Solenidade

Comemorados os 172 anos da Capitania dos Portos do Maranhão

Evento aconteceu na sexta-feira, 27, com homenagem a personalidades; o capitão dos Portos, Marcio Ramalho, fez uma resgate histórico dessa unidade da Marinha do Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Em São Luís, solenidade comemorativa dos 172 anos da Capitania dos Portos do Maranhão
Em São Luís, solenidade comemorativa dos 172 anos da Capitania dos Portos do Maranhão (Capitania dos Portos)

SÃO LUÍS - Os 172 anos de criação da Capitania dos Portos do Maranhão foram comemorados em solenidade realizada na sexta-feira, 27, que contou com a presença de autoridades e convidados. O evento foi marcado pelo resgate histórico desta unidade da Marinha no estado, desde a sua fundação até os dias atuais nas atividades marítimas, fluviais e portuárias, consideradas cada vez mais complexas. Na ocasião, foram homenageadas diversas personalidades.

Em seu discurso , o capitão dos Portos, Marcio Ramalho Dutra e Mello, lembrou que nos 172 anos de existência da Capitania vários desafios foram impostos e barreiras superadas pelos seus antecessores, que “ foram moldando a nossa cultura, nossas crenças e nossos valores”.

“Agradeço a cada um dos senhores e senhoras, que antes ombreavam conosco em nossas formaturas, mas que em coração permanecem ligados à nossa centenária instituição. Desta forma, gostaria de saudar nossos ex-comandantes, que outrora aqui nos lideraram, aqui representando todos os veteranos da CPMA, por tão grandioso legado”, disse o capitão de Mar e Guerra.

Ao destacar a atuação da Capitania dos Portos, Márcio Ramalho disse que o Maranhão, sendo o segundo Estado em extensão litorânea, com quase sete mil quilômetros de vias fluviais navegáveis, possui 12 bacias hidrográficas e um complexo portuário que responde por 20% do comércio nacional em volume e tonelagem.

“ O Maranhão tem posição de destaque para a Marinha do Brasil. Em razão disto, recentemente, em 8 de maio, a Agência Fluvial de Imperatriz passou à nossa subordinação, o que elevou nossa jurisdição a 249 municípios, incluindo Baixada e Reentrâncias Maranhense, Golfão, Área dos Lençóis e Região Tocantina”, disse o capitão.

Marcio Ramalho afirmou que a Capitania dos Portos não está sozinha nesta abrangente missão e que recebe apoio constante do Comando do 4o Distrito Naval e de suas Organizações Militares subordinadas; da Diretoria de Portos e Costas da Marinha, das demais organizações das forças singulares nesta cidade, das polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, da autoridade portuária, dos diversos órgãos das esferas federal, estadual e municipal, da Praticagem, das empresas ligadas ao mar, da Sociedade de Amigos da Marinha do Maranhão e da comunidade marítima em geral.

“Estimados integrantes da Capitania dos Portos do Maranhão, doravante chamados de Carcarás, mascote escolhido este ano por sua força, flexibilidade, adaptabilidade e atenção constante. Orgulhem-se de trabalhar na nossa instituição. Vibrem com a Marinha do Brasil. Exorto a todos a continuar desempenhando suas atribuições com dedicação, superação e profissionalismo. E agradeço o empenho de cada um de vocês em fazer nossa OM cada vez melhor. Por fim, agradecemos a Deus e Nosso Senhor dos Navegantes todas as bênçãos recebidas no último ano e rogamos a Nossa Senhora de Nazaré, São Pedro e São José de Ribamar que continuem a iluminar nossos caminhos, afastando qualquer mar turbulento que possa nos prejudicar”.

Histórico da Capitania dos Portos

Desde 1813, D. João VI, o Príncipe Regente, havia criado as Divisões Navais nas costa do Brasil, estando o Maranhão subordinado à Divisão Naval do Norte. Os presidentes das províncias eram os únicos juízes para qualquer assunto, daí porque as Divisões, embora tendo os seus comandantes, a eles eram subordinadas. Os movimentos nos portos marítimos e fluviais aumentavam e havia a necessidade de definir responsabilidades na área portuária. Daí o Governo Imperial criou a Capitania do Porto através do Decreto de número 358, de 14 de agosto de 1845, em todas as capitanias que possuíssem porto.

