrito Federal, que ajudou na implantação de bolsões de motociclistas e a identificar o potencial de acidentes antes mesmo que acontecessem.”, explica Daniel Oliveira, sócio da Falconi. “Sabemos que, apesar do avanço, o cenário brasileiro relativo a segurança no trânsito ainda está longe do ideal. A Falconi tem trabalhado este tema há alguns anos, em parceria com a Ambev, e percebeu que uma das principais dificuldades para a gestão da segurança no trânsito deve-se a ausência de informações confiáveis. Alguns estados têm feito um bom trabalho, mas ainda temos um bom espaço para melhorar.”
Entre os principais fatores de risco estão: dirigir sob o efeito de álcool, excesso de velocidade, não usar capacete (motociclistas e ciclistas), não usar o cinto de segurança e não usar as cadeirinhas para crianças. Segundo a ONU, a chave para a redução da mortalidade no trânsito é garantir que os países participantes atuem, sobretudo, no combate a essas cinco situações.

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