Economia ambulante

Food trucks: história e atualidade do lanche rápido e saboroso

Iniciada no fim do século XIX, essa forma de negócio ganha, a cada dia, novos adeptos e uma roupagem mais jovem e atraente; setor sofre a falta de incentivos

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

[e-s001]Levar comida ao público, de uma maneira barata e itinerante, sempre foi um desafio das sociedades em todo o mundo. No corre-corre diário, os food trucks - considerados cozinhas móveis, de dimensões pequenas que transportam e vendem alimentos - são a escolha mais viável, atualmente, para quem quer ser um trabalhador autônomo e conduzir o próprio negócio. No mercado ludovicense, o setor vive um dilema: é respaldado por bom gerenciamento técnico, mas ainda sofre com a ausência, na prática, de políticas públicas, com base no texto regulamentar.

De acordo com o exemplar “Food Truck, modelo de negócio e sua regulamentação, de 2015”, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os primeiros “foods” - que na verdade não continham ainda essa denominação, são datados da segunda metade do século XIX, ainda em 1866, quando no Texas (estado norte-americano), um homem chamado Charles Goodnight transportava - por meio de carrinhos - alimentos e outros utensílios para colaboradores que, nas áreas de produção pecuária dos Estados Unidos, cuidavam do deslocamento do gado (os chamados “tocadores de rebanho”).

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Por causa da infraestrutura - que muitas vezes apresentava estradas ruins e de péssima qualidade - era mais rápido e cômodo conduzir os alimentos em carrinhos. Como ainda, na época, não havia refrigeração, os carrinhos antigos e que originaram os foods, eram uma maneira de apresentar mais rápido os alimentos para os homens.

A utilidade comercial dos carrinhos precursores dos foods surgiu anos mais tarde, ainda no século XIX, quando na cidade norte-americana de Providence surgiram carrinhos que ofereciam - por seus donos - tortas e sanduíches. Um desses homens que iniciou o negócio por rodas, era Walter Scott, um empresário que viu na venda de alimentos uma boa oportunidade de negócio.

O chamado “boom” dos foods no mundo ocorreu no início da década de 2000, com estruturas que ainda ofereciam produtos considerados de “baixa qualidade”. A partir da crise econômica mundial, impulsionada pela recessão da economia norte-americana, muitos estabelecimentos do gênero alimentício começaram a fechar as portas. Sem condições e com a capacitação técnica necessária, os donos destes locais migraram para as ruas e avenidas, oferecendo o que havia de melhor na comida do país em carrinhos. Foi o momento em que a alta gastronomia passou do requinte dos restaurantes para o dia a dia do cidadão.

De 2009 aos tempos atuais, em todo o mundo, os foods impulsionaram não somente a economia das sociedades em que são vistas, como ainda ditou novas influências nas políticas de turismo, já que a oferta de pratos típicos e divulgação dos foods passou a ser, em diversas cidades, atração para os visitantes. Institutos técnicos responsáveis pela capacitação dos responsáveis por esses empreendimentos também tiveram que se adaptar aos novos tempos.

No Brasil
Dados do Sebrae apontam que os trabalhadores do ramo dos foods no Brasil formam atualmente 2% da população. Dentre os foods móveis mais vistos, estão os trucks, os triciclos, os traileres, as kombis estilizadas (esta última utilizando um modelo de veículo que estava caindo em desuso), as food bikes, vans, os carts, entre outros.

Segundo cálculos de fontes do mercado, para começar a investir no setor, é necessário ter inicialmente R$ 20 mil, para a compra de equipamentos e capacitação técnica. Várias empresas do setor bancário possibilitam a concessão de crédito para a disponibilização do montante e, desta forma, possibilitar o começo do negócio.

[e-s001]Em alguns casos, o valor inicial do negócio pode chegar a R$ 200 mil, dependendo da complexidade do serviço e/ou produto. Além da capacitação técnica, para começar a empreender, é necessária ainda a liberação para o uso e concessão do espaço público emitida pela Blitz Urbana, órgão municipal. É fundamental ainda a liberação da Vigilância Sanitária, que atesta a boa qualidade da comida ofertada. Em geral, é pago pelo investidor um valor aproximado de R$ 750,00 por ano para a autorização do espaço público, que normalmente é determinado pelo poder público.

Procurada, a Prefeitura de São Luís não informou o número atual de concessões para o uso do espaço público pelos foods. Recentemente, a Câmara Municipal de São Luís aprovou um projeto de regulamentação do serviço na capital. Entre outras regras, o texto prevê, por exemplo, medidas padrão para a fabricação da estrutura móvel e restrições na fixação do food. Segundo a legislação, não é permitida a possível a instalação dessas estruturas ao lado de repartições públicas e instituições de ensino.

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