Perfil feminino no estado

Mulheres têm maior participação na renda familiar no Maranhão

Levantamento, feito com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta mudança de perfil feminino no estado

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Além de participação maior na renda familiar, as mulheres hoje estudam mais e vivem mais do que antes
Além de participação maior na renda familiar, as mulheres hoje estudam mais e vivem mais do que antes (Mulher)

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no Maranhão, as mulheres têm maior participação na renda familiar, em comparação à média nacional. Segundo o levantamento do órgão, enquanto em outros estados a participação do salário da mulher no orçamento em casa é de 40,9%, no estado essa dependência é mais acentuada e chega aos 48,7% do total do montante das famílias.

A pesquisa do IBGE ressaltou ainda que a expectativa de vida do público feminino no estado melhorou, nos últimos 17 anos (de 2000 a 2017). De acordo com o órgão, enquanto em 2000 a média de vida das mulheres no estado era de 69,36 anos, no ano passado, esse índice passou para 74,79 anos. Comparado com os homens, há também um domínio feminino, que vivem mais do que o público do sexo masculino. Em média, os homens no Maranhão apresentam expectativa de vida de aproximadamente 67,14 anos.

Sobre esse dado, o tecnologista de Informações Geográficas e Estatísticas do IBGE no Maranhão, José Reinaldo Barros, ressalta que o índice de mortalidade masculina precisa ser analisada. “Nascem mais homens do que mulheres. Essa é uma regra geral. Diria, universal. Acontece no Brasil, no Maranhão, enfim, no mundo. Todavia, no caso específico do Brasil, onde persiste, nas grandes zonas urbanas, há muitos anos, o drama da sobremortalidade masculina em relação à feminina, precipuamente na faixa etária entre 15 e 29 anos”, disse.

Em relação à dependência maior do salário da mulher na renda, vários fatores são citados para essa transformação. Além dos já conhecidos, como, por exemplo, a abertura da participação da mulher no mercado de trabalho, o público feminino passou a se preocupar com a sua ascensão profissional no território maranhense, objetivando equiparação salarial em relação aos homens.

Segundo o IBGE, de 2000 a 2010, a quantidade de mulheres com ensino superior completo no estado aumentou em cinco vezes e subiu de 22.275 para aproximadamente 121.138 em 2010, ano do último levantamento do órgão sobre o assunto.
Apesar do incremento no índice de formação feminino no estado, as mulheres no Maranhão ganham bem menos do que pessoas do sexo feminino situadas em outros estados da federação. De acordo com o IBGE, enquanto a média salarial das mulheres no cenário urbano no país é de R$ 1.163,67, no Maranhão essa mesma média é de R$ 865,21. Ou seja, as mulheres no estado, mesmo com o mesmo grau de formação de mulheres de outras localidades, ganham em média quase R$ 300,00 a menos do que pessoas do sexo feminino de outros estados.

SAIBA MAIS

Mulheres brancas ganham mais
Ainda segundo levantamento do IBGE, as mulheres que se identificaram como brancas no Maranhão ganham bem mais do que àqueles que se auto definem como negras ou pretas. De acordo com o órgão, enquanto as brancas recebem, em média, R$ 1.1.48,90, as negras recebem apenas R$ 626,00.

Índice de mulheres analfabetas diminuiu
De acordo com o IBGE, o número de mulheres consideradas analfabetas na capital maranhense e em todo o estado apresentou queda em dez anos. Segundo o órgão, de 2000 a 2010 em São Luís, o percentual de pessoas do sexo feminino que não sabem ler e escrever caiu de 6,7% para 4,3%.
No Maranhão, houve também queda de 24,2% (2000) para 17,3% (2010). Entre as razões para essa transformação estariam o incentivo às políticas de educação feita por órgãos públicos durante o período da pesquisa.

Mulheres ainda são maioria
As mulheres, em dados absolutos, ainda são maioria no estado. De acordo com o IBGE, atualmente o estado possui aproximadamente 3.313.274 mulheres, o que representaria 50,39% da população total. Em 2000, a participação feminina no contingente populacional do estado era menor e estava calculada em 50,23%.

São Luís é a cidade mais feminina
A capital, São Luís, ainda é a cidade do Maranhão mais feminina. Segundo o IBGE, na cidade, existem 539.842 mulheres. Em seguida, vem na estatística a cidade de Imperatriz, com 128.278 mulheres. Completam o ranking das cinco cidades com mais mulheres do estado: São José de Ribamar (84.362), Caxias (80.047) e Timon (79.899).

São Pedro dos Crentes é a cidade menos feminina
A pequena cidade maranhense de São Pedro dos Crentes – distante 759 quilômetros da capital São Luís – é a com menor índice de mulheres no estado. Segundo o IBGE, atualmente a localidade possui apenas 2.070 mulheres. Ou seja, para cada 100 mulheres no município, existem aproximadamente 114 homens. Se for considerado apenas o percentual de mulheres, a cidade de Marajá do Sena – distante 368 quilômetros da capital maranhense – é a com menos pessoas do sexo feminino. A cidade apresenta apenas 45,47% das mulheres constituindo a sua população total.

Números

Cidades maranhenses com mais mulheres
São Luís – 539.842
Imperatriz – 128.278
São José de Ribamar – 84.362
Caxias – 80.047
Timon – 79.899

Cidade maranhense com menor quantidade de mulheres – São Pedro dos Crentes (2.070 mulheres)
Número de mulheres no Maranhão – 3.313.274

R$ 865,21 é a média salarial de mulheres no Maranhão em zonas urbanas
121.138 mulheres no Maranhão possuem ensino superior
74 anos é a expectativa de vida aproximada das mulheres no Maranhão

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

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