Poluição

Esgoto ainda escorre pela areia da praia

Sem saber do perigo, crianças e adultos entravam na água suja para se divertir

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Família sai da água suja na praia
Família sai da água suja na praia (Esgoto)

SÃO LUÍS - Um dia depois de milhares de litros cúbicos de esgoto terem sido jogados no Rio Pimenta e desembocarem na Praia do Caolho, no fim da extensão da Avenida Litorânea, em São Luís, os banhistas ainda pareciam não ter consciência do risco que correm com a poluição que ainda está suspensa nas águas, deixando uma mancha preta que corta a areia.

Johnny Marley e sua família foram se divertir sexta-feira na praia e aproveitaram o ponto facultativo para comemorar o aniversário do caçula da família. Chegaram e montaram “acampamento” perto de uma das aprazíveis poças que se formam na maré baixa. O que eles não sabiam era que a poça era justamente o desembocadouro principal do Rio Pimenta.

Ou seja, estavam tomando banho literalmente dentro do esgoto. Nem mesmo o mau cheiro que ainda persistia no local pareceu incomodar. “Eu não sabia disso aqui. Não tinha visto a sujeira. Ainda bem que vocês me avisaram”, contou Johnny, que mandou logo as crianças saírem de dentro da água.

Quem também desconhecia a situação toda era Jô Silva. Ela também estava na praia com a família. As crianças chegaram e, alegres, foram logo entrando na água. Assim que foi avisada do perigo que corriam, ela tratou de mandar os pequenos saírem correndo da água. “Avisaram que as praias estavam limpas. Por isso viemos. E agora, onde é que a gente pode tomar banho?”, indagou a mulher.

O problema começou na noite de quarta-feira, quando uma pane elétrica queimou o transformador da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) Pimenta I, que envia todo o esgoto da região para a Estação de Tratamento (ETE) do Jaracati. Sem o funcionamento correto da EEE, os dejetos começaram a ser depositados diretamente no leito do rio, cuja foz é nas águas da praia.

Limpeza

No começo deste mês, o Governo do Estado anunciou nos meios de comunicações e propagandas que 90% dos pontos de banhos de São Luís e São José de Ribamar estavam limpos.

“Estamos conseguindo manter a média de pontos balneáveis, apesar das variações. Isso se deve ao legado que encontramos de tragédia ambiental e de absoluto sucateamento dos equipamentos da Caema. Mas brevemente, fruto das ações em curso, não viveremos mais essa situação”, destacou o presidente da Caema, Davi Telles, em texto encaminhado a O Estado.

Ele se refere ao último laudo de balneabilidade das praias, aferido na terça-feira (6), que apontou 17 pontos próprios para banho nas praias da capital e São José de Ribamar. Foram analisados 21 pontos. Os níveis de contaminação estão caindo, gradativamente, desde janeiro deste ano, fruto das ações em desenvolvimento e mantido a média de mais de 60% de balneabilidade nas análises realizadas.

Os pontos analisados no laudo do dia 6 foram: ao lado do Forte Santo Antônio, atrás do Hotel Praia Mar, atrás do Bar do Dodô, em frente a praça de apoio ao banhista, em frente ao Edifício Herbene Regadas e Hotel Brisa Mar (Ponta d’Areia); em frente aos bares do Chef e Marlene’s, Barraca da Marcela, ao Agrupamento Batalhão do Mar, ao Ipem, Bar Kalamazoo e foz do Rio Calhau (Praia de São Marcos); à direita da elevatória II da Caema, em frente a Pousada Tambaú e Bar Malibu (Praia do Calhau); à direita da Elevatória Pimenta I, à direita da Elevatória Iemanjá II, em frente ao Bar do Capiau e em frente ao Bar da Praia (Praia do Olho d’Água); em frente ao bares Fatima’s Bar, Novo Point e Bar do Isaac na Praia do Araçagi.

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