Dia dos avós

Casa da avó e do avô: aconchego, carinho, amor e muito mais

Mimo vindo dos avós reforça laços afetivos e colabora com o fortalecimento emocional das crianças, segundo especialistas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
A vovó, agora com os filhos crescidos e com bastante tempo livre, teve ainda outros sete netos.
A vovó, agora com os filhos crescidos e com bastante tempo livre, teve ainda outros sete netos. (dia dos avós)

SÃO LUÍS - Quem nunca ouviu falar que menino criado de perto de vó e vô fica mimado? O pensamento comum pode até generalizar, mas tem um fundo de verdade. Especialistas, porém, não acreditam que esse mimo todo vindo dos avós seja algo negativo ou prejudicial na educação das crianças. O que ocorre é tão natural quanto a evolução das gerações, de acordo com a psicóloga Joelina Abreu. “São eles, os avós, que permitem tudo e não têm mais amarras, como o trabalho, por exemplo, que os impeçam de brincar livremente, estar o tempo que quiserem com as pessoas que mais amam no mundo, os netinhos”, explica tanta doação.

Carinho de sobra e mimo para todo lado é o que se vê na casa de dona Cecé Cutrim, de 78 anos. A aposentada teve seis filhos e, quando eles eram crianças, trabalhava duro dentro de casa para manter a ordem, alimentar e educar a todos eles, enquanto o marido trabalhava fora para suprir as necessidades financeiras da família. Por isso, os irmãos mais velhos brincavam e até ajudavam a cuidar dos irmãos mais novos, muitas vezes. A primogênita de dona Cecé, a médica Airma Cutrim (53), foi a primeira a sair de São Luís para fazer a especialização em cardiologia, no Rio de Janeiro (RJ). Depois, seguiu para São Paulo (SP), onde começou a trabalhar e onde também conheceu o marido, Maurício Levin, com quem teve uma filha. Nascia Fernanda, a primeira neta da avó apaixonada, hoje com 26 anos. “Quando Fernanda nasceu, eu me mudei para São Paulo, larguei praticamente tudo para ajudar minha filha, que se tornou mãe. Fazia e ainda faço tudo o que puder pela Fê”, emociona-se Cecé.

A vovó, agora com os filhos crescidos e com bastante tempo livre, teve ainda outros sete netos: Thiago (23), Thays (21), Arthur (9), Gustavo (4), Vitor (6), Gabriel (3) e Diego (2). Quando chega o fim de semana, os filhos e os netos disputam a presença da vovó Cecé. “Eu gosto de ir para a casa da vovó porque lá eu faço tudo o que eu quiser, ela me deixa tomar banho na banheira e comer tudo”, revela com inocência o netinho Vitor, filho do caçula da matriarca. “Minha mãe é uma figura, os meninos se divertem com ela e a gente adora ver a relação de carinho deles com ela e vice-versa”, conta Airson Cutrim, pai de três netinhos da vovó Cecé.

Laços

A psicóloga explica que os avós tendem a ser os amigos mais próximos dos netos em uma relação de convivência, ainda que esporádica, porque quem dita as regras, agora, são os pais. “É como se, ao nascerem os netos, os avós fossem elevados a uma categoria de pais mais permissivos, é como se fossem promovidos ao posto de ‘pessoas mais legais do mundo’ na vida de alguém”, destaca.

E é exatamente isso o que faz toda a diferença na educação dos pequeninos. “O contato com os avós constrói laços fortes e lembranças de momentos importantes que ajudam na construção da personalidade de cada indivíduo e no fortalecimento emocional das crianças”, revela a especialista.

Licença-poética

Em alguns casos, principalmente, quando os netos moram com os avós, as concessões até podem ser feitas, mas é preciso que os avós respeitem os limites impostos pelos pais e não tirem a autoridade deles diante dos netos. A rotina precisa seguir uma ordem, para que a criança aprenda a lidar com as responsabilidades que tem, mas nada que uma boa conversa não resolva. Já se a criança apenas for passar um dia ou mais com os avós, o melhor é explicar a eles como é a rotina dela, para que os horários das refeições, principalmente, não sejam tão alterados.

No mais, vó e vô têm licença-poética para mimar os netos. Feliz aquele que tem os avós por perto! Se for o seu caso, aproveite! Assim, mesmo quando a lei da vida seguir e eles não estiverem mais aqui, ainda poderão ser sentidos pelo resto da vida de quem teve a sorte de tê-los.

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