Queda

Juro do cartão cai 65 pontos em setembro, para 332% ao ano

De acordo com levantamento realizado pelo Banco Central, taxa média é a menor no país desde janeiro de 2015 e fica próxima da praticada hoje no cheque especial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Novas regras do rotativo do cartão de crédito impactaram
Novas regras do rotativo do cartão de crédito impactaram (cartão)

Brasília

Os juros médios das operações com cartão de crédito somaram 332,4% ao ano em setembro, com queda de 65 pontos frente ao registrado em agosto, informou nesta sexta-feira (27) o Banco Central. O patamar de setembro é o menor desde janeiro de 2015 (326,7% ao ano). Essa queda mais forte ocorre seis meses após o início davigência das novas regras para o cartão de crédito.
Com a redução, os juros do cartão de crédito se aproximaram, no mês passado, da taxa média cobrada pelas instituições financeiras no cheque especial - que foi de 321% ao ano. Em agosto, a taxa do cheque especial estava em 317% ao ano.
Apesar disso, segundo especialistas, o rotativo do cartão e o cheque especial só devem ser utilizados em momentos de máxima emergência e por um prazo curtíssimo, já que os juros continuam em um patamar muito alto. A recomendação é que os clientes bancários substituam essas modalidades por linhas mais baratas, como, por exemplo, o crédito consignado, em que as prestações do empréstimo são descontadas da folha de pagamentos.
Na tentativa de reduzir os juros do cartão, em março o governo anunciou novas regras, com vigência a partir do mês seguinte, em abril. Uma delas prevê que o rotativo só pode ser usado até o vencimento da fatura seguinte.
Com o novo formato, o consumidor só pode fazer o pagamento mínimo de 15% do cartão por um mês. Na fatura seguinte, o banco não pode mais rodar a dívida: o cliente paga o valor total ou precisa parcelar a dívida em outra linha de crédito, com o juro mais barato.
De acordo com o Banco Central, os juros médios das operações de crédito com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) atingiram 59,2% ao ano em setembro no caso dos empréstimos para pessoas físicas, recuo de 3,1 pontos percentuais na comparação com agosto.
Também recuou, em setembro, a taxa média de todas as operações (pessoas físicas e jurídicas), para 43,3% ao ano, contra 45,6% ao ano em agosto. No caso dos empréstimos para as empresas, também com recursos livres, a taxa somou 23,2% ao ano em setembro, com queda de 1,1 ponto percentual na comparação com o mês anterior (24,3% ao ano).
A queda dos juros bancários acontece em momento de recuo da Selic, a taxa básica de juros da economia, fixada pelo Banco Central, que influencia a chamada "taxa de captação" dos bancos, ou seja, quanto eles pagam pelos recursos. Desde outubro do ano passado, a taxa Selic caiu 6,75 pontos percentuais, de 14,25% ao ano para 7,5% ao ano.

Taxa Selic
Os números do BC mostram que as instituições financeiras repassaram toda a queda da taxa Selic, e ainda baixaram os juros um pouco mais. Desde outubro, a taxa cobrada das empresas caiu 7,2 pontos percentuais, a das pessoas físicas recuou 15,1 pontos percentuais e a taxa total (empresas e pessoas físicas) recuou 10,9 pontos percentuais.
Como os juros bancários caíram mais do que a taxa de captação dos bancos, o chamado "spread bancário" (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) caiu nos últimos meses e também em setembro.
No caso das operações com pessoas físicas, o "spread" recuou 11,5 pontos desde o início da queda dos juros, em outubro do ano passado, e 2,7 pontos percentuais em setembro - para 50,7 pontos percentuais. Apesar da queda, esse índice ainda é elevado quando comparado à média praticada pelos bancos em outros países.

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