Em Gaza

Israel ataca dois postos do Hamas em resposta a pipas incendiárias

Exército palestino respondeu ao ataque, mas, segundo as Forças Armadas israelenses, o projétil não chegou a ultrapassar a fronteira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

ISRAEL - O Exército israelense atacou ontem dois postos militares do movimento Hamas em Gaza em resposta ao lançamento de pipas com fogo nas proximidades da fronteira, que causaram incêndios em Israel, informou o órgão em comunicado.

"Um avião de combate atacou dois postos do Hamas no norte da Faixa de Gaza, perto do ponto de onde as pipas foram lançadas", indicou a nota.

Pouco depois, o Exército de Israel informou que milícias palestinas em Gaza dispararam um projétil que ativou os alarmes antiaéreos no conselho regioanl de Hof Ashkelon, no sul isralense. No entanto, o míssil pode nem ter chegado a ultrapassar a fronteira do enclave, informou a força armada.

"Após os relatórios de sirenes no conselho regional de Hof Ashkelon, foi identificado um lançamento desde a Faixa de Gaza para Israel", precisou a nota militar, que acrescentou que o projétil não chegou a território israelense e aparentemente caiu no enclave sob bloqueio.

Ataques com pipas

Os primeiros incêndios começaram ainda em março, durante manifestações e confrontos na fronteira da Faixa de Gaza e Israel. Para construir o artefato incendiário, materiais inflamáveis são amarrados a pipas e balões.

Segundo a agência RFI, os incêndios queimaram zonas de agricultura em comunidades coletivas israelense (kibutzim) próximas à fronteira com Gaza. Ninguém ficou ferido, mas estima-se que os danos chegam a ordem de milhões de dólares.

'Golpe mais forte'

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se deslocou ontem à cidade israelense mais próxima à fronteira com Gaza, Sderot, onde se referiu à escalada da violência deste fim de semana, após o lançamento por milícias palestinas de mais de 200 projéteis para Israel, que respondeu com "o golpe mais forte" desde a operação militar "Limite Protetor" de 2014, segundo garantiu.

Israel, que responsabiliza o Hamas pela violência procedente do enclave, realizou no sábado uma contundente ação militar pelos "diferentes tipos de terrorismo que infringiram danos significativos a comunidades israelenses" nos últimos meses, disse um porta-voz militar, como lançamento de artefatos incendiários e explosivos, ataques contra a cerca divisória, e disparo de foguetes.

O Gabinete de segurança israelita debateu no domingo as medidas a tomar para combater o lançamento de balões incendiários, e deu ordem ao Exército de continuar atacando quem lançar os artefatos.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou em Sderot, a cidade israelense mais próxima da fronteira com Gaza, que existe "uma troca de golpes" com o Hamas, que governa a faixa desde 2007, e que a luta "não acaba com um golpe".

No domingo,15, o gabinete de segurança de Israel debateu medidas para combater o lançamento de pipas incendiárias e deu ordem ao Exército de continuar atacando os lançadores de artefatos. Essa técnica começou a ser usada em 30 de março, nos protestos da Grande Marcha do Retorno, e provocou centenas de incêndios e prejuízos em campos de cultivo israelense.

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