Amor pelo esporte

Paixão pelo “flag football” move maranhenses do Águias Team

Mesmo sendo praticantes de um esporte pouco conhecido no estado, os atletas de flag seguem desenvolvendo a modalidade e, mesmo sem apoio, já participaram de competições nacionais e emplacaram uma atleta na Seleção Brasileira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Atletas do Águias Team Flag Football exibem bolas e bandeiras da equipe maranhense
Atletas do Águias Team Flag Football exibem bolas e bandeiras da equipe maranhense (FUTEBOL AMERICANO )

SÃO LUÍS – Ser apaixonado por um time de futebol, um atleta ou um esporte específico não tem explicação. E só quem sente isso, ou já sentiu, sabe descrever. Impulsiona seu dia a dia, por mais que pareça exagero, motiva nos momentos mais complicados e se transforma em uma válvula de escape para os tão esperados momentos de lazer. Enfim, é empolgante! E, ao ver a motivação dos atletas e criadores do time maranhense de “flag football” Águias Team Flag Football, é fácil observar todos esses componentes. Mesmo sendo um esporte pouco popular, que deriva do também pouco popular no Brasil futebol americano, o “flag”, como chamam carinhosamente os praticantes, é uma verdadeira paixão para esses atletas. E, através dessa atividade, eles se divertem, trabalham com atividades sociais e, de quebra, cuidam da saúde. Detalhe: não é apenas um hobby, o esporte é levado bastante a sério e desta equipe já saiu até jogadora para a Seleção Brasileira da modalidade.

E um dos pioneiros da modalidade flag football no Maranhão, não por coincidência, é o treinador e fundador do Águias Team. Aerton Oliveira lembra que conheceu o esporte em uma viagem aos EUA, e, desde então, se apaixonou pela prática. “Em 2006, em uma viagem que fiz aos Estados Unidos eu conheci o flag. Vi uma família jogando em uma quadra e perguntei para um amigo que esporte era aquele. Achei que era futebol americano, mas estranhei não ver os equipamentos. Daí o meu amigo explicou que aquilo se tratava de um tipo de futebol americano que não tem o contato para motivar a queda dos atletas, mas sim a disputa para puxar uma fita [flag], que fica presa na cintura dos atletas”, explica ele, que fundou um projeto voltado para esse esporte em 2007.

Mesmo com a fundação em 2007, Aerton lembra que só em 2014 eles passaram a usar as regras da Associação Pró-Futebol Americano (APFA), entidade que possui o maior campeonato e o maior número de atletas inscritos na modalidade flag. “Desde de a época que eu conheci o esporte passei a praticar, mas com apenas algumas pessoas. Passei a encontrar comunidades ainda no Orkut com esse tema. Mas, em 2014, eu conheci as regras da APFA e, desde então, a coisa passou a se tornar mais profissional. Logo em seguida foi criado o Águias”, relembrou o desportista.

Atualmente, o Águias Team tem um time masculino e um feminino. Ao todo, 40 homens e 12 mulheres fazem parte da equipe. Pioneiros no estado, esses atletas treinam aos fins de semana em um dos campos da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), na Cidade Operária.

“Nós começamos com 12 rapazes e 13 meninas. No início, jogávamos com fitas de TNT na cintura, pois não tínhamos os equipamentos adequados”, comentou.

Históricos de competição e até Seleção Brasileira

Depois de mais de um ano da existência da equipe, eles passaram a disputar algumas competições. Mesmo com uma equipe jovem, eles já participaram do Circuito Nacional de Flag Football. Disputaram uma edição da Liga Nordeste e agora se preparam para mais competições no próximo ano, mas antes do fim deste ano, em setembro, eles ainda vão participar do 1º Campeonato Maranhense de Flag Football, que acontecerá em Imperatriz. O problema é que todas as viagens da equipe são bancadas pelos próprios atletas, já que o time não recebe apoio de ninguém, e os custos ficam muito elevados.

