Polêmica

Comitê quer que Arraial do Cohatrac seja cancelado

Representantes de entidade ligada à administração da Praça Nossa Senhora de Nazaré expuseram os argumentos para seu posicionamento

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Comissão esteve na redação de O Estado para explicar seu posicionamento
Comissão esteve na redação de O Estado para explicar seu posicionamento (comissão Cohatrac)

O Comitê Gestor da Praça Nossa Senhora de Nazaré quer que o Arraial do Cohatrac - atualmente organizado no espaço por uma empresa particular, em parceria com o poder público, de acordo com a entidade - seja cancelado. Representantes da entidade estiveram na tarde de ontem na Redação de O Estado e expuseram seus argumentos para justificar a posição. Até o fechamento desta edição, os organizadores da programação junina no bairro (que tem previsão para começar no dia 15 deste mês) não foram localizados.

Segundo o representante da comunidade do Cohatrac, Camizão Neto, o Arraial do Cohatrac passou a ter nova administração desde 2014. De acordo com ele, desde então, houve prejuízos à comunidade e ao evento. “Não há mais a valorização da cultura popular, com as atrações que são levadas pela atual administração do evento”, disse. Para Camizão, a melhor solução - neste caso - seria o cancelamento do arraial. “Até mesmo para que a comunidade participe de sua organização de forma mais ativa”, destacou.

Sobre a mudança na organização do Arraial do Cohatrac, o conselheiro do Comitê Gestor da Praça Nossa Senhora de Nazaré, Flávio Santos, afirmou que tudo foi feito sem o consenso da maioria dos moradores do bairro. Ele apresentou documentos que comprovam a reunião de assinaturas de pessoas que residem no Cohatrac e que são contrárias ao evento na configuração atual. “A maior parte das pessoas quer que o evento volte a ter a igreja como organizador”, frisou.

De acordo com Flávio Santos, no dia 11 de abril deste ano, membros do Comitê protocolaram em pelo menos 12 órgãos ligados à Prefeitura de São Luís e ao Governo do Maranhão pedidos para que o arraial pudesse ser organizado pela comunidade paroquiana. Apesar dos pedidos, segundo ele, não houve resposta oficial. “A Blitz Urbana, órgão responsável pela emissão dos documentos, não nos respondeu. E o que é pior, concedeu a liberação para a atual administração do Arraial, o que consideramos uma afronta para a comunidade”, frisou.

No domingo, 3, parte da comunidade do Cohatrac e adjacências realizou manifestação por ruas e avenidas do bairro expondo contrariedade com a organização do arraial. Em contrapartida, outro grupo formado por apoiadores do evento também promoveu protesto, no mesmo dia. “Queremos que a sociedade saiba que não há rejeição quanto à festa junina, e sim a forma como a atual administração passou a gerir o arraial no bairro”, afirmou Ederson Alves, vice-coordenador do Comitê Gestor.
Sobre a liberação da praça para o arraial, até o fechamento desta edição a Blitz Urbana não emitiu parecer.


SAIBA MAIS

No dia 24 de junho do ano passado, um vídeo que viralizou nas redes sociais gerou polêmica ao mostrar coreografias, segundo o público, demasiadamente sensuais de um grupo de cacuriá que se apresentou no Arraial do Cohatrac. Nas imagens, era possível ver mulheres se inclinando para frente, enquanto os homens as seguravam pelos ombros simulando um ato sexual. O detalhe é que, na plateia, havia crianças, mulheres e pessoas idosas, que se sentiram constrangidas pela cena. À época, a administração do evento alegou que não sabia que a brincadeira, que seria da Vila Palmeira, apresentaria tal cena.

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