Seu funcionamento foi regulamentado pelo Decreto 447, de 17 de maio de 1846, com atribuições específicas de polícia naval, conservação de porto, inspeção, administração de faróis, balizamento, matrícula de gente do mar e do tráfego do portos e das costas, praticagem destas e das barras.

Assim, pelo Decreto nº 460, de 28 de julho de 1846, foi criada a Capitania dos Portos do Estado do Maranhão, na então gestão do Presidente da Província, desembargador João José de Moura Magalhães, que assumiu no dia 4 de abril daquele ano. Era diretor dos Faróis e Socorros Navais desta Província o Capitão-de-Mar-e-Guerra, Francisco de Assis Cabral Teive, sendo este designado como o primeiro Capitão dos Portos do Maranhão. A data escolhida, 28 de julho, coincide com a da adesão do Maranhão à Independência do Brasil.

A sede da Capitania dos Portos do Estado do Maranhão inicialmente era a mesma da Diretoria dos Faróis. Ou seja: Travessa da Alfândega, esquina com rua da Estrela, na Praia Grande. Posteriormente, foi transferida para um sobrado na rua do Ribeirão, esquina com o Beco do Machado, de onde se mudou de forma definitiva para a sede atual, em terreno próprio, na Praça D. Pedro II, número 2, prédio adquirido do espólio de D. Apolônia Justina da Cruz Fragoso.

Como se tratava de um imóvel de dois andares, a parte superior servia de moradia para o Capitão dos Portos. Essa situação se manteve até o ano de 1977, quando foi adquirido um imóvel residência, no bairro São Francisco, ficando o endereço da Praça D. Pedro II ocupado apenas pelas atividades fins da Capitania.

A Capitânia dos Portos do Maranhão foi criada originariamente como sendo de segunda classe, com subordinação ao IV Distrito Naval. Em 1967, mais precisamente no dia 1 de julho, teve sua subordinação transferida para o III Distrito Naval, sediado em Natal, assim se mantendo até o primeiro dia de julho do ano de 1986, quando retornou, de forma definitiva, para a subordinação do IV Distrito Naval. Com o retorno ao Comando Naval de Belém, a Capitania dos Portos do Maranhão, já sob o lastro do Complexo Portuário do Maranhão que ganhara importância com os projetos da Companhia Vale do Rio Doce e da Alumar, foi, finalmente, alçada a condição de Primeira Categoria.

Na condição de Organização Militar de Primeira Categoria, ocorrida no dia 22 de março de 1989, a CPMA do Maranhão, pelas normas da Marinha do Brasil, não mais poderia ser comandada por um oficial cuja patente fosse inferior a de Capitão de Mar e Guerra.

Até o final dos anos 70, o Estado do Maranhão tinha três Organizações de Marinha: A Capitania dos Portos - comandada por um Capitão de Mar e Guerra; O Serviço de Sinalização Náutica (SSN-42) - comandado por um Capitão de Corveta; e o Navio Sinalizador Tenente Boanerges - comandado por Capitão-Tenente. Com a transferência do Navio Balizador para o III Distrito Naval e a incorporação do SSN-42 como uma das unidades da Capitania, o número de OMs ficou reduzido apenas a sede principal da Marinha.

Hoje faz parte da estrutura física da Marinha no Estado do Maranhão um prédio histórico no bairro da Camboa, no Jenipapeiro, onde funciona a sua sede campestre e um pequeno ancoradouro para lanchas. Neste endereço também funciona a sede da Soamar do Maranhão, salas para cursos de formação, auditórios e uma quadra esportiva. Do conjunto faz parte, também, algumas vilas residenciais de praças e a casa do Capitão dos Portos.

Atualmente a Capitania dos Portos do Maranhão tem como comandante o Capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho DUTRA e Mello , o 77º de sua história de OM. Ele tomou posse no dia 15 de janeiro de 2018, no lugar do Comandante André Luiz Trindade Gomes.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.