SÃO LUÍS - O motorista identificado como Gilson Carlos Barros Ferreira, de idade não revelada e que atropelou o médico Luis Carlos Cantanhede, estava com sinais de embriaguez. Foi o que atestou o exame, feito horas após o acidente registrado no início da manhã de ontem, 25, em um trecho da MA-204 (que dá acesso a São José de Ribamar). O motorista prestou depoimento até o início da tarde, no plantão do Maiobão e, em seguida, foi conduzido para o Complexo de Pedrinhas, onde deverá responder por homicídio na forma simples, cuja pena prevista inicialmente é de seis a 20 anos de reclusão.
Além de estar com sinais de embriaguez, de acordo com a polícia técnica que esteve no local do acidente, o veículo conduzido pelo motorista apontado como autor do atropelamento, um Celta, cor prata e de placas NND-5533, estava com os pneus gastos. De acordo com a perícia, os pneus traseiros estavam praticamente “carecas”, o que contribuiu diretamente para que o veículo deixasse a pista e atropelasse o médico, que seguia a pé até a cidade balneária para pagar uma promessa, após cura de um câncer.
O corpo do médico Luis Carlos Cantanhede deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) às 9h30 de ontem e após exames, foi liberado por volta das 13h. Em seguida, foi levado para a Central de Velórios da Pax União, no Centro, onde foi velado. Ele será enterrado hoje em local que não foi informado pela família do médico.
Segundo informações do IML, o médico, após ser atingido pelo veículo, ainda foi socorrido e levado para um hospital particular da cidade, no entanto, não resistiu aos ferimentos. Conhecido entre os médicos, Luis Carlos Cantanhede era definido por amigos e familiares como uma “ótima pessoa”. O também médico Érico Cantanhede, primo de Luis Carlos, postou nas redes sociais um texto em que diz que “acidentes de trânsito matam tanto quanto o câncer, principalmente se associado ao álcool, ou seja, o álcool é um verdadeiro câncer pois está vinculado a várias tragédias que nesse caso poderia ter sido evitada”.
Agressão
O Estado apurou, junto a fontes policiais que, por pouco, o motorista envolvido no atropelamento do médico não foi agredido por populares. Para isso, foi necessária a ação de amigos do motorista, que chegaram para protegê-lo e, em seguida, levá-lo até o plantão do Maiobão. l
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