Espetáculo

Os cantos de Sousândrade no palco do Centro Cultural Vale Maranhão

Espetáculo teatral “O Guesa Errante – Canto Terra”, inspirado na mais famosa obra do poeta maranhense, será apresentado hoje, manhã e nos dias 30 e 31 de outubro, às 19h, no Centro de Cultura Vale do Maranhão, na Praia Grande

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Espetáculo é livre inspirado na obra de Sousândrade
Espetáculo é livre inspirado na obra de Sousândrade (Cena do espetáculo "Guesa Errante - Canto Terra")

SÃO LUÍS - Com direção de Vinícius Viana e duração de 50 minutos, será apresentado hoje, amanhã e nos dias 30 e 31 de outubro, às 19h, no Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM), na Praia Grande, o espetáculo “O Guesa Errante – Canto Terra”, peça do Núcleo de Criações CAÉ e contemplada com o edital “Ocupa 2018”, do CCVM. No elenco, estão Ana Raquel Fárias, Daniel Monteiro, Heidy Ataides, Hudson Bianckinni, Idalina Morais, Victor Mendes e Vinícius Viana.

A peça é uma livre adaptação do livro “O Guesa Errante”, do escritor e poeta maranhense Joaquim Manuel de Sousa Andrade, mais conhecido por Sousândrade, que viveu no final do século XIX e início do XX. Ele é considerado por muitos estudiosos como o precursor da poesia moderna no Brasil. “O Guesa Errante – Canto Terra” aborda 6 dos 13 cantos do livro de Sousândrade, cantos que se espelham na natureza e nos rituais dos povos indígenas: Incas, amazônicos e os Timbiras Maranhenses, contados na saga. Para alguns pesquisadores, “O Guesa Errante” é uma ópera.

O diretor e também ator do espetáculo, Vinícius Viana, atualmente mestrando em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina, conta que a inspiração para o espetáculo começou em 2003, quando a escola de samba Favela do Samba levou para a avenida enredo com o tema “De Sousândrade e louco - Todos nós temos um pouco, mais genial e errante, só o Guesa”. Naquele ano, a agremiação sagrou-se campeã.

Pesquisa
Segundo Vinícius, o enredo ficou marcado em sua mente. No trabalho de conclusão de curso de Teatro da Universidade Federal do Maranhão, ele e o elenco do Núcleo aprofundaram a pesquisa sobre a obra de Sousândrade e em seus processos criativos desenvolveram a dramaturgia e o roteiro de apresentação. A pré-estreia aconteceu para uma plateia selecionada, sendo apresentada nas ruínas do Sítio do Físico.

“E a peça foi bastante elogiada, até porque o cenário também contribuiu para isso. A interpretação dessa obra é uma coisa inédita, embora alguns já tenham tentado. Até porque é uma obra complexa, pois Sousândrade viajou em uma filosofia e poesia densas. Fizemos um trabalho para que o público possa apreciar e ter as suas próprias reflexões dentro dessa narrativa”, disse, informando que a produção do espetáculo envolve 8 pessoas no total.

O “Guesa Errante”, escrito entre 1858-1888, é considerada a principal obra de Sousândrade. Além dela, destacam-se “Harpas Selvagens” (1857), “Harpa de Ouro” (1888/1889) e “Novo Éden” (1893). Sousândrade era filho de comerciantes de algodão, estudou em Paris e trabalhou em Nova York. Em 1877, ele mesmo escreveu: “Ouvi dizer já por duas vezes que o “Guesa Errante” será lido 50 anos depois; entristeci - decepção de quem escreve 50 anos antes”.

Ele faleceu em 1902. Até hoje, sua obra é muito pouco conhecida e muito valorizada por seletos apreciadores de literatura e poesia. Os poetas e irmãos Augusto e Haroldo de Campos publicaram “Revisão a Sousândrade”, em 1960. Para os irmãos Campos, Sousândrade foi o precursor da poesia moderna no Brasil. No final de sua vida, Sousândrade foi considerado louco, foi abandonado pela família, e aos 69 anos morreu sozinho e miserável, em São Luís.

Serviço

O quê

Espetáculo teatral “O Guesa Errante – Canto Terra”

Quando

Hoje, amanhã e nos dias 30 e 31

Onde

Centro Cultural Vale Maranhão

Entrada franca

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.