José Jorge Leite Soares

Em busca da felicidade

Extasiar-se ante uma escultura ou um quadro dos grandes artistas são lapsos de felicidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

Existem pessoas que se sentem e por consequência são infelizes e outras, ao contrário, que vivem sempre de bem com a vida.
Conheço muitas que estão sempre descontentes, ora reclamando e relembrando as amarguras e experiências mal sucedidas de outrora, ora ansiosas e preocupadas com o desconhecido futuro. E não encontram tempo para viver os prazeres que a vida nos confere. Não estão no passado, pois este já se foi, não estão no futuro pois este ainda não chegou... e não estão no presente uma vez que não o vivem.
As cabeças pensantes da Grécia, passando pela Roma antiga aos tempos mais recentes, e tantos outros filósofos têm se manifestado sobre a felicidade. Uma das correntes identifica a felicidade como um prazer duradouro e, mais recentemente, até a Constituição americana reconhece o direito do homem à felicidade.
Mas o que é a felicidade?
Definir um momento de felicidade, é facil. É aquele que você não gostaria que acabasse nunca! Mas alcançar um estado de prazer continuado esse, sim, pode ser considerado a verdadeira conquista da felicidade. Mas quem o pode obter? Se conseguíssemos seguir os ensinamentos de González Pecotche em ter o dominio de nossos proprios pensamentos e nos mantermos conscientes o tempo todo, poderíamos sim obter incontados momentos de raro prazer ou de felicidade. Ouvir uma música que toca o coração, extasiar-se ante uma escultura ou um quadro dos grandes artistas certamente são lapsos de felicidade. Relembrar aqueles momentos marcantes, o nascimento dos filhos, o casamento (para alguns...), o reconhecimento e as comemorações das conquistas, a lembrança dos grandes amores, o convívio dos verdadeiros amigos e deletar aquelas experiências mal sucedidas, os rancores e as angustias, são, em verdade, formas de se manter feliz.
Certo, mesmo, estava Aristóteles ao dizer que a felicidade é o maior de todos os desejos. Mas temos que fazer a nossa parte. É o modo de vida que leva à felicidade.Não pensem que a felicidade se resume a ausência de problemas. Einstein dizia que a felicidade reside na capacidade de se saber lidar com eles.
Tenho um amigo que insiste em encontrar a felicidade na cumplicidade da companheira ideal. O problema é que o envolvimento vai se tornando cada vez mais sério, os filhos nascem e ao perceber que não era essa a companhia que almejava, parte para novas tentativas. Já são cinco casamentos e uma penca de filhos oriundos desses momentos de busca.
Recentemente, nos encontramos e ele estava num estado pleno de euforia. Disse-me