Derrubada

Donos de bares lutam para permanecer na praia do Araçagi

Decisão judicial federal determina a derrubada dos estabelecimentos que estão na orla; associação trabalha para tentar garantir menos prejuízos

Robert W. Valporto/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

Proprietários de bares e restaurantes localizados na praia do Araçagi estão lutando para manter seus estabelecimentos no local, mesmo após a justiça determinar a demolição de todos os estabelecimentos que ficam na orla.

O Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a demolição e remoção das construções irregulares existentes nas faixas de praia do Araçagi e Olho de Porco. Dentre essas casas, destacam-se os bares, casas de veraneio e outras modalidades de ocupações existentes. A decisão se refere às construções que estão sobre as dunas, vegetação característica de restinga ou mangue, salvo as casas que servem como domicílio, segundo diz a decisão.

Aqueles que têm seu negócio naquela localidade tentam achar uma saída para essa situação, por meio da Associação dos Amigos e Donos e Bares da Praia do Araçagi, entidade que está tentando negociar uma maneira de não prejudicar os trabalhadores.

A presidente da entidade, Farailde Sena, disse que existe um direito adquirido de permanecerem ali. "Nós temos pessoas que trabalham aqui há muitas décadas. Não tem como simplesmente tirarem eles daqui. Nós temos o direito adquirido de ter nossos estabelecimentos aqui. Não tem como o Ministério Público permitir e depois voltar atrás e prejudicar todos nós", frisou.

Ainda segundo ela, há pessoas que fizeram todo seu investimento de vida naquela localidade. "Muitos desses donos de bares e restaurantes investiram todo seu dinheiro no seu estabelecimento. Nós não estamos agredindo o meio ambiente, já que as barracas registradas na associação não estão em áreas de manguezais, principalmente", complementou.

A contadora Ângela Mota, que sempre frequenta bares e restaurantes naquela localidade, disse que todos perderão com a retirada dos estabelecimentos. “Muita gente perde com isso. Perdem os donos dos bares e restaurantes e consequentemente a economia, muitos que têm apenas esse emprego, perdem os banhistas que precisam de opção para vir e perde a praia que, com a retirada das barracas, que tende a ficar vazia”, explicou.

A Associação dos Amigos e Donos e Bares da Praia do Araçagi tem 36 estabelecimentos registrados, que foram permitidos anteriormente pelo Ministério Público (MP), segundo eles, que estivessem naquela localidade. Eles afirmam ainda que desde 1986, enfrentam problemas no se refere ao risco de demolição dos estabelecimentos.

Farailde Sena ressaltou, ainda, que há uma negociação com o Governo do Maranhão para uma proposta de solução para o problema. "O Governo prometeu um investimento de R$ 10 milhões para construção das 36 barracas na região do calçadão recentemente construído. Assim, os donos de bares e restaurantes não seriam prejudicados, nem as pessoas que vem para cá aproveitar os fins de semana, principalmente", concluiu.

SAIBA MAIS

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a determinação da derrubada dos bares e casas protege as praias, consideradas bens de uso comum do povo.

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