Crise na Segurança

Espionagem: deputados de oposição pedem a convocação de oficiais

Eduardo Braide é autor de requerimento assinado por outros 10 deputados; objetivo é esclarecer de quem partiu a ordem do monitoramento à oposição

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Eduardo Braide é autor de requerimento.
Eduardo Braide é autor de requerimento. (Eduardo Braide também será beneficiado)

SÃO LUÍS - Onze deputados estaduais protocolaram, ontem, na Assembleia Legislativa, requerimento que convida o tenente-coronel Emerson Farias Costa, o coronel Antônio Markus da Silva e o major Jadiel Luís Sousa Rezendes, todos com atuação no Comando de Policiamento de Interior da Polícia Militar, para prestarem esclarecimentos a respeito do Memorando Circular 098/2018, da PM, que determina o monitoramento de políticos de oposição ao governador Flávio Dino (PCdoB).
O caso ganhou repercussão nacional no último fim de semana, após reportagem de O Estado revelar o teor do documento, distribuído a todos os batalhões submetidos ao CPI, com a ordem de “fichamento” dos opositores.

Para os parlamentares, a ordem da espionagem partiu do governador Flávio Dino.

Autor do requerimento subscrito por outros 10 parlamentares, Eduardo Braide (PMN) afirmou que o Brasil ficou estarrecido com o escândalo. Ele enfatizou que o documento assinado por oficiais da PM tinha o objetivo de “fichar” a oposição. Para o deputado, trata-se do uso político da força policial. “A repercussão foi tão grande que houve o sentimento de todos os maranhenses em refutarem, criticarem e dizerem do absurdo da medida que o governador Flávio Dino tentou transformar a Polícia Militar em uma polícia partidária”, disse.

O deputado Alexandre Almeida também contestou as várias versões apresentadas pelo Governo do Estado sobre o documento. Ele lembrou que na primeira nota encaminhada pela PM, o Executivo informou que tratava-se apenas de um equivoco. Depois, o Palácio dos Leões teria usado a estratégia de defender uma possível armação. Logo em seguida, tentou responsabilizar um oficial da PM. “Confesso que ainda estou tentando entender uma linha coerente de tudo aquilo que está sendo colocado pelo Governo”, enfatizou.

Edilázio Júnior (PSD) ironizou a defesa elevada por Flávio Dino. “A moda das redes sociais é o termo fake News. Aí vieram dizer que o ofício da PM não existia. A grande fake News em toda essa história chama-se Flávio Dino. O governador é que é a grande mentira do Maranhão”, disse.

Já Adriano Sarney (PV) afirmou que o ato remete à ditadura. “Um governo que inúmeras vezes eu pontuei aqui, nesta tribuna, de governo perseguidor, de ditadura comunista. E ouvi atentamente, alguns membros do governo falar, são falas que certamente se perdem no ar”, finalizou.

OUTRO LADO

O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Rogério Cafeteira (DEM), tentou desqualificar as denúncias levantadas pelos deputados de oposição a respeito dos documentos que tratam do monitoramento da Polícia Militar a políticos que fazem oposição ao chefe do Executivo. Para Cafeteira, houve uma armação política no caso e que merece ser investigada. Ele responsabilizou os
oficiais da PM.

Andrea pede intervenção federal nas eleições 2018

A deputada estadual Andrea Murad (PRP) protocolou uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), com pedido de apuração do ofício que determina o monitoramento da Polícia Militar aos adversários de Flávio Dino (PCdoB) e que pede a intervenção da Segurança Nacional nas eleições 2018.
“Os documentos do comando da PM são ilícitos gravíssimos com o único objetivo de favorecer a reeleição do governador Flávio Dino. O secretário de segurança, Jefferson Portela é membro do partido comunista, trabalha para beneficiar os projetos do seu grupo. Está ali, desde sempre, operando para engrandecer os projetos políticos de seu partido. Por que vocês acham que ele nunca saiu da secretaria?”, questionou.
Andrea ressaltou que o livre exercício das liberdades individuais e das eleições livres e democráticas, assegurado pela Constituição Federal, está supostamente sendo violado.

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