Ex-padrasto de menina morta tem prisão decretada pela Justiça
Corpo da criança foi achado com marcas de violência, principalmente na cabeça e os braços amarrados; estava enterrado sob entulhos no fundo do quintal de casa, no Maiobão, em Paço do Lumiar; ela estava desaparecida desde o dia 1º
[e-s001]A Justiça decretou na sexta-feira, 3, a prisão de Roberth Serejo Oliveira, suspeito do assassinato da filha do cadete do Corpo de Bombeiros Militar, Alanna Ludmilla Borges Pereira, de 10 anos. Ele era o companheiro da mãe da criança, Jaciane Borges Pereira. A criança estava desaparecida desde a quarta-feira, 1º, e na manhã de sexta-feira, 3, seu corpo foi encontrado seminu e com marcas de violência, enterrado sob entulhos no quintal da casa onde morava, na Rua 37 do Maiobão, em Paço do Lumiar.
O corpo foi encontrado por um vizinho, Nonato Vasconcelos, de 46 anos. Ele contou que sentiu nas proximidades da residência onde a menina morava um odor putrefato e ao pular o muro da casa para tentar descobrir de onde vinha, acabou achado o corpo, coberto por entulho e telhas quebradas. “Quando eu olhei uma perna de uma criança chamei imediatamente os familiares da menina e a polícia”, disse Nonato Vasconcelos.
Barbárie
A delegada Eunice Rubem, titular da Delegacia de Polícia Civil do Maiobão, informou que solicitou apoio do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Militar e dos profissionais do Instituto de Criminalística (Icrim) e do Instituto Médico Legal (IML).
Os bombeiros que conseguiram resgatar o corpo da criança, que já estava apresentava sinais de decomposição.
Eunice Rubens denominou o crime como bárbaro e informou que a cabeça da criança apresentava sinais de violência, inclusive, fraturas e estava enrolada em um saco plástico preto. Outra parte do corpo estava enrolado em um saco transparente e as mãos estavam amarradas para trás.
A delegada concedeu entrevista à Rádio Mirante AM e declarou que a menina teria sido agredida fisicamente dentro de casa e, logo após enterrada, possivelmente com vida, no quintal de sua residência, mas, isso somente poderá ser comprovado por meio de exames periciais feitos no Icrim.
Ela ainda disse que as dependências da casa foram periciadas no final da manhã de sexta-feira, 3, e o corpo da vítima foi submetido a uma série de exames no IML, entre eles conjunção carnal. “Esses exames periciais vão identificar a causa morte da vítima, como também identificar se houve violência sexual”, explicou a delegada.
Investigação
“Como a vítima foi achada morta, então, foi necessário haver mudança na metodologia da investigação”, explicou o delegado Henrique Mesquita, da Seccional Leste, órgão ligado a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Ainda segundo ele, anteriormente a polícia estava tentando localizar a vítima com vida, como desaparecida, após a mãe dela ter deixado sozinha em sua casa ainda na manhã de quarta-feira, 1º, para ir a uma entrevista de emprego.
O delegado afirmou que uma série de indícios acabaram levando a suspeita do crime a Roberth Serejo, mas ainda há possibilidade de haver outros envolvidos. “As imagens de câmeras de segurança mostram Roberth Serejo andando nas proximidades da residência da ex-namorada no momento em que a criança desapareceu”, comentou Henrique Mesquita.
Ainda de acordo com o delegado, Roberth Serejo chegou a ser ouvido na noite de quarta-feira,1º, em companhia de familiares da vítima, na delegacia do Maiobão, mas foi liberado. Na madrugada de quinta-feira, 2, o suspeito teria deixado a capital maranhense e com destino a Morros.
O coronel Aritanã Lisboa, comandante de Policiamento de Área Metropolitana II (CPAM II), afirmou que policiais militares, junto com a Polícia Civil, estão realizando incursões na Região Metropolitana de São Luís e no interior do estado com o objetivo de prender o suspeito. Inclusive, na cidade Morros foi feito ainda na quinta-feira, 2, uma ação, mas não obteve êxito em localizar o suspeito.
