De sol a sol

Desafios e cuidados para quem precisa ficar sob o sol

Como driblar e se proteger do calorão do verão no dia a dia de labuta debaixo de sol? Dermatologista dá dicas de cuidados que devem ser tomados e trata dos efeitos da exposição ao sol para a saúde; raios solares são nocivos

Jock Dean / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Vendedor de sucos em avenida se protege com um guarda-sol, mas há necessidade de outros cuidados
Vendedor de sucos em avenida se protege com um guarda-sol, mas há necessidade de outros cuidados (vendedor)

SÃO LUÍS - São Luís é uma cidade localizada próximo à Linha do Equador. Por isso, a incidência de raios solares é intensa durante todo o ano. E como poucos trabalhadores podem desempenhar suas funções com sombra e água fresca, é preciso tomar alguns cuidados diários para evitar que a exposição prolongada ao sol traga problemas de saúde. Dermatologista alerta para a incidência de câncer de pele e a importância do protetor solar e da hidratação constante.

O trabalho sob o sol é uma rotina comum nas atividades de carteiros, leituristas, panfleteiros, vendedores ambulantes, dentre outros. O desconforto térmico em ambientes quentes é responsável pela perda de: produtividade, motivação, velocidade, precisão, continuidade e o consequente aumento da incidência de acidentes e doenças.

A dermatologista Eline Weba, do Hapvida Saúde, destaca que um dos maiores problemas de pele no Maranhão, assim como em outros estados onde as temperaturas são elevadas o ano inteiro, é a incidência de câncer de pele, provocado pela exposição frequente e excessiva à radiação solar. “Por isso, quem se expõe constantemente aos raios solares está muito mais suscetível a desenvolver problemas”, afirma.

De acordo com a dermatologista, por causa da radiação ultravioleta, os raios solares são os principais responsáveis pelo surgimento do câncer de pele e pelo envelhecimento cutâneo. Além disso, também podem provocar a exacerbação de reações a medicamentos ou produtos químicos. “É importante lembrar que, assim como a luz solar, fontes luminosas artificiais também são prejudiciais”, frisa a especialista.

Outro problema que também afeta bastante as pessoas que mais se expõem ao sol é a insolação, que é o aumento da temperatura corporal, que pode levar à desidratação e isso causa problemas em vários órgãos do corpo, podendo levar até à morte. “A exposição ao sol deve ser moderada, sempre antes das 10h e após as 16h, e não se deve ultrapassar o tempo de trinta minutos”, alerta, mas infelizmente esta não é a rotina diária de muitos profissionais.

Para evitar doenças e problemas diversos, existem alguns cuidados básicos, que a dermatologista Eline Weba recomenda para serem seguidos diariamente, principalmente para quem trabalha exposto ao sol e um destes cuidados deve ser a hidratação constante.

Hidratação
Se a pele não estiver hidratada, problemas como descamação, ressecamento e irritações com coceira podem favorecer infecções cutâneas. A hidratação ajuda a manter o viço e a integridade da camada de proteção da pele. Diariamente, é preciso usar hidratantes e saber que existem diferenças entre a pele do rosto e a do restante do corpo. As peles oleosas também precisam de hidratantes, mas chamados de “oil-free”, à base de água. “Além da hidratação cosmética, o ideal é que se consuma, no mínimo, dois litros de água por dia”, recomenda Eline Weba.


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Uma alimentação saudável e à base de produtos naturais também contribui com a saúde da pele também. É que, quanto mais a dieta for balanceada e levar em conta nutrientes importantes para o o organismo, haverá menos reflexos hormonais, que aparecem na pele, em formas de erupções, por exemplo.

Protetor solar
Independente de passar o dia todo em ambiente interno ou sob o sol forte, o uso de protetor solar é necessário todos os dias, pois a radiação solar é capaz de atravessar algumas barreiras, como a roupa, e, mesmo em curtos períodos de tempo, causar danos à pele. É preciso evitar exposição excessiva ao sol.

Os raios ultravioleta (UV) têm efeito cumulativo e são capazes de provocar várias alterações, como o escurecimento da pele e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou cancerosos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. “A exposição ao sol deve ser evitada, principalmente, entre as 10h e 16h, quando a radiação UVB é mais intensa. Use sempre protetor solar com fator de proteção solar (FPS) de 30 ou maior”, indica a dermatologista do Hapvida Saúde.

E sabe aquela vontade desenfreada de se jogar debaixo do chuveiro para poder relaxar após o dia exaustivo e calorento? Então. É preciso tomar também certo cuidado. O ideal é não se tomar banho com água quente, pois isso resseca a pele e causa ferimentos, irritações, coceiras. Esses problemas favorecem a infecção por fungos e bactérias, que agravam o quadro.

SAIBA MAIS

Os principais malefícios causados pelo sol

Queimaduras: a exposição excessiva aos raios solares causa queimaduras solares, com eritema, principalmente em crianças e pessoas de pele clara;
Envelhecimento precoce: aparecimento de rugas e manchas de forma precoce, também chamado de fotoenvelhecimento;
Alterações visuais: o excesso de luminosidade pode causar problemas na visão, tais como catarata e pterígeo! Por isso é importante o uso de óculos escuros com bons filtros de absorção de radiação UVA/UVB;
Melasma: manchas de cor marrom que ocorrem geralmente nas mãos, braços e rosto
Fotodermatoses: doenças induzidas diretamente pela radiação ultravioleta ou pela exacerbação de reações provocadas por medicamentos ou produtos químicos. Exemplos: erupção polimorfa à luz, dermatite solar crônica, urticária solar, fitofotodermatite;
Câncer de pele: esta é certamente a condição mais terrível e perigosa da exposição ao sol. Os tipos mais comuns são carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide e estão relacionados com a exposição contínua ao sol, sem proteção.


Cuidado com os pés

Quem trabalha diariamente sobre o asfalto quente deve atentar, além de todos os cuidados com a pele, hidratação e alimentação, também para a saúde dos pés. Os efeitos de tanta andança por necessidade de trabalho pode gerar consequências nada agradáveis, que vão desde inchaços, calos e alergias até fortes dores. O mais indicado é o uso de calçados flexíveis, ou seja, modelos que permitam que os pés fiquem à vontade, fazendo a distribuição da sua estrutura corporal, e meias de algodão, de preferência as sem costuras. O sapato errado pode causar desconforto, inchaços, dores, joanetes, calos e unhas encravadas.
Quantos aos cuidados, uma boa higienização diária e suave é fundamental. Depois de lavar os pés, uma hidratação deve ser feita com um produto à base de água, indicado para todas as pessoas, mesmo as que têm pés diabéticos. O bom é massagear os pés com movimentos leves e colocá-los para cima, em repouso.

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