Investigação

Inquérito de lesão em advogada vai à justiça em 10 dias

Ex-companheiro da vítima tem prisão decretada e é considerado como foragido

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

A delegada titular da Delegacia da Mulher, Wanda Leite, afirmou ontem que o inquérito policial sobre a lesão corporal grave, que teve como vítima a advogada Ludmila Rosa Ribeiro da Silva, de 27 anos, vai ser remetido no prazo de 10 dias para o Poder Judiciário. Segundo a polícia, a advogada foi agredida fisicamente pelo ex-marido, Lúcio André Genésio, no último sábado 11. O acusado chegou a ser preso em flagrante e solto mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 4.685, mas, no domingo, 12, sua prisão foi expedida pelo juiz Clésio Coelho Cunha.

A vítima ontem esteve acompanhada de advogado e familiares à Casa da Mulher, no Jaracati, onde foi ouvida pela delegada Wanda Leite. A delegada declarou que no decorrer desta semana, testemunhas vão depor na Delegacia da Mulher e ainda devem chegar o resultado de exames periciais a que Ludmila Rosa foi submetida no Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga.

A delegada ainda informou que após esses procedimentos o inquérito policial vai ser encaminhado ao Poder Judiciário com a motivação e autoria definida. “Esse inquérito vai ser encaminhado no prazo de 10 dias para a justiça”, disse Wanda Leite.

Mandado de prisão
O juiz plantonista Clésio Coelho Cunha decretou a prisão preventiva de Lúcio André Génésio em virtude de agressões físicas a sua ex-mulher, Ludmila Rosa, a pedido do Ministério Público, por meio da promotora de justiça Bianka Sekker Sallem. O magistrado ainda pediu que a Corregedoria da Polícia Civil pudesse investigar o delegado Valber Braga, que arbitrou a fiança ao acusado.

A vítima revelou ao Ministério Público que foi agredida fisicamente pelo ex-marido várias vezes. Inclusive, um dos casos ocorreu quando a advogada estava grávida e teria ocorrido na cidade de Pinheiro. Neste momento, ela registrou uma ocorrência contra o acusado na delegacia daquele município.

Ela também disse que no último sábado começou a ser espancada desde a Lagoa da Jansen até próximo onde reside, no bairro Cohama, foi expulsa do carro do agressor e teve seu celular quebrado. Após sair do veículo, ela pediu ajudar aos vizinhos e foi acionada a polícia.

A vítima está com várias marcas de violência pelo corpo, principalmente, no rosto e nas costelas. O Estado tentou entrar em contato com o agressor, mas não obteve.

Nota
Ainda ontem, a Ordem dos Advogados do Brasil da Seccional Maranhão (OAB/MA), enviou uma nota à imprensa, repudiando todo tipo de violência praticada contra as mulheres e se solidarizar com a advogada Ludmila Rosa Ribeiro da Silva. Ela foi vítima de violência moral e física praticada pelo seu ex-companheiro, Lúcio André Genésio, no último final de semana.

Neste caso de violência contra a advogada Ludmila Rosa, a OAB/MA está vigilante e coloca à disposição da vítima a Comissão da Mulher e da Advogada e também a Comissão de Acompanhamento das Vítimas de Violência para que sejam tomadas todas as providências legais e cabíveis para que o ato violento seja submetido aos preceitos legais. É imensurável e inaceitável a violência moral e física em que a profissional em advocacia foi submetida. A ação reflete que a sociedade ainda tem muito a caminhar para garantia plena dos direitos das mulheres.

SAIBA MAIS

Lúcio André Genésio, no momento da prisão em flagrante, foi acusado de lesão corporal e não havia sido divulgado o resultado do exame de corpo de delito a que a vítima foi submetida no IML. Neste caso, segundo a Justiça, cabe o arbitrar fiança, mas, quando o crime é definido como lesão corporal grave é inafiançável.

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