Análises do orçamento e prestação de contas do governo do maranhão mostram que a empresa Geosistemas Engenharia e Planejamento Ltda faturou R$ 3.788.968,14 dos R$ 4.220.000,00 destinados ao projeto Maranhão Patrimônio Cultural (que inclui museus) do orçamento de 2017.
Os gastos vieram à tona após reportagem na edição online de O Estado do Maranhão veiculada ontem.
A lei de Diretrizes Orçamentárias previa R$ 4.220.000,00 para restauração e conservação de bens. Desses recursos, a mesma lei previa o uso de R$ 4.080.000,00 na restauração e conservação de bens móveis e imóveis. O valor liquidado com a empresa Geosistemas Engenharia e Planejamento Ltda chega a 90% desse valor.
Grosso modo, o serviço de consultoria consiste em fazer análises de processos situações com o propósito de identificar soluções e recomendar ações. Ou seja: não é conclusivo. Dessa forma causa certa estranheza que a Secretaria de Estado da Cultura e do Turismo tenha gasto a maior parte dos recursos destinados à restauração com análises em detrimento de ações concretas como reformas e restaurações.
A reportagem do Imirante encaminhou e-mail para a Secretaria de Estado da Comunicação Social e Assuntos Políticos (SECAP) solicitando o teor das consultorias da Geosistemas Engenharia e Planejamento Ltda e justificando a proporção dos gastos. Até o fechamento da reportagem não se obteve resposta.
No ano passado o governo gastou mais de 27 milhões em consultorias, em 2016 foram R$ 42 milhões e em 2015 cerca de R$ 40 milhões. Em 2018 já foram liquidados R$ 20 milhões para consultorias.
Até agora a atual gestão do Governo do Estado já liquidou cerca de R$ 130 milhões com pareceres e estudos.
OUTRO CASO
Um dos maiores escândalos com o uso de consultorias foi protagonizado pelo empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. O empresário foi acusado de faturar mais de R$ 5 milhões com consultorias suspeitas. Uma delas foi apontada pela Polícia Federal como tendo sido retirada da internet.
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