Perda da memória

Coleções de cerâmicas, adereços e mapas se perderam em incêndio

Parte das peças doadas pelo pesquisador Raimundo Lopes, natural de Viana, foi perdida no incêndio no Museu Nacional, ocorrido no início do mês passado

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Registros de estearias do Rio Turi, doados por Raimundo Lopes ao Museu Nacional
Registros de estearias do Rio Turi, doados por Raimundo Lopes ao Museu Nacional
Sambaquis encontrados em sítios arqueológicos do Maranhão, doados por Raimundo Lopes ao Museu Nacional
Sambaquis encontrados em sítios arqueológicos do Maranhão, doados por Raimundo Lopes ao Museu Nacional

Populações indígenas

Os tupi-guaranis
Após as populações viventes nas estearias, há os chamados tupi-guaranis (antecessores dos tupis históricos), cujos vestígios foram encontrados na Ilha de São Luís, a partir da descoberta de um conjunto de vasilhas cerâmicas decoradas com “minuciosa” elaboração técnica. Além de exímios fabricantes de artefatos, os tupiguaranis também desenvolveram o plantio de culturas como a mandioca, milho, amendoim, dentre outras. De acordo com o exemplar “Arqueologia do Maranhão”, compondo os chamados tupiguaranis haviam os protoguaranis – que desceram até a Bacia do Rio Paraná e os prototupis, que se deslocaram para a foz do Rio Amazonas e desceram ao longo do litoral. Outra característica dos tupiguaranis, além do aspecto nômade e facilidade de deslocamento deste grupo era a capacidade de produção de canoas, feitas com matérias-primas locais. Além da cultura de alimentos, os tupiguaranis desenvolveram na Ilha a manufatura de objetos cerâmicos de formas, decorações e funções diversas. Nestes produtos, segundo “Arqueologia do Maranhão”, pintavam vasilhas com dimensões diversas e os decoravam com desenhos feitos em sua maioria com linhas pretas e vermelhas sob um fundo branco.

[e-s001]Os tupinambás
Em meados do século XVII, quando surgiram os primeiros colonizadores no território maranhense, houve a descoberta de grande população de nativos que povoavam, à época, grande parte do território. Os franceses, em especial, conforme relato por historiadores, encontraram contingentes de populações conhecidas como tupimanbás. Estas, segundo pesquisas dos professores Deusdédit Leite Filho e Eliane Gaspar, se estabeleceram na ilha de Upaon-Açu (São Luís) e nas regiões de Tapuitapera (Alcântara) e Cumã (conhecidas como Guimarães e Cururupu). Somente na capital, São Luís, foram registradas na época 27 aldeias, com 12 mil pessoas no total que, assim como as populações mais antigas que viveram no território maranhense, praticavam hábitos da horticultura, caça e pesca. Falar destas populações é também frisar em hábitos que, no contato com os estrangeiros, eram considerados inusitados. A começar, pelo fato de andar nus. Depois, pelos seus hábitos ritualísticos e de sobrevivência. Alguns pesquisadores do tema relatam que boa parte destas populações praticava o chamado “canibalismo”. Além disso, vários deles também pintavam seus corpos com símbolos e escritos que remetiam a temas, como fertilidade, por exemplo.

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