A direção nacional do Partido dos Trabalhadores emitiu, ontem, uma nota oficial esclarecendo pontos de uma resolução baixada após reunião realizada nos dias 15 e 16 de dezembro. O documento define regras gerais para a formalização de alianças da sigla nos estado, com vistas à disputa eleitoral de 2018.
A principal decisão diz respeito à necessidade de que as coligações estaduais precisarão passar pelo crivo nacional, antes de uma aprovação final.
“Nos estados e municípios a militância e dirigentes do PT têm debatido a estratégia e tática eleitoral para levar Lula novamente a presidência da República e eleger companheiras e companheiros aos demais cargos em disputa. Nossa estratégia eleitoral para ser vencedora levará em conta as dinâmicas regionais, mas afirmamos categoricamente a supremacia do projeto nacional sobre as disputas locais. Para efetivar essa política, fica desde já estabelecido que toda e qualquer definição de candidaturas e política de aliança nos estados terá que ser submetida antecipadamente à Comissão Executiva Nacional”, diz o comunicado.
Segundo o PT nacional, essa decisão visa a garantir que as composições estaduais tenham como foco o fortalecimento do projeto de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A determinação inicial, portanto, é priorizar alianças com candidatos e partidos que votaram contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Devemos consolidar — nas eleições proporcionais e majoritárias do Distrito Federal e nos 26 Estados do Brasil – como núcleo central de nossas alianças os partidos e personalidades que combateram e votaram contra o golpe, que combateram e votaram contra as medidas golpistas, que defendem a revogação das medidas dos golpistas, criando assim uma base institucional e parlamentar que contribua para implementar políticas contra-hegemônicas, especialmente em relação à mídia empresarial e aos setores do judiciário que contribuíram para o golpe”, acrescenta a resolução.
Reflexos – A determinação petista tem reflexos claros no Maranhão. O primeiro deles é o enfraquecimento do comando estadual, atualmente sob responsabilidade do presidente Augusto Lobato.
Assessor especial do Palácio dos Leões, o dirigente mantém uma postura de atrelamento ao governo Flávio Dono (PCdoB), o que acabou por transformar um PT local numa espécie de linha auxiliar do PCdoB.
Por conta disso, os comunistas maranhenses já contam como certo o apoio petista à reeleição do governador.
Como essa aliança, agora, precisará passar pelo crivo nacional, há, no entanto, a possibilidade da entrada de outros atores no processo de discussão, notadamente lideranças no PMDB.
Na semana passada, por exemplo, durante um encontro em São Luís, peemedebistas manifestaram interesse em reeditar a aliança com o PT.
“Eu acredito em uma aliança com o PT, afinal quem sempre apoiou eles aqui fomos nós. Eu fui líder do governo Lula no Senado por quatro anos. O povo está me chamando para voltar e o povo também quer Lula, então temos de estar juntos”, declarou a ex-governadora Roseana Sarney, em entrevista ao jornalista Diego Emir.
O senador Edison Lobão (PMDB-MA), que vai tentar a reeleição ao Senado, também apontou para esse caminho. “Lula será o meu candidato e eu quero ser o senador de Lula. Desejo que PT e PMDB estejam juntos no Maranhão, nós conversamos toda semana e é possível isso voltar acontecer”, declarou.
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