SÃO LUÍS - Imprudência, desrespeito, pressa e descaso marcam o trânsito de São Luís. Mesmo com sinal aberto para os carros, muitos pedestres arriscam suas vidas e decidem atravessar. Da mesma forma, os motoristas estacionam em cima da faixa de pedestres ou param em cima dela quando o sinal fecha. Um dos locais de maior reclamação na capital é na avenida Guajajaras, no bairro do São Cristóvão, entre o retorno de um supermercado até o KM-0 da BR-135.

“Com um supermercado aqui próximo, eu acho deveria haver uma faixa para facilitar a nossa passagem aqui na entrada. Porque até a gente fazer esse percurso dessa faixa, é uma perda de tempo. Então, tem que pensar na gente”, elencou a vendedora Joelma Garcez.

O descumprimento das leis de trânsito é comum e acontece diariamente. A falta de uso de seta nas conversões e o desrespeito à faixa por parte dos motoristas colocam muitas pessoas em situação de risco. Além dos motoristas não respeitarem as faixas, muitos também ignoram o sinal vermelho, em trechos com semáforo, ou param em cima da faixa. No caso dos pedestres, também é comum ver uma invasão da via em espaços não sinalizados com faixa e por onde, portanto, não deveriam atravessar.

O Estado flagrou várias situações de risco, mas que, para algumas pessoas acaba sendo uma alternativa – altamente perigosa, principalmente para aquelas que não têm a paciência de esperar o sinal fechar para os carros ou realizar o trajeto com segurança pela nova faixa de pedestres instalada após obras para desafogar o trânsito no local. “É muito complicado. Onde deveria ter faixa não tem. A gente tem que esperar a boa vontade de um motorista de bom coração para liberar para a gente poder atravessar”, alegou a dona de casa Jacinta Silva, 49.

Os pedestres também já não podem mais contar com a aliada no dia a dia: a faixa de pedestres. Apagadas e até inexistentes em alguns trechos da avenida, este tipo de sinalização horizontal é o meio que as pessoas recorrem para não ser vítima de atropelamento, principalmente nos horários de pico e à noite. Já aconteceram vários acidentes nos trechos da Avenida Guajajaras. Um dos casos de acidente ocorreu no mês de maio, quando uma estudante foi atropelada por uma motocicleta, no momento em que atravessava a avenida para ir à escola.

O Estado manteve contato com a Secretária Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) de São Luís, mas até o fechamento desta edição não obteve respostas.

SAIBA MAIS

RELEMBRE

A adolescente de 15 anos, identificada como Maria Evangélica Duarte Farias, foi atropelada na manhã do dia 17 de maio, na Av. Guajajaras, no bairro do São Cristóvão. Segundo testemunhas, a vítima estava atravessando a avenida para ir à Unidade Integrada Felipe Conduru, onde estuda, quando foi atropelada por um motoqueiro.

No local, a faixa de pedestre estava apagada e praticamente invisível aos motoristas, devido a pintura que se desgastou com o tempo. Testemunhas afirmam, à época, que no momento do acidente, a adolescente foi atravessar a via com outras pessoas, pois todos os carros pararam, mas um motoqueiro não fez a parada e acabou atropelando-a.

A vítima sofreu escoriações na região das pernas e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O motoqueiro, identificado como Darlan Mariano Pereira, também foi socorrido pelo Samu com suspeita de fratura na clavícula.

O QUE DIZ A LEI

O pedestre tem prioridade sobre todos os veículos, motorizados ou não, conforme as normas previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). De acordo com a regra de trânsito, eles têm prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica. O artigo 71 do CTB também rege que “o órgão de trânsito” manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condições de visibilidade, higiene, segurança e sinalização”.

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