Crise

Papa pede medidas decisivas na crise dos refugiados rohingyas

Pontífice elogiou Bangladesh por acolher os refugiados que atravessaram a fronteira fugindo da violência; o país asiático recebeu mais de 600 mil pessoas dessa minoria muçulmana

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Papa Francisco faz pronunciamento no palácio presidencial de Dhaka, em Bangladesh
Papa Francisco faz pronunciamento no palácio presidencial de Dhaka, em Bangladesh (Papa Francisco faz pronunciamento no palácio presidencial de Dhaka, em Bangladesh)

BANGLADESH - O papa Francisco pediu ontem que medidas decisivas sejam tomadas pela comunidade internacional para a crise dos refugiados rohingyas, falando no início de sua visita a Bangladesh. O país asiático recebeu mais de 600 mil pessoas dessa minoria muçulmana que fugiam da violência em Mianmar.

"É imperativo que a comunidade internacional tome medidas decisivas para esta grave crise, não apenas trabalhando para resolver as questões políticas que levaram ao deslocamento em massa desse povo, como também oferecendo assistência material imediata a Bangladesh em seu esforço de responder eficientemente às urgentes necessidades humanas", afirmou o Papa em seu discurso.

Francisco fez essas afirmações logo depois de chegar de Mianmar, onde o pontífice referiu-se à minoria apenas aos "refugiados do estado de Rakhine". Ele evitou usar a palavra rohingya para não provocar a ala radical budista e, assim, colocar a comunidade católica do país como um alvo de ataques.

O papa elogiou Bangladesh por acolher os refugiados que atravessaram a fronteira fugindo da violência em Rakhine. "Nenhum de nós pode ignorar a gravidade da situação, o imenso sofrimento humano envolvido e as condições de vida precárias de tantos irmãos e irmãs, a maioria de mulheres e crianças, amontoados nos campos de refugiados", afirmou o papa.

Em Bangladesh, os católicos são 375 mil e representam 0,24% dos 160 milhões de habitantes. Trata-se da 2ª visita de um papa ao país depois da realizada por João Paulo II em 1986.

Mianmar

O papa Francisco deixou Mianmar quinta-feira,30, nesta que foi a primeira de um pontífice ao país. A viagem foi considerada delicada já que a nação, majoritariamente budista, é acusada de "limpeza étnica". Na terça-feira,28, ele se encontrou com a líder birmanesa e vencedora do Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, que já foi acusada de omissão pela sua atuação na crise dos rohingyas.

Na quarta-feira,29, ele celebrou uma missa campal, que reuniu 150 mil pessoas. Ele elogiu a atuação da comunidade católica no auxílio da minoria muçulmana e destacou que "muitos em Mianmar levam as feridas da violência, feridas visíveis e invisíveis". O pontíce convidou os fiéis a não serem curados "com raiva e vingança", porque "o caminho da vingança não é o caminho de Jesus".

A atual fuga dos rohingyas começou com uma série de operações de represália das Forças de Segurança de Mianmar lançadas após ataques, em 25 de agosto, do grupo rebelde Exército de Salvação Rohingya de Arakan a postos militares e policiais.

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