AEDES AEGYPTI

São Luís é o 4º município do país em doenças causadas pelo zika vírus

Dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, no Boletim Epidemiológico; foram registrados 8,1 casos a cada 100 mil habitantes na capital, apesar de ter havido queda na incidência, risco de contaminação ainda preocupa população

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
8,1 casos de zika a cada 100 mil habitantes, em São Luís, este ano
8,1 casos de zika a cada 100 mil habitantes, em São Luís, este ano (aedes aegypti)

Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde apontam que São Luís ocupa a 4ª colocação entre os municípios com maior incidência de prováveis casos de doenças agudas relacionadas ao vírus da zika em 2018. Conforme o levantamento, incidência de viroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti reduziram-se cerca de 60% no Maranhão em relação ao ano anterior, no entanto, risco de infecção ainda amedronta população.

De acordo com o boletim, a capital maranhense registrou incidência de 8,1 casos de zika a cada 100 mil habitantes, sendo 88 casos prováveis. Para quem já foi contagiado pelo vírus, os dados são preocupantes. A artesã Claudecy Lucena sofreu as consequências da doença por aproximadamente dois anos e teme ser novamente infectada.

“Desde que tive zika, uma série de outros problemas de saúde apareceram, mas os mais difíceis foram as dores articulares, que me impediram de trabalhar e deixaram sequelas com que convivo até hoje. Fui diagnosticada com diversos problemas na articulação, principalmente nos pés e nos braços e não sei como seria lidar novamente com essa doença, por isso sempre busco manter tudo limpo, eliminando qualquer foco de água parada em casa”, contou a artesã.

Redução
Os dados demonstram que em 2017 a incidência de dengue, chukungunya e zika no Maranhão foi de 194,8 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2018, até o início de novembro, este número foi de 77,4 casos, desses, 28 relacionados à dengue, 8,8 à chikungunya e 1,9 à zika.

Ainda conforme o boletim, houve redução de aproximadamente 29% nos casos confirmados de dengue grave, passando de 51 em 2017, para 36 em 2018. Os registros de óbitos também apresentou redução nos casos relacionados à dengue, caindo de quatro, em 2017, para dois, até o início de novembro. Já a chikungunya, que no ano anterior não registrou nenhuma ligação com óbitos, foi a causa de uma morte no estado em 2018, além de um caso que está sob investigação.

Em entrevista a O Estado, o secretário adjunto de Política da Atenção Primária e Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marcelo Rosa, informou que a SES, em parceria com outros órgãos estaduais e municipais, vêm adotando várias medidas no combate ao mosquito.

“Realizamos ações educativas e também de redução de criadouros. Conseguimos reduzir o número de lixões em vários municípios, com apoio da Secretaria de Infraestrutura, reduzimos também os depósitos de lixo em oficinas mecânicas e borracharias juntamente aos municípios, reduzindo o número de criadouros, além de ações educativas nas escolas, para que as crianças ajudem nos cuidados de suas casas, já que 80% dos criadouros estão em residências”, ressaltou Marcelo Rosa.

No que se refere ao tratamento das doenças relacionadas aos vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, o secretário adjunto afirmou que treinamentos são realizados periodicamente com o intuito de melhor preparar as equipes de saúde que lidam diretamente com a população.

“Há cerca de um mês nós fizemos capacitação de médicos especificadamente sobre as essas patologias, para que as equipes saibam identificar e agir imediatamente em casos graves para que não haja avanço para óbitos por falta de atendimento ou por atendimento mal qualificado, além de treinamentos com as equipes de estratégica e saúde da família, junto aos municípios. Também criamos um sistema de suporte e apoio às crianças e famílias com microcefalia, causada pelo vírus da zica”, apontou.

Para questionar as medidas que vêm sendo tomadas em São Luís em relação à alta incidência de casos agudos causados pelo vírus da zika, O Estado manteve contato, A Prefeitura de São Luís, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Diferença entre as patologias
A dengue é, sem dúvidas, a doença mais grave quando comparada à chikungunya e à zika. Ela causa febre, dores no corpo, dores de cabeça e nos olhos, falta de ar, manchas na pele e indisposição. Em casos mais graves, a dengue pode provocar hemorragias, que, por sua vez, podem ocasionar óbito.

A chikungunya também causa febre e dores no corpo, mas as dores concentram-se principalmente nas articulações. Na dengue, as dores são predominantemente musculares. Alguns sintomas da chikungunya duram em torno de duas semanas; todavia, as dores articulares podem permanecer por vários meses. Casos de morte são muito raros, mas a doença, em virtude da persistência da dor, afeta bastante a qualidade de vida do paciente.

Por fim, há a febre zika, que é a doença que causa os sintomas mais leves. Pacientes com essa enfermidade apresentam febre mais baixa que a da dengue e chikungunya, olhos avermelhados e coceira característica. Em virtude desses sintomas, muitas vezes a doença é confundida com alergia. Normalmente a zika não causa morte, e os sintomas não duram mais que sete dias. Vale frisar, no entanto, que a febre zika relaciona-se com uma síndrome neurológica que causa paralisia, a Síndrome de Guillain-Barré, e também com casos de microcefalia.

O tratamento da dengue, chikungunya e zika é praticamente o mesmo, uma vez que não existem medicamentos específicos para nenhuma dessas enfermidades. Recomenda-se que o paciente, nos três casos, permaneça em repouso e beba bastante líquido. Alguns medicamentos são indicados para dor, mas não se deve fazer uso de remédios que contenham ácido acetilsalicílico, pois eles podem desencadear hemorragias.

O que a população deve fazer para combater o mosquito Aedes aegypti?

A principal ação que a população tem é se informar, conscientizar e evitar água parada em qualquer local em que ela possa se acumular, em qualquer época do ano.

Saiba quais são as medidas essenciais de prevenção e combate ao Aedes aegypti são:

A principal ação que a população deve fazer é se informar, se conscientizar e evitar água parada em qualquer local em que ela possa se acumular, em qualquer época do ano.
Saiba quais são as medidas essenciais de prevenção e combate ao Aedes aegypti:
- Manter tampados tonéis, caixas e barris de água;
- Lavar semanalmente com água e sabão tanques utilizados para armazenar água;
- Manter caixas d’agua bem fechadas;
- Remover galhos e folhas de calhas;
- Não deixar água acumulada sobre a laje;
- Encher pratinhos de vasos com areia ate a borda ou lavá-los uma vez por semana;
- Trocar água dos vasos e plantas aquáticas uma vez por semana;
- Colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas;
- Fechar bem os sacos de lixo e não deixar ao alcance de animais;
- Manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo;
- Acondicionar pneus em locais cobertos;
- Fazer sempre manutenção de piscinas;
- Tampar ralos;
- Colocar areia nos cacos de vidro de muros ou cimento;
- Não deixar água acumulada em folhas secas e tampinhas de garrafas;
- Vasos sanitários externos devem ser tampados e verificados semanalmente;
- Limpar sempre a bandeja do ar-condicionado;
- Lonas para cobrir materiais de construção devem estar sempre bem esticadas para não acumular água;
- Catar sacos plásticos e lixo do quintal.

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