[e-s001]Depoimentos
Ainda na tarde de sexta-feira, 3, os pais da criança e outros familiares foram ouvidos pelo delegado Lúcio Rogério Reis, na sede da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), no Centro. A mãe da criança foi uma das primeiras a prestar novos esclarecimento sobre o caso.
A polícia ainda informou que no decorrer da semana mais pessoas serão convocadas a comparecerem na SHPP e a polícia está no aguardo do resultado dos exames periciais feitos no corpo e no local do crime, sob a responsabilidade do Icrim e do IML.
Justiça
Na manhã de sexta-feira, 3, após o achado do corpo, uma aglomeração de pessoas se formou na porta da casa da vítima e muitos gritavam pedindo justiça. Guarnições da Polícia Militar foram deslocadas para o local para conter os ânimos. “Nossa tropa está aqui para manter a ordem pública”, afirmou o tenente-coronel Francisco Alexandre, comandante do 13º Batalhão da Polícia Militar.
Com o achado do cadáver da menina, os pais de Alanna Ludmilla passaram mal, assim como também alguns vizinhos. A mãe dela chegou a ser levada para o hospital, em Paço do Lumiar.
Uma das moradoras, Zeneide Santos, de 58 anos, disse que Jaciane Borges era uma mãe exemplar e deixou a filha sozinha em casa, porque tinha saído em busca de um emprego. “Ela tem dois filhos pequenos, sendo o mais novo, de 4 anos”, disse Zeneide Santos.
A outra moradora, Kássia Pereira, de 23 anos, declarou que Roberth Serejo apresentava sinais de transtornos e dizia que olhava demônios. Ainda na noite de quarta-feira, 3, ele chegou a ajudar a polícia e outros vizinhos a procurar por Alanna Ludmilla. “Esse rapaz era muito estranho e há informações que não gostava da criança”, comentou Kássia Pereira.
Outro vizinho, que não quis se identificar, declarou que Roberth Serejo teria pedido dinheiro ao seu pai para viajar para o interior do estado e a fuga ocorreu ainda na madrugada da última quinta-feira, 2.
O Estado esteve na casa do pai do suspeito, também localizada no Maiobão, mas estava fechada.
[e-s001]ABRINDO O JOGO
Jucelino dos Santos Pereira, 59 anos,
avô da menina Alanna Ludmilla
Quanto tempo a sua filha namorou com Roberth Serejo?
Não lembro o tempo, pois, quando eles iniciaram o namoro eu estava morando no Rio Grande do Sul, mas, esse relacionamento chegou ao fim há cerca de dois meses, Mas eles tiveram um filho. Hoje, essa criança tem 4 anos e mora com a minha filha.
Por que o casal terminou o relacionamento?
Há informações de que Roberth Serejo estava tendo surto psicótico e olhava até mesmo demônios dentro de casa. Foi nesse período que ele chegou a implicar com a minha neta e isso levou ao fim do relacionamento. Jaciane deixou bem claro que não existe ex-filho, mas, sim ex-namorado.
Jaciane Borges sofreu algum tipo de agressão física quando namorava com o suspeito da morte da sua neta?
Minha filha nunca falou se tinha sido vítima de agressão física por parte do namorado, mas, declarou que nos últimos meses ele vinha implicando com Alanna Ludmilla.
CRONOLOGIA DO CASO
Dia 1º de novembro: Alanna Ludmilla desaparece de sua residência, no Maiobão
Dia 2 de novembro: Polícia e moradores intensificam a procura por Alanna Ludmilla
Dia 3 de novembro: Corpo da criança encontrada dentro de casa, no Maiobão, e o principal suspeito é Roberth Serejo, que é ex-namorado da mãe da vítima
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