Chefe da Seic é exonerado por ação criminosa, diz SSP
Delegado Thiago Bardal seria um dos líderes do bando integrado por major da PM e mais dois militares que foram presos na madrugada de ontem, no Quebra Pote; segundo Jefferson Portela, políticos também estariam no grupo
SÃO LUÍS - O delegado Thiago Bardal, superintendente da Seic, seria um dos líderes da organização criminosa desarticulada na madrugada de ontem, no povoado Arraial, no Quebra-Pote. A informação foi dada ontem pelo secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, em coletiva na sede da SSP, na Vila Palmeira. Segundo ele, o delegado foi exonerado e ontem mesmo interrogado na sede da Superintendência de Combate à Corrupção (Seccor). A sua prisão pode ser solicitada a qualquer hora. Jefferson Portela disse ainda que o ex-vice prefeito de São Mateus Rogério Sousa Garcia seria um dos líderes. Ele também foi preso.
Segundo o secretário, a polícia foi informada de que chegaria uma carga contrabandeada (procedente do Suriname) no porto clandestino do Quebra-Pote. Foram montadas várias barreiras nessa localidade e em uma delas foi detido o veículo do delegado, que informou que estaria indo visitar um sítio na região. Os militares, então, comunicaram-se com o o secretário, informando que uma pessoa estaria se apresentando como superintendente da Seic. A resposta foi de que a Seic não estaria em diligências na área.
Milícia
“Não há lugar na corporação para esse tipo de pessoa”, disse o comandante da Polícia Militar do Maranhão, coronel Frederico Pereira, ao anunciar ontem a prisão do ex-subcomandante do 21º Batalhão da Polícia Militar, major Luciano Fábio Farias Rangel; do soldado Fernando Paiva Moraes Júnior e do sargento Joaquim Pereira de Carvalho Filho. Eles foram flagrados em um sítio, no povoado Arraial, no Quebra-Pote, e vão responder pelos crimes de formação de milícia, extorsão e ameaça de morte.
Eles, segundo o comando da PM, seriam integrantes de uma organização responsáveis pela comercialização de produtos contrabandeados. Durante o cerco policial, foram presos mais seis civis.
Os detidos foram conduzidos para a sede da Superintendência de Combate à Corrupção, no bairro São Francisco, onde foram ouvidos. Em poder do grupo, foram encontrados 98 munições ponta oca ponto 40; 117 munições ogival ponto 40; 40 munições de calibre 380; 22 de calibre 44; seis carregadores de pistola 840; quatro carregadores de pistola ponto 100; dois carregadores de pistola Glock; dois carregadores de Ruger, ponto 40, um carregador 24/7; três carregadores de pistola 380; um revólver 44; dois rifles; duas granadas; duas placas de veículos; um alicate; uma chave de boca; dois coldres; um porta tonfa; uma bandoleira; um cinto de guarnição; um binóculo; dois coletes balísticos; um saco de abraçadeiras; um veículo S10 prata; sem placas; cinco celulares e seis pistolas, entre elas três com brasão da Polícia Militar, além de farto material arsenal. A polícia apreendeu, ainda, carga de cigarro e uísque e a quantia de R$ 1.156,00.
Investigação
Durante entrevista na tarde de ontem ao programa Rádio Patrulha da Rádio Mirante AM, o comandante da PM explicou que nas primeiras horas de ontem guarnições do Batalhão de Choque se deslocaram até esse sítio, no Quebra-Pote, para averiguar uma denúncia da existência de carga clandestina e no local se depararam com os quatros militares e mais seis civis.
Os integrantes do Choque, ao revistarem o veículo S10, no qual estavam o major Rangel e os três praças da PM, encontraram as armas, a munição e a uma carga de cigarro e uísque, que foram apreendidas. O coronel Frederico Pereira explicou que se tratava de contrabando desembarcado em um porto clandestino, no Quebra-Pote. “O comando da PM ficou sabendo da participação dos militares nessa ação criminosa após a abordagem feita pelo Choque”, declarou o coronel. Ainda de acordo com Frederico Pereira, esses militares estariam protegendo os outros integrantes da organização.
O coronel disse que o caso vai ser investigado pela Seccor, já que há possibilidade de haver outros integrantes da organização, que faltam ser presos. Alguns deles, inclusive, já foram identificados.
Ação criminosa
A polícia informou que cada integrante dessa organização tinha um papel a ser desenvolvido. A maioria da carga era oriunda de outro país e chegava à capital maranhense pelo mar. Os barcos com as cargas contrabandeadas atracavam no porto, onde havia pessoas esperando para colocá-las em caminhões, e logo depois eram comercializadas na Ilha e no interior do estado.
Vila Esperança
O tenente-coronel Harlan Nascimento informou que durante esse cerco policial encontrou grande quantidade de cigarro e bebida dentro de um galpão, na Vila Esperança. Há informações de que o local servia de esconderijo de carga roubada por essa organização criminosa.
Todo o produto foi apreendido e vai ser periciado pela Polícia Civil. “A polícia está investigando, e as pessoas envolvidas nessa ação criminosa devem ser identificadas. É possível que outros produtos sejam apreendidos”, disse Harlan Nascimento.l
“Não há lugar na corporação militar para esse tipo de pessoas”.
Coronel Frederico Pereira, comandante da Polícia Militar
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