Eleições 2018

Revista revela repasse de R$ 6 milhões não registrados à campanha de Weverton

IstoÉ informa que deputado federal que concorre ao Senado pelo PDT teria sido aliciado para trocar candidatura de Ciro Gomes pela do petista Fernando Haddad

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Reportagem da revista IstoÉ, que está nas bancas, traz uma ampla reportagem sobre a influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha do candidato do PT a presidente, Fernando Haddad. A IstoÉ revela que, mesmo preso, Lula teria montado um QG de campanha em que atua em favor de Haddad, articulando com lideranças, sobretudo no Nordeste.

Na mesma reportagem revela-se que o deputado federal maranhense Weverton Rocha, do PDT, foi aliciado por R$ 6 milhões para trocar o apoio ao candidato do seu partido, Ciro Gomes (CE), pelo petista Fernando Haddad. O dinheiro, segundo IstoÉ, foi encaminhado pelo notório deputado Valdemar da Costa Neto, cassado e condenado por envolvimento na Lava Jato.

Agora Weverton está com Fernando Haddad
Agora Weverton está com Fernando Haddad

A operação, ainda de acordo com a revista, foi articulada de dentro da cadeia, em Curitiba, e envolveu o deputado José Guimarães (PT-CE), que teve um assessor preso com dólares na cueca, e o o ex-ministro Maurício Quintella, considerado como operador de Valdemar da Costa Neto, além do também ex-ministro Gilberto Carvalho.

IstoÉ revela que “o avião com o dinheiro para Weverton Rocha, um Cirrus, da Vokan Seguros, a serviço da Construtora Luiz Carlos (CLC), saiu do Ceará, com as malas de dinheiro, para São Luís, onde seria entregue à campanha de Weverton. O avião partiu no dia 14 de setembro e quase protagoniza uma tragédia: caiu com o dinheiro a bordo no município de Boa Viagem. O dinheiro, contudo, chegou ao destinatário final, cumprindo os desígnios de Lula: a campanha do pedetista Weverton – convertido a empedernido cabo eleitoral de Haddad.”

A polícia chegou a abordar os tripulantes da aeronave, quando da ocasião da queda – imaginando haver drogas a bordo – mas foram dissuadidos por um dos tripulantes, que também era policial.

A partir do recebimento do dinheiro, Weverton Rocha mudou todas as direrizes de sua campanha, e passou a estampar a propaganda de Fernando Haddad, tanto no Horário Eleitoral Gratuito como em cartazes, veículos e outros materiais de campanha.

Em nota, Weverton nega

recebimento de dinheiro

Deputado reafirma apoio a Ciro Gomes e diz que defende a aliança das esquerdas no segundo turno das eleições

O deputado federal Weverton Rocha negou na sexta-feira, 28, que tenha recebido qualquer valor durante a campanha para trocar o apoio ao seu candidato a presidente, Ciro Gomes (PDT-CE), pelo candidato do PT, Fernando Haddad. O pedetista, que concorrer ao Senado, classificou de farsa a reportagem da IstoÉ.

“O meu candidato a presidente é o Ciro Gomes, do PDT, para quem voto e peço voto. E não poderia ser diferente. Sou filiado ao PDT desde os 16 anos. Sou presidente do PDT do Maranhão, membro da Executiva Nacional e, por dois anos (2016 e 2017), fui líder da Bancada do PDT na Câmara dos Deputados, funções a que cheguei pela história de lealdade e comprometimento com o partido”, afirmou Rocha.

De acordo com reportagem da revista IstoÉ, o ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril, encaminhou bilhete manuscrito ao ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP), determinando que fosse feita uma remessa de dinheiro à campanha de Weverton.

A revista afirma que o dinheiro foi transportado em um avião Cirrus, pertencente a uma construtora, que chegou a cair, no dia 14 de dezembro. IstoÉ afirma que, mesmo assim, o dinheiro foi entregue ao deputado maranhense.

“A reportagem da revista IstoÉ é uma farsa, que desrespeita os princípios básicos do jornalismo e não se dá nem mesmo ao trabalho de checar os fatos. Se o fizesse, não teria publicado o absurdo de que um suposto avião com dinheiro para minha campanha caiu a caminho do Maranhão. Como consta em relatório da Aeronáutica, o avião mencionado na matéria viajava de Mossoró (RN) para Crateús (CE), bem longe do Maranhão. E nunca recebi esse dinheiro”, afirmou Weverton Rocha.

Ainda na nota encaminhada a O Estado, Weverton Rocha reafirma que seu compromisso eleitoral no primeiro turno é com Ciro Gomes, mas perspectivas para uma aliança de esquerda no segundo turno.

Sarney com Haddad

A reportagem de IstoÉ trouxe uma série de definições de estratégias de Lula para a campanha de Fernando Haddad. Dentre estas mensagens, há uma clara insatisfação com o fato de o governador Flávio Dino estar apoiando Ciro Gomes. Em um dos bilhetes, Lula determina que Dino se afaste do apoio a Ciro.

Mesmo contando com o apoio de Dino, o ex-presidente também deixa claro na série de “bilhetes manuscritos” que conta com o apoio do grupo do ex-presidente José Sarney na campanha de Haddad. “Quero a família Sarney na campanha de Haddad”, afirmou Lula.

Segundo a IstoÉ, após aliança com os Sarney, Haddad subiu de 4% para 36% no Maranhão, enquanto a campanha de Ciro Gomes estagnou nos 13%.

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