A Companhia Energética do Maranhão (Cemar), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entregou aos alcantarenses a moderna iluminação da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no sábado, 19.

A inauguração aconteceu na penúltima noite dos festejos do Divino Espírito Santo, uma das ocasiões festivas que mais atraem a visitação de turistas de todas as partes do Maranhão e do país. O evento foi marcado por apresentações culturais e teve, ainda, a bênção do pároco de Alcântara, padre William Guimarães da Silva.

O padre William disse que é uma felicidade para a população de Alcântara, e que, assim como a instalação dos refletores na Igreja - que proporcionam um ambiente mais seguro e luminoso para as celebrações - espera que o município sinta os efeitos desse projeto de revitalização. "Esse projeto é muito importante, pois, além de proporcionar uma melhor iluminação para os monumentos históricos e para a área urbana, haverá uma economia para a cidade".

O prefeito de Alcântara, Anderson Wilker, ressaltou a importância da Igreja do Carmo para a cidade, dentro do contexto histórico, cultural e religioso e destacou dois pontos principais do projeto que beneficiarão diretamente a população e a prefeitura: a segurança para os moradores e turistas e a redução dos gastos que a prefeitura tem para se manter adimplente com a Cemar. "Tudo o que é arrecadado, hoje, dos consumidores, não é suficiente para pagar a conta [mensal] do município com a Cemar, por causa do déficit que temos [em relação ao valor cobrado ao valor arrecadado]".

O Projeto Luzes de Alcântara prevê uma economia de 54% na taxa de iluminação pública cobrada mensalmente ao município, o que implicará no desenvolvimento da cidade quanto à energia elétrica, visto que a área rural ainda sofre a falta de eletricidade. "Com a redução poderemos ampliar a rede de energia para comunidades da zona rural, que ainda não foram contempladas com eletricidade", frisou Wilker.

O projeto foi pensado pela área de planejamento da Cemar e, no estudo de observação da iluminação pública realizado, verificou-se a necessidade de revitalizar a iluminação do centro histórico e urbano do município, visto que o valor pago mensalmente é incompatível ao tamanho da cidade. "Essa revitalização vai trazer uma redução de aproximadamente 40 mil para o município, e tudo será feito em prol da população e com intuito de atrair mais o turismo local", garantiu o presidente da Cemar, Augusto Dantas.

A Igreja do Carmo ficou mais atrativa à visitação depois da iluminação, ficando ainda mais valorizada e receptiva às centenas de pessoas que participam das celebrações durante os festejos do Divino, podendo agora serem realizadas na praça em frente à igreja, que também foi beneficiada com a iluminação instalada em toda a fachada da igreja.

História
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo foi tombada como Patrimônio Nacional no ano de 1948, por seu destaque como um dos principais monumentos de arquitetura religiosa brasileira no estilo barroco joanino – única nesse estilo no Maranhão. Sua construção teve início no ano de 1645, se estendendo até 1661.

Nesse magnífico exemplar da arquitetura religiosa, podem ser apreciados em perfeita harmonia os elementos integrados da arte decorativa, a exemplo dos púlpitos e altares com suas esculturas sacras em madeira policromada; painéis de azulejos do tipo tapete; esculturas em mármore no estilo rococó; pias batismal e de água benta; lavabos e lápides.

Festejo do Divino
A tradicional festa do Divino Espírito Santo tem mais de 400 anos de existência. O festejo é dono de uma incontestável relevância histórica e cultural para Alcântara e todo o estado. Realizado anualmente, com duração de 12, a festa conta a participação de turistas de todas as regiões do Brasil e também de outros países. Neste ano, o festejo aconteceu entre os dias 9 e 20 de maio.

Alcântara
O conjunto arquitetônico e urbanístico de Alcântara foi tombado pelo Iphan, em 1948, quando tinha como limite todo o município, sendo que a cidade de Alcântara, propriamente dita, mantinha suas características urbanas e arquitetônicas do século XVIII. Em 1948, Alcântara recebeu o título de Cidade Monumento Nacional.

A Lei nº 244, de 10 de outubro de 1997 - elaborada pelo Iphan -, estabeleceu a proteção do conjunto arquitetônico e paisagístico de Alcântara, definiu seus limites e regulamentou a ocupação e uso do solo. Em 2004, o Iphan passou a considerar o patrimônio de Alcântara como de valor cultural, histórico, artístico, paisagístico, urbano e arqueológico. Na área tombada encontram-se, aproximadamente, 400 imóveis.

O tombamento justificou-se pela existência de um importante conjunto da arquitetura colonial luso-brasileira, consolidado durante todo o século XVII.

Saiba mais

Benefícios
O projeto vai beneficiar diferentes áreas da cidade, promovendo uma melhor e mais econômica iluminação, acarretando melhoria nos níveis de segurança da própria população e dos milhares de turistas que visitam Alcântara anualmente.
- Redução da conta de energia elétrica do Município, proporcionadas ela instalação de lâmpadas e reatores de menor potência e maior eficiência
- O nível de iluminação aumentará pela utilização das lâmpadas de LED, acarretando uma sensível melhoria nos níveis de segurança
- Padronização do sistema de Iluminação Pública, dessa forma facilitando gerenciamento, e racionalizando o processo de aquisição de novos equipamentos de reposição.

O investimento foi de 1,2 milhão e o prazo de conclusão do projeto de modernização é de agosto deste ano.

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