Transporte público

Rodoviários farão paralisação de advertência hoje em dois horários

Coletivos param das 4h às 7h e das 15h às 18h; Sindicato já recebeu notificação da Justiça determinando que 70% da frota circule nos dias de greve, para não causar transtornos maiores

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Paralisação e greve devem gerar transtornos para usuários de ônibus
Paralisação e greve devem gerar transtornos para usuários de ônibus (ônibus)

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (SET) alegou ontem ainda não ter sido notificado acerca da paralisação de advertência anunciada na quarta-feira (24), pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema), após assembleia geral da categoria. Hoje, coletivos param em dois turnos, das 4h às 7h e das 15h às 18h. Na segunda-feira (29), será iniciada a greve de rodoviários, conforme decidido na assembleia.
“Não recebemos nenhum comunicado oficial, referente à paralisação e à greve dos rodoviários de São Luís. Estamos aguardando, mas até agora nada. O sindicato fez uma proposta de negociação há um tempo, porém não aceitaram a nossa contraproposta”, explicou Luís Cláudio Siqueira, superintendente do SET, a O Estado.

No Sttrema, a informação é de que não há necessidade de comunicar da paralisação ao sindicato patronal. “Não informamos sobre a paralisação de advertência e não vamos comunicar, pois não é necessário. Hoje, vamos notificar o SET em relação à greve, que começa segunda-feira, dia 29. Adianto que já fomos acionados pela Justiça, que determinou que 70% da frota circule nos dias de greve, para não causar danos maiores a população. Vamos respeitar”, disparou Isaías Castelo Branco, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.

Decisão
Na última quarta-feira, dia 24, em assembleia geral realizada em dois turnos, rodoviários decidiram pela paralisação do sistema de transporte de passageiros nesta sexta-feira (26), nos horários de pico, de 4h às 7h e 15h às 18h. Segunda-feira, dia 29, será iniciada greve.

Rodoviários decidiram radicalizar ações depois de extensas e negociações com o sindicato patronal por aumento de salários e benefícios. Eles solicitaram aumento de 12% em seus salários, a inclusão de um dependente no plano de saúde e aumento no valor do tíquete-alimentação.

Sem condições de atender à solicitação, o Sindicato das Empresas de Transportes de São Luís (SET) a encaminhou à Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), reguladora das tarifas de coletivos da Ilha, junto com a explanação de como ficaria a situação dos empresários, caso atendessem essas solicitações, uma vez que alegam não poderem arcar com o aumento.

Com o impasse, a possibilidade de aumento de passagens começa a ser debatido. “Não posso afirmar que o aumento da passagem será a melhor alternativa, porque cada consórcio tem uma realidade de gastos. Mas há a possibilidade de um aumento. Há consórcios que precisam fazer manutenção constantes dos ônibus, porque a área que trafegam está esburacada, o que causa danos aos veículos frequentemente. Há regiões onde é intensa a quantidade de passageiros que possuem gratuidade. Cada caso deve ser analisado”, afirmou Luís Cláudio Siqueira, superintendente do SET.“A proposta que eles [os empresários] têm para a classe é, apenas, de retirada dos direitos reivindicados pelos trabalhadores, e isso se resume em retrocesso. A greve só será suspensa caso os empresários atendam à categoria. Se não, vai ficar por tempo indeterminado”, finalizou o presidente do Sttrema, Isaías Castelo Branco.

O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís e a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) para obter um posicionamento sobre um possível reajuste no valor das passagens, mas até o fechamento desta página não houve respostas.

SAIBA MAIS

Em 2017, os rodoviários chegaram a anunciar greve por não terem suas reivindicações salariais atendidas. Eles pediam 14% de aumento, e as negociações passaram a ser discutidas com intermediação do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT). As tarifas de ônibus tiveram aumento em 22 de janeiro deste ano, depois de várias ameças de paralisação de rodoviários que estavam recebendo seus salários com atraso. Os empresários haviam feito a solicitação de aumento tarifário desde o segundo semestre do ano anterior. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes informou que apenas atendeu à regra do contrato de concessão do serviço. O aumento anterior de tarifas havia acontecido em 2016.

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