Balsas abandonadas após obra no rio Mearim comprometem pesca
Embarcações foram utilizadas durante a construção de uma ponte ferroviária sobre o rio Mearim, concluída em 2016, em contrato com a Vale; elas permanecem no local
Abandonadas após uma obra contratada pela Vale, seis balsas à deriva estão causando riscos de tragédias no rio Mearim, em Arari, e comprometem a pesca de famílias ribeirinhas e pescadores locais. As embarcações foram utilizadas durante a construção de uma ponte ferroviária sobre o rio, concluída em 2016, como parte da obra de duplicação da Ferrovia Carajás.
Mais afetados, proprietários de embarcações do povoado Arraial, em Arari, temem pelo seu patrimônio e por suas vidas, pois as balsas, depois que se desprenderam dos pontos onde estavam paradas, passaram a se deslocar pelo rio, causando estragos por onde passam. Por causa do comprimento, de cerca de 80 metros, e da largura das balsas, os donos de barcos, a maioria pescadores, não têm como segurá-las, o que aumenta o perigo de colisões.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Arari, a empreiteira Novus, contratada pela Vale para a execução da obra, fez a contratação das balsas durante a construção de ponte sobre o rio Mearim na Comunidade de Ararial (Arari/Vitória do Mearim). As balsas estavam presas por cabos, mas com o tempo se romperam. Três dessas embarcações se encontram atracadas às margens do rio e outra encalhou nas proximidades do Igarapé do Nema, o qual é muito usado para a pesca e o translado para o rio por dezenas de pescadores.
A pasta municipal também informou que a Vale foi contactada diversas vezes, mas não houve posicionamento da mineradora. A Secretaria de Meio Ambiente de Arari afirma está providenciando medidas administrativas e judiciais contra a Vale, para reparar os danos.
Por outro lado, a Vale informou que as balsas pertencem a empresas que prestaram serviço à contratada Novus, responsável pelas obras de construção da ponte ferroviária sobre o rio Mearim. Considerando a situação de abandono dos equipamentos e o pedido de apoio das comunidades, a Vale tem adotado medidas voltadas a manter as balsas presas e atuado junto às autoridades competentes e às empresas responsáveis para que sejam removidas definitivamente. Por fim, afirmou que já notificou as empresas proprietárias, das quais aguarda a apresentação de plano de ação para resolução da questão.
Agravamento
Moradores alertam que a situação só se agrava a cada dia na entrada do Igarapé do Nema, de grande importância para o município. O curso d’água foi comprometido pela balsa encalhada, pois a água que entra e sai, em um processo natural, agora está com seu volume acima do normal, o que representa risco de mortandade para os peixes que se reproduzem nesse trecho do rio. No referido ponto, já é possível ver o avanço do mururu, planta típica da região, diminuindo o espaço para respiração dos cardumes.
Na tentativa de remover essa balsa da entrada do Igarapé do Nema, uma operação foi realizada para a desobstrução. Uma retroescavadeira foi usada com a finalidade de retirar a embarcação e descongestionar o curso d’água, mas não houve êxito.
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