SAÚDE

Doenças respiratórias são comuns durante período de estiagem

Médico otorrinolaringologista alerta sobre possíveis problemas relacionados à poeira e quais são eles; doenças das vias aéreas são mais registradas no período

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
As vias aéreas são as mais afetadas pela estiagem, baixa umidade e muita poeira registrada neste período
As vias aéreas são as mais afetadas pela estiagem, baixa umidade e muita poeira registrada neste período (doenças respiratórias)

“O primeiro contato que o indivíduo humano tem com o mundo ao nascer, antes de mantê-lo por meio da pele e dos olhos, é com o ar, por meio da respiração”. Com essa afirmação, o médico especialista em otorrinolaringologia da Hapvida Saúde André do Lago chama atenção para os problemas que as pessoas podem ter e os cuidados que se deve tomar quanto à poeira, ainda mais presente durante o período de estiagem, entre os meses de junho e novembro.

O mês de outubro é, entretanto, ainda tido como um período de intensa seca para a Região Nordeste, que já arrasta aridez desde o mês de agosto – considerado fervoroso. Nesta época do ano, de severa estiagem, baixa umidade e, consequentemente, muita poeira, é co­mum hospitais, pronto-socorros e unidades de atendimento registrarem um fluxo maior de pessoas com queixas relacionadas a problemas respiratórios. Ou seja, as vias aéreas são as mais afetadas.

Espirros frequentes, nariz entupido, coceira nasal e nos olhos – que também são vítimas da poeira –, até o expelimento de catarro, de cor clara, são os sintomas mais característicos de que o ar que se respira está tomado pelo agente agressor, isto é, a tão temida poeira. “É muito comum pacientes procurarem o médico com queixas alérgicas e com sintomas característicos de uma rinite. Assim, com esse período de estiagem, em que há o aumento da poeira e pólen das árvores e flores, o paciente que já é alérgico tem um agravamento do quadro. Já os pacientes que desenvolvem os sintomas nesta época do ano e em tal circunstância é diagnosticado com rinite sazonal”, destacou o otorrinolaringologista. “É muito comum, também, caso o paciente tenha um problema alérgico, que ele fique com os olhos inchados, vermelhos, ou seja, queixas oculares”.

Outro problema relacionado à poeira atinge aqueles que têm o costume de respirar pela boca – paciente mais específico. “A boca não é o órgão ideal para o ser humano respirar. A cavidade oral não proporciona o mesmo rótulo do nariz, o de umidificar, reter partículas, gerar purificação do ar, aquecimen­to, isto é, processos que não são possíveis ao se respirar pela boca, quer seja durante o dia ou à noite”, ressaltou Lago. “Essa forma errônea de se respirar ocasiona o ressecamento da cavidade oral e permite que a entrada de bactérias e vírus da própria mucosa adentrem ao organismo e gere um processo infeccioso”. O paciente que respira via cavidade oral está mais propício às infecções.

Um alerta para todos
O médico otorrinolaringologista afirmou que não existe um público específico e mais sujeito aos problemas e infecções por meio da respiração e inalação da poeira. “A rinite sazonal é muito comum neste período, ou seja, trata-se de uma alergia muito comum neste período do ano, e os pacientes que procuram por atendimento são de idades variáveis, entre crianças e adultos. Não há uma incidência maior em um determinado grupo”.

FIQUE POR DENTRO

Cuidados
O médico orienta que aos primeiros sinais desagradáveis e que possam indicar uma rinite sazonal, o ideal é “procurar um otorrino para avaliar e tratar o problema, mesmo que seja passageiro, sempre reforçando que a rinite é uma doença crônica, uma alergia que vem acompanhada dos períodos de melhora e piora” do quadro. Ainda segundo o otorrinolaringologista André do Lago, deve-se evitar o “fator deflagrador”, ou seja, evitar aquilo que causa os sintomas da rinite alérgica (sazonal ou perene), preservando uma “higiene adequada e evitando cortinas, capetes e ursos de pelúcia, no caso das crianças, e todos os objetos que podem acumular poeira”.

Dicas
O médico recomenda sempre estar junto do otorrinolaringologista, alergista ou pediatra (para as crianças): “uma interação fundamental para tratar o problema”. Para tratar os sintomas, é necessário fazer uso de antialérgicos orais e corticosteroides.

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