Em discordância à tentativa da Igreja Assembleia de Deus, da área 21, de se apropriar, por meio de uma permuta, da sede da Associação de Produtores Agrícolas da Cidade Operária (Apaco), situada na Avenida das Acerolas, no bairro de mesmo nome, membros da entidade realizaram uma manifestação, na tarde de ontem. Com faixas e cartazes, eles externaram sua indignação.

De acordo com Mauro Silva, um dos associados da Apaco, que conta com aproximadamente com 400 envolvidos, o presidente da associação é membro da Assembleia de Deus e organizou uma audiência extraordinária, de forma arbitrária. “Nem os diretores sabiam dessa reunião, que colocaria em pauta essa permuta irregular, de ceder um espaço da Apaco à igreja e receber em troca um menor. Ficamos sabendo que o presidente estava indo à casa das pessoas pedindo assinatura na ata da reunião, que contou com poucos associados. Não vamos aceitar”, disparou Silva.

O Estado constatou que no prédio onde funcionava a igreja foiram colocados letreiros indicando que lá é a nova sede da Apaco e no terreno que de fato pertence à entidade foi construído um muro, e a igreja se instalou em um estabelecimento.
“Eu sou um dos diretores da Apaco, mas não sabia da audiência extraordinária. Ninguém foi informado. O presidente da Apaco, Ocior Lopes, fez tudo na irregularidade. Essa permuta não pode acontecer, porque o espaço que será cedido à igreja é maior do que a Apaco terá em troca. A área da igreja é de 14x20 m e o espaço cedido, de 28x50 m”, ressaltou Michel José Farias.

O Estado tentou contato com um representante da Assembleia de Deus da área 21, mas não obteve retorno. O Ministério Público (MPMA), acionado, solicitou judicialmente a destituição da diretoria da Apaco, que realizou a permuta sem o conhecimento de todos os membros.

O presidente da Apaco, Ocior Lopes, informou que a ata que definiu a permuta foi realizada de forma regular e autenticada em cartório. Ele informou que tudo foi executado conforme a lei. “A permuta foi entre duas instituições sem fins lucrativos. Não ganhei nada com isso. Inclusive, o prédio onde funcionava a igreja vale mais do que o prédio onde funcionava a Apaco. Quem está fazendo essa confusão não está de forma regular com a instituição. Nem pagam as mensalidades e nem comparecem às reuniões”, alegou Lopes.l

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