DESCASO

No bairro Coroado, ruas ficam alagadas mesmo com estiagem

Devido ao entupimento de galarias, esgoto invade parte de via no bairro; odor é problema

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

É tempo de estiagem em toda a Região Nordeste, período em que alguns bairros de São Luís ficam livre dos corriqueiros alagamentos identificados no período chuvoso. Contudo, na Rua Cobalto, no bairro Coroado, em paralelo à Avenida dos Africanos, a situação de alagamento é permanente, mes­mo com a suspensão da chuva, porque a água que toma conta da via é proveniente dos esgotos. Tudo porque as galerias responsáveis pelo escoamento estão entupidas.
Não deveria ser comum, mas, de acordo com os moradores, padecer com os frequentes alagamentos, seja por água da chuva ou mesmo dos esgotos da região, já é algo corriqueiro e reflete, consequentemente, o descaso do po­der público que tem por responsabilidade zelar pela infraestrutura e bem-estar da população.

“O Coroado, em si, sempre encheu na temporada chuvosa, sempre alagou. Porém, sempre secava em questão de horas. Mas agora já é questão de semanas, as galerias já estão todas entupidas, e o pessoal que ajeita veio aqui e falou que vinha ajeitar, mas até agora nada. E quem fica prejudicada é a população. Se a população faz protesto, vem a polícia e tira, porque não pode fazer protesto”, frisou a estudante e moradora da via, Jaciene Silva. “É risco de doen­ça. Às vezes, as pessoas querem passar, mas ficam com medo”.

Para o borracheiro José Ferreira sair de casa, foi necessário improvisar uma passarela com blocos de concreto, para evitar pisar na água suja e contaminada e , principalmente, dar continuidade à rotina do dia a dia. “A água está pouca e é só esgoto, fezes, urina. Não deram jeito ainda. Fizeram uma galeria e ficou ainda pior. Eu tive que improvisar o caminho para poder chegar em casa”. Mas a passarela não é o bastante, já que a borracharia fica em frente ao espelho d’água, o que tem afetado diretamente nos serviços que ele oferece, já que a clientela sumiu por causa da situação.

Além de prejudicar a residência e rotina da estudante Jaciene Silva e do borracheiro José Ferreira e outras dezenas de moradores que residem à rua, a situação também tem prejudicado o comerciante José Fróes, que disse ser um sofrimento para os moradores.

“Sem chuva, sem nada, estamos há mais de uma semana nessa situação. Amanhece e anoitece e eu não vendo absolutamente nada, porque não tem como as pessoas entrarem dentro de uma água dessas, com um odor desses, e nenhuma autoridade, nenhum político toma providência nenhu­ma”, disse revoltado o co­merciante. “O odor está horrível, ninguém suporta mais. Até ratos boiam nessa água, ratos mortos. É um sofrimento para a gente”.

Realidade
A situação verificada por O Estado na manhã de ontem (13) reflete uma realidade enfrentada pelos moradores há muitos anos. Com chuva ou não, o problema com o escoamento e drenagem é algo que faz parte da vida de cada um dos moradores da região, principalmente porque muitos já sentiram na pele a impotência de não poder fazer nada para a resolução da situação, que ano após ano só tem piorado e prejudicado a qualidade de vida.

“As chuvas de 2018 já passaram, mas os temporais de 2019 estão batendo à porta, e o que nos resta é a gente se preparar para enfrentar mais essa, já que não temos a quem recorrer”, declarou, ainda, o comerciante prejudicado.

O Governo do Maranhão foi contactado, mas informou que as obras já estão sendo realizadas pelo poder público municipal. O Estado, então, manteve contato com a Prefeitura de São Luís, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

SAIBA MAIS

Água parada é o ambiente propício para o mosquito Aedes aegypti. O pseudo rio em que se transformou a Rua Cobalto é o lugar perfeito para a proliferação desse mosquito, que é transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.