“Os gastos saem todos dos nossos bolsos. Nos fazemos rifas para angariar recursos, contamos com a ajuda de amigos e familiares e vamos seguindo praticando o nosso esporte”, revelou o treinador, que, junto com seus atletas, vende também artigos, como bonés, camisas e acessórios com a marca do Águias para ajudar nessa empreitada.

Paralelamente à prática esportiva, os integrantes do Águia têm a ajuda de alguns profissionais de educação física, que trabalham com eles em projetos sociais voltados para algumas escolas de São Luís.

Sempre preocupados com a evolução do esporte, os praticantes de flag em São Luís passaram a investir em conhecimento e, em maio deste ano, eles trouxeram o técnico da Seleção Brasileira de Flag Football, Danilo Muller, que realizou em São Luís o 1º Training Camp com os atletas e comissão técnica do Águias.

Por falar em Seleção Brasileira, mesmo ainda jovem, o time maranhense já teve uma de suas atletas convocada para um período de treinamento com o time nacional. Rassianne Silva, que é defensora, foi convocada para se juntar aos melhores atletas do país e se tornou a primeira atleta do Maranhão a conseguir esse feito, o que prova que, mesmo sem apoio algum, o amor por esse esporte já está levando esse pessoal bem longe.

Mais – Saiba mais

Flag football é uma versão do futebol americano. As regras básicas do flag são similares às do jogo profissional, mas em vez de derrubar o jogador com a bola ao chão, o defensor deve retirar uma fita (Flag) para parar um down. Na maioria das jogadas, os jogadores usam um cinto, onde as duas flags estão presas por um velcro. O Flag foi desenvolvido para minimizar lesões que o Football (Tackle) poderia trazer, bem como baratear a prática do esporte, cujos equipamentos acabam sendo caros. Ao longo dos anos, o contato entre as linhas, Defensive Backs e Wide Receivers foi liberado. O jogo é disputado com 8 jogadores simultâneos em cada time, o campo tem 50 jardas de comprimento (10 jardas cada endzone) por 25 jardas de largura, o campo não possui goal posts, os pontos só são marcados por touchdown, por esse motivo cada touchdown vale 6 pontos . O tempo de jogo é de 40 minutos divididos em dois tempos de 20 minutos cada, o play clock é de 25 segundos.

Algumas curiosidades sobre o flag football

Flag: que dá nome à modalidade. São as “faixas” presas por um cinto à cintura das jogadoras. Normalmente jogamos com flags de cores contrastantes com a calça do uniforme.

Flag (2): também é o nome que se dá ao “paninho”, normalmente amarelo, que os árbitros jogam em campo para sinalizar que pode ter havido uma falta na jogada.

Jarda: é a unidade de medida usada para medição do campo. Cada jarda equivale a 91 centímetros.

Endzone: é a área no final de cada um dos lados do campo, onde as jogadoras têm que entrar para fazer um touchdown.

Touchdown é o “ponto” do flag, que vale 6 pontos.

Extra point: depois de um touchdown, o time tem direito a fazer um extra point, que pode ser de 1 ou 2 pontos — o que determina cada pontuação é a distância, se 5 ou 12 jardas respectivamente.

Snap: é o movimento que inicia todas as jogadas do flag. O árbitro posiciona a bola no chão e uma jogadora a joga para trás para que outra jogadora a lance para frente ou entregue para outra correr.

Quarterback: Quarterback não é zagueiro! Quarterback, ou QB, é o jogador que recebe a bola depois do snap e decide se vai lançar um passe ou entregar para que alguma outra jogadora corra, ou seja, é uma jogadora do time de ataque.

Catch: é a recepção, o ato de capturar o passe lançado pela QB.

Down ou decida: os times de ataque têm 4 chances para chegar ao meio do campo, por meio de lançamentos e/ou corridas, e depois mais 4 chances de fazer o touchdown. A cada “chance” se dá o nome de down ou decida.

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