Informe conjuntural

Projeção de crescimento da economia cai para 0,3% este ano

Na nova previsão da Confederação Nacional da Indústria, a queda prevista de 2,7% nos investimentos também está ligada ao ambiente de incertezas, provocado pela turbulência política e a dificuldade de se aprovar reformas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Estimativa de crescimento do PIB industrial baixou de 1,3% para 0,5%, de acordo com novo Informe Conjuntural divulgado pela CNI
Estimativa de crescimento do PIB industrial baixou de 1,3% para 0,5%, de acordo com novo Informe Conjuntural divulgado pela CNI (PIB)

Depois de dois anos consecutivos de forte recessão, a economia brasileira começa a dar sinais de recuperação, segundo análise do Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entretanto, a instituição reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzido no país), de 0,5% para 0,3%.
A estimativa de crescimento do PIB industrial baixou de 1,3% para 0,5%. Caso a previsão se confirme, será o primeiro resultado positivo da indústria desde 2013. Essa expansão será liderada pela indústria extrativa, com crescimento de 8%. A indústria de transformação crescerá 0,9% e a da construção terá uma queda de 2,3%. O setor de serviços industriais de utilidade pública, que inclui as distribuidoras de energia, crescerá 1,9%.
Para a instituição, a expansão da agropecuária e das exportações, a queda da inflação, a redução dos juros e o ajuste dos estoques da indústria devem ajudar a consolidar o crescimento no segundo semestre deste ano.
No entanto, a CNI adverte que incertezas políticas, o atraso na agenda das reformas e o risco de o país não consolidar o ajuste fiscal no longo prazo ameaçam a retomada do crescimento. "A confiança dos agentes - empresários e consumidores - foi afetada, interrompendo a tendência de recuperação, com possíveis impactos nas decisões futuras de consumo e investimentos. Há também sinalizações do Banco Central de que o ritmo de queda dos juros poderá ser amenizado em função do novo quadro", diz o Informe Conjuntural.
Já a perspectiva anterior de que os investimentos aumentariam 2% este ano não se confirmará. A nova previsão da CNI é de uma queda de 2,7% nos investimentos. "O menor investimento também está ligado ao ambiente de incertezas - provocado pela turbulência política e a dificuldade de se aprovar agendas importantes no Congresso Nacional", avalia o Informe Conjuntural. O estudo estima ainda que o consumo das famílias terá uma leve alta de 0,1% e a taxa média de desemprego continuará elevada e ficará em 13,5%.

Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado para dezembro (acumulado em 12 meses) é de 3,6%, abaixo do centro da meta de 4,5% fixada pelo governo. A queda da inflação é resultado da redução dos preços dos alimentos e da forte retração do consumo, diz a CNI.
A CNI considera que a redução das metas de inflação para 4,25% em 2019 e para 4% em 2020 é positiva. Além de se alinhar aos padrões internacionais, a revisão das metas contribui para o controle da inflação "de forma mais célere e menos custosa", pois ancora as expectativas em níveis mais baixos. Mas o alcance dos resultados depende do comprometimento das autoridades com a situação fiscal e da transparência e credibilidade do Banco Central, diz a CNI.
Com a cotação do dólar na casa dos R$ 3,30 e os preços das commodities (produtos primários) acima dos de 2016, as exportações brasileiras crescerão 11% e alcançarão US$ 205 bilhões neste ano. As importações crescerão 7% e fecharão o ano em US$ 147 bilhões. O saldo comercial ficará em US$ 58 bilhões.

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