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Falta de diálogos com camelôs ameaça obra na Rua Grande

Requalificação da via, que é o principal centro comercial de São Luís, está prevista para se iniciar em abril; ambulantes afirmam que ainda não foram informados para onde serão deslocados durante a intervenção

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

A grande quantidade de vendedores ambulantes, os populares camelôs, na Rua Grande, no centro de São Luís, pode causar contratempos ao início da execução da obra de requalificação da via, e a previsão é de ser iniciada em abril. Os trabalhadores informais afirmam que ainda não receberam orientações sobre para onde serão deslocados durante a intervenção, realizada com recursos públicos provenientes do Governo Federal. As obras também contemplam as praças Deodoro e Pantheon e Alameda Gomes de Castro, cujos serviços estão em andamento.

“Nenhum ambulante aqui é contra a obra na Rua Grande, mas até o momento ninguém nos informou quando vai começar e para onde nós vamos. Trabalho aqui há 37 anos. Hoje comercializo óculos e relógios. Sempre trabalhei e sustentei minha família como ambulante. O que queremos é um espaço para continuar trabalhando”, explicou Gilson de Jesus Cunha Santos, de 50 anos.

A obra na Rua Grande será feita por quadras e o serviço será iniciado pela primeira da via, que vai da esquina da Rua do Passeio até a esquina da Fribal, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL).

“A obra vai atrapalhar o nosso trabalho, mas não somos contra. Porém, queremos nos deslocar para um espaço bom. Pois é como ambulante que consigo o meu sustento. Não podem chegar de um dia para o outro e nos retirar”, afirmou Ivanilde Sores Vieira, de 40 anos. Ela comercializa bolsas femininas no início da Rua Grande.

A CDL realizou na noite de ontem uma reunião com um represente Iphan - do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - com representantes da empresa responsável pela execução da obra e lojistas para debater e explicar a sistemática de execução dos trabalhos e as adaptações que serão necessárias durante os serviços.

Há 20 anos, o ambulante Evanildo Mesquita Frazão trabalha como ambulante na Rua Grande. Ele está inconformado com a falta de informação para qual local será deslocado. “A Prefeitura tem de se posicionar para onde iremos trabalhar. Até agora, ninguém disse nada. O nosso sindicato também não informou porque, segundo os responsáveis, não sabem de nada. Só vamos sair quando soubermos o local onde vamos continuar o nosso trabalho”, ressaltou Frazão.

A Prefeitura de São Luís foi procurada, mas não houve resposta, até o fechamento desta edição.

SAIBA MAIS

A requalificação urbanística da Rua Grande e das praças Deodoro e do Pantheon e Alameda Gomes de Castro foi iniciada em 9 de outubro de 2017, e a previsão é de que seja concluída em 8 de março de 2019. Em razão dessa intervenção, ambulantes estão impedidos de trabalhar nessas áreas.

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