Balneabilidade

Especialista fala sobre risco de praias estarem poluídas em SL

Doutor com PhD em Saneamento Ambiental, Lucio Macedo afirmou que praias descritas como próprias podem oferecer riscos à saúde dos banhistas

Robert Willian / O Estado do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Placa indica praia própria em São Luís; especialista questiona resultados de análises
Placa indica praia própria em São Luís; especialista questiona resultados de análises

SÃO LUÍS - As placas instaladas pela orla informando que as praias de São Luís estão próprias para banho podem não estar traduzindo a realidade. Isso se explica pelo fato de que esgotos ainda estão sendo despejados no mar. A constatação, feita por comissão de deputados estaduais em visita no último dia 25, de que o ozonizador - aparelho responsável pelo tratamento do esgoto - não está funcionado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vinhais, acendeu o alerta de especialistas.

Em entrevista a O Estado, o professor Lucio Macedo, que é doutor com PhD em Saneamento Ambiental, afirmou que boa parte das praias que estão descritas como próprias para banho podem oferecer sérios riscos à saúde dos banhistas.

“Se pegarmos um balanço das praias que estavam próprias para banho há três meses, boa parte da lista das que constam como próprias hoje estava imprópria. Se olharmos esse balanço de seis meses atrás, praticamente todas estavam impróprias. Não é possível que num estalar de dedos elas ficaram próprias sem nenhuma alteração no sistema de tratamento de esgoto”, relatou.

O professor confirmou a tese de que a liberação de dejetos nos rios da capital é o principal fator para que essas praias estejam inadequadas para uso de banhistas. “Boa parte do lixo e esgoto que é jogada no rio vai desaguar diretamente no oceano, tornando cerca de 500 metros a partir do ponto de despejo como de risco para os que usufruem. Ainda existem vários conjuntos expressivos que não contam com nenhum tipo de sistema de tratamento, a exemplo do Caratatiua, Olho d’Água, Calhau, Maiobão, Cidade Operária, Bacanga, entre outros”, disse.

Laudos
No último laudo do governo do Maranhão com análise nas praias no período de 20 de agosto a 17 de setembro, datado do último dia 21, apenas dois trechos das praias da Ponta d’Areia e do Calhau são tidos como impróprios para o banho.

Segundo o professor Macedo, a única solução para o problema seria o governo reunir profissionais capacitados para realizar uma análise apropriada. “Se houver essa análise mais rigorosa em áreas de condomínios e hotéis próximos ao mar, bem como barracas e restaurantes, os resultados deverão ser mais precisos e comprovar que não há condições sadias de que essas praias recebam banhistas”, concluiu.

A Sema informou que monitora e fiscaliza constantemente a balneabilidade da orla de São Luís e São José de Ribamar, para prevenir o lançamento irregular de esgoto, bem como notificar irregularidades.

Sobre o Laudo de balneabilidade, esclareceu que as amostras do Laboratório de Análises Ambientais atestam a qualidade da água das praias.
A Caema informou que 100% do esgoto que chega a ETE Vinhais recebe tratamento adequado, realizado nos padrões da resolução 430 do Conama, que incide na formação das políticas de proteção ao meio ambiente em todo o país.

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