ENEM 2018

25,8% dos candidatos faltaram ao Enem no Maranhão

Uma das táticas para a redução foi a exigência de mais dados dos solicitantes à isenção do valor da taxa - público que custa mais gastos e gera mais desperdícios

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
No segundo dia de provas do Enem, no domingo (11), candidatos se esforçaram para não se atrasar
No segundo dia de provas do Enem, no domingo (11), candidatos se esforçaram para não se atrasar (Enem)

O número de candidatos ausentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em todo o estado do Maranhão, chegou a 25,8% no segundo dia de aplicação de provas, que ocorreu no último domingo (11). A quantidade de faltosos no “Enem de exatas” foi 3,9% maior do que no primeiro dia do exame, aplicado no domingo (4), que teve 21,9% de faltosos. Das 216.758 inscrições efetuadas no estado, 160 mil candidatos, em média, se fizeram presentes neste domingo, e cumpriram o cronograma de provas.

Dos candidatos que tiveram o pedido de isenção da taxa de inscrição (R$ 82,00) deferido, não compareceram ao exame e não justificaram a ausência, só poderão realizar a inscrição na edição do Enem de 2019 se, no mesmo prazo em que abrirem as inscrições, fizerem a justificativa, caso contrário, não poderão participar do exame por meio da isenção, tendo, portanto, que desembolsar o valor vigente e cobrado pela inscrição no próximo ano.

O balanço dos gastos, desperdícios com faltantes e outros prejuízos ainda não foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), mas medidas como a justificativa do candidato que se isentou da taxa de inscrição e não esteve presente para a realização da prova, é uma das principais sanções penais ao candidato, uma das mudanças iniciadas desde 2016.

Neste mesmo ano, para conter o desperdício do dinheiro público - onde cabe a obrigatoriedade da justificativa para quem deseja continuar tentando uma vaga sem pagar o valor da taxa - foi realizado um estudo que revelou prejuízos aos cofres de R$ 1 bilhão com participantes isentos faltantes, entre 2013 e 2017. Especula-se que, para o balanço da edição deste ano, os desperdícios com estes candidatos também tenham sido bilionários, haja vista que, em todo o país, 29,2% faltaram ao exame, isto é, dos mais de 5 milhões de candidatos inscritos, somente 3.903.068 realizaram as provas nos dois domingos, 4 e 11.

Contudo, em entrevista realizada logo após a finalização das provas em todo o país, a presidente do Inep, Maria Inês Fini, afirmou que, devido ao menor número de ausentes desde de 2009, o resultado do exame de 2018 reflete positivamente nos cofres públicos, que saturou valores excessivos em edições anteriores. “Esperávamos essa maior presença [de candidatos], afinal, desde 2016 estamos implementando ações para reduzir o número de ausentes e o gasto desnecessário do dinheiro público”.

Um dos maiores e mais exigentes gastos para o MEC durante o período de provas do Enem é, de acordo com o próprio órgão, junto ao Inep - idealizador do exame -, a isenção dos valores das taxas do exame que, pertinente à necessidade de se reduzir tais gastos, implementou o processo de justificativa aos faltantes isentos, que precisam passar por um processo de análise do perfil mais rígido. Em decorrência de tais modificações, dos mais de 2 milhões ausentes no Enem 2017, apenas 84% estavam isentos e apenas 4.345 (0,2%) conseguiram justificar a ausência e garantir a isenção também em 2018.

“Passamos a exigir mais dados dos participantes que solicitavam isenção, depois anunciamos a justificativa de ausência. Em 2018 concretizamos todo esse movimento com a criação de um período específico para solicitação de isenção da taxa de inscrição e para essa justificativa”, explicou a presidente do Inep.

SAIBA MAIS

No dia 18 de janeiro de 2019, quando será divulgado o resultado do Enem 2018, será possível saber a nota dos candidatos que fizeram a prova. O gabarito oficial será divulgado amanhã, 14.

As notas obtidas no Enem poderão ser usadas pelos candidatos em um sistema do governo federal, o Sisu, que é a principal forma de acesso para vagas na rede pública de ensino superior. As notas também são aceitas em 27 instituições de Portugal. Para o Ministério da Educação (MEC), é a segunda maior prova do tipo no mundo, só perdendo para a prova de admissão ao ensino superior da China, com 9 milhões de candidatos.
As notas do Enem também poderão ser utilizadas para concorrer as bolsas (integrais ou parciais) do Prouni, e para o Fies, o financiamento de até 100% das mensalidades em universidades privadas, além de outras oportunidades.

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