Reportagem da revista IstoÉ, que está nas bancas, traz uma ampla reportagem sobre a influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha do candidato do PT a presidente, Fernando Haddad. A IstoÉ revela que, mesmo preso, Lula teria montado um QG de campanha em que atua em favor de Haddad, articulando com lideranças, sobretudo no Nordeste.
Na mesma reportagem revela-se que o deputado federal maranhense Weverton Rocha, do PDT, foi aliciado por R$ 6 milhões para trocar o apoio ao candidato do seu partido, Ciro Gomes (CE), pelo petista Fernando Haddad. O dinheiro, segundo IstoÉ, foi encaminhado pelo notório deputado Valdemar da Costa Neto, cassado e condenado por envolvimento na Lava Jato.
A operação, ainda de acordo com a revista, foi articulada de dentro da cadeia, em Curitiba, e envolveu o deputado José Guimarães (PT-CE), que teve um assessor preso com dólares na cueca, e o o ex-ministro Maurício Quintella, considerado como operador de Valdemar da Costa Neto, além do também ex-ministro Gilberto Carvalho.
IstoÉ revela que “o avião com o dinheiro para Weverton Rocha, um Cirrus, da Vokan Seguros, a serviço da Construtora Luiz Carlos (CLC), saiu do Ceará, com as malas de dinheiro, para São Luís, onde seria entregue à campanha de Weverton. O avião partiu no dia 14 de setembro e quase protagoniza uma tragédia: caiu com o dinheiro a bordo no município de Boa Viagem. O dinheiro, contudo, chegou ao destinatário final, cumprindo os desígnios de Lula: a campanha do pedetista Weverton – convertido a empedernido cabo eleitoral de Haddad.”
A polícia chegou a abordar os tripulantes da aeronave, quando da ocasião da queda – imaginando haver drogas a bordo – mas foram dissuadidos por um dos tripulantes, que também era policial.
A partir do recebimento do dinheiro, Weverton Rocha mudou todas as direrizes de sua campanha, e passou a estampar a propaganda de Fernando Haddad, tanto no Horário Eleitoral Gratuito como em cartazes, veículos e outros materiais de campanha.
Em nota, Weverton nega
recebimento de dinheiro
Deputado reafirma apoio a Ciro Gomes e diz que defende a aliança das esquerdas no segundo turno das eleições
O deputado federal Weverton Rocha negou na sexta-feira, 28, que tenha recebido qualquer valor durante a campanha para trocar o apoio ao seu candidato a presidente, Ciro Gomes (PDT-CE), pelo candidato do PT, Fernando Haddad. O pedetista, que concorrer ao Senado, classificou de farsa a reportagem da IstoÉ.
“O meu candidato a presidente é o Ciro Gomes, do PDT, para quem voto e peço voto. E não poderia ser diferente. Sou filiado ao PDT desde os 16 anos. Sou presidente do PDT do Maranhão, membro da Executiva Nacional e, por dois anos (2016 e 2017), fui líder da Bancada do PDT na Câmara dos Deputados, funções a que cheguei pela história de lealdade e comprometimento com o partido”, afirmou Rocha.
De acordo com reportagem da revista IstoÉ, o ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril, encaminhou bilhete manuscrito ao ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP), determinando que fosse feita uma remessa de dinheiro à campanha de Weverton.
A revista afirma que o dinheiro foi transportado em um avião Cirrus, pertencente a uma construtora, que chegou a cair, no dia 14 de dezembro. IstoÉ afirma que, mesmo assim, o dinheiro foi entregue ao deputado maranhense.
“A reportagem da revista IstoÉ é uma farsa, que desrespeita os princípios básicos do jornalismo e não se dá nem mesmo ao trabalho de checar os fatos. Se o fizesse, não teria publicado o absurdo de que um suposto avião com dinheiro para minha campanha caiu a caminho do Maranhão. Como consta em relatório da Aeronáutica, o avião mencionado na matéria viajava de Mossoró (RN) para Crateús (CE), bem longe do Maranhão. E nunca recebi esse dinheiro”, afirmou Weverton Rocha.
Ainda na nota encaminhada a O Estado, Weverton Rocha reafirma que seu compromisso eleitoral no primeiro turno é com Ciro Gomes, mas perspectivas para uma aliança de esquerda no segundo turno.
Sarney com Haddad
A reportagem de IstoÉ trouxe uma série de definições de estratégias de Lula para a campanha de Fernando Haddad. Dentre estas mensagens, há uma clara insatisfação com o fato de o governador Flávio Dino estar apoiando Ciro Gomes. Em um dos bilhetes, Lula determina que Dino se afaste do apoio a Ciro.
Mesmo contando com o apoio de Dino, o ex-presidente também deixa claro na série de “bilhetes manuscritos” que conta com o apoio do grupo do ex-presidente José Sarney na campanha de Haddad. “Quero a família Sarney na campanha de Haddad”, afirmou Lula.
Segundo a IstoÉ, após aliança com os Sarney, Haddad subiu de 4% para 36% no Maranhão, enquanto a campanha de Ciro Gomes estagnou nos 13%.
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