Perigo

Esgoto exposto ainda é problema em vários pontos de São Luís

No Jardim Renascença, a água fétida escorre pela calçada e avenida, prejudicando comerciantes e pedestres; na orla, a “língua negra” de esgoto que jorrava no Rio Calhau ainda podia ser vista na manhã de ontem, descendo para o mar

Robert W. Valporto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

[e-s001]Mau cheiro, risco de doenças e destruição do meio ambiente são algumas das consequências do péssimo tratamento de esgoto existente em São Luís, mostrando que o trabalho desenvolvido em prol do saneamento básico não é suficiente. Há esgoto jorrando nas ruas e na orla da Ilha.

É possível perceber um grande contingente de bueiros estourados que jorram a água do esgoto nas ruas da Ilha. Um desses casos foi constatado ontem, 16, na Avenida Colares Moreira, no Jardim Renascença, em frente ao Golden Tower. Ali, o problema ocorre há pouco mais de uma semana, prejudicando comerciantes e transeuntes.

Nenhum dos pedestres quis comentar sobre a situação que os expõem ao perigo de precisar andar pelo asfalto, uma vez que parte da calçada fica coberta da água suja e fétida.

Na edição da última segunda-feira, 15, O Estado denunciou uma “língua negra”, despejada da foz do Rio Calhau para dentro do mar da capital, na Praia do Calhau. Qualquer pessoa que passa por ali consegue ver o problema, ao mesmo tempo em que vê também a placa que indica que aquele trecho está próprio para banho. Na manhã de ontem, O Estado voltou ao local e verificou que a situação permanecia inalterada.

Durante as férias do fim do ano passado, alguns donos de estabelecimentos comerciais afirmaram a O Estado que o movimento na orla foi maior do que em anos anteriores, tendo em vista que as placas que liberavam o banho no mar estariam dando segurança aos banhistas e turistas na Ilha.

O Estado entrou em contato com a Companhia de Saneamento Básico (Caema) para saber os motivos de as galerias e bueiros estarem com problemas e a posição diante do derramamento de esgoto no mar. Em nota, o Governo do Maranhão informou que, desde o início da gestão, tem realizado ações efetivas para a despoluição de rios e praias da Grande Ilha, por meio do programa “Mais Saneamento”.

[e-s001]Segundo o governo, ações já foram realizadas e trouxeram resultados diretos na melhora dos índices de balneabilidade, entre elas a despoluição dos rios Claro e Pimenta, onde uma série de pontos clandestinos de lançamentos de esgoto in natura, já interceptados, deixaram de degradar o meio ambiente.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) também entregou a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vinhais, que tem capacidade de tratar 700 litros de esgoto por segundo de 350 mil moradores de 48 bairros da capital. Outro equipamento que contribuirá para a balneabilidade das praias é a ETE Anil. Ela segue em construção e terá capacidade para tratar até 100 litros de esgoto por segundo, beneficiando diretamente 56 mil moradores de mais de 15 bairros localizados à margem esquerda do Rio Anil.

Informou ainda que, por meio do “Mais Saneamento”, a Caema já realizou a implantação de mais de 130 km de rede coletoras e de esgoto e interceptores em pontos estratégicos. Além disso, reabilitou várias Estações Elevatórias de Esgoto (E.E.E.), localizadas próximo à orla, entre outros bairros. Todas essas intervenções fazem parte do pacote de medidas que contribuirão para elevar o percentual de esgoto tratado na capital, cuja meta é de 70%. Apesar das informações enviadas na nota, as respostas aos questionamentos feitos por O Estado sobre o derramamento de esgoto no mar e o problema das galerias não foram respondidas.

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