Caos

Abastecimento na Ceasa é caótico; falta combustível no interior

Aeroporto de Imperatriz não operou na manhã de ontem, em razão da falta de combustível; situação afeta mais de 80% dos postos do interior

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
 Caixotes vazios na CEASA.
Caixotes vazios na CEASA.

Comerciantes da Central de Abastecimento do Maranhão (Ceasa-MA) afirmam que estão no prejuízo, porque não tiveram como repor seus produtos por oito dias, devido à falta de mercadorias, em consequência da paralisação dos caminhoneiros, que reivindicam uma redução no valor do litro do óleo diesel. Em razão da pouca oferta, o preço de algumas frutas, como a banana, está elevado. Na manhã de ontem, O Estado registrou caminhões com laranjas, limões e hortaliças sendo descarregados.

“Tive um desfalque no faturamento, porque estava sem produtos e não tinha como abastecer. Quando a paralisação começou, ainda tinha umas frutas e legumes aqui na minha banca, mas acabaram rápido e não tive como repor. Vi que hoje chegou laranja, limão e algumas folhagens, mas ainda é muito pouco. Não tem batata aqui na Ceasa”, relatou Acelino Rodrigues, comerciante na central há quase 30 anos.

Vendedor de bananas, Lázaro Serra Silva disse que o preço da fruta teve um rejuste. “Hoje estou comercializando uma dúzia de banana por R$ 8,00. O preço está assim, porque estou recebendo o produto por um valor mais alto. Infelizmente, temos de repassar para os clientes, porque senão o prejuízo ainda é maior. As bananas que comercializo vêm do Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e Pernambuco”, explicou Silva.

“A situação aqui na Ceasa-MA está longe de ser normalizada. Chegaram umas cargas hoje, de outros estados, como laranja e limão, mas não estão em boa qualidade. Caminhões carregados de mamão, abacaxi e abóbora conseguiram chegar, porque são daqui do Maranhão. Tem muitos caminhões parados em bloqueios, e já sabemos que vão chegar com os produtos danificados. Os comerciantes estão amargando prejuízos, e o consumidor pagando mais caro pela falta de oferta”, disse Milton Gadelha, presidente do setor de Cohortifruti da Ceasa-MA.

Combustíveis
De acordo com João Rolim, presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (Sindcombustíveis), 90% dos postos de combustíveis de São Luís e Grande Ilha estão abastecidos.

Já no interior do estado, a situação é precária. De 80 a 90% dos postos aguardam o produto nas bombas. “Aos poucos, a situação está voltando ao normal. Aqui em São Luís e Grande Ilha quase todos os postos têm gasolina, diesel e etanol. No interior, está precário, mas em breve isso vai mudar”, afirmou Rolim

Bloqueios
A BR-135, em São Luís, não apresentava ontem, 30, nenhum trecho bloqueado por caminhoneiros. Soldados do Exército, Polícia Militar (PM), policiais civis e policiais rodoviários federais estavam, durante a manhã, de prontidão no Km 5 da rodovia federal. “Esta é uma ação integrada entre o Exército, a Polícia Rodoviária Federal e as polícias estaduais, que visa garantir a livre circulação de veículos nas rodovias federais. A solicitação foi feita pela PRF e já temos tropas disponíveis para o interior do Maranhão, caso haja necessidade de intervenção”, garantiu o tenente-coronel Marcus Vinícius, comandante do 24° Batalhão de Infantaria de Selva (BIS). Foi retirada a tenda onde caminhoneiros estavam concentrados no Km 5 da BR-135, em protesto contra o Governo Federal.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na tarde de ontem, caminhoneiros mantém bloqueios em apenas um trecho de rodovia federal que corta o Maranhão, no Km 131, da BR-010, em Estreito. Segundo a PRF, até o fim do dia o bloqueio seria debelado.

Aeroportos
De acordo com o boletim da Infraero divulgado às 11h de ontem, o aeroporto de Imperatriz não operava normalmente devido à falta de combustível. Já o Aeroporto Internacional Cunha Machado, em São Luís, estava em conformidade.

Transporte público
Em São Luís, 100% da frota de ônibus já está circulando, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de São Luís (SET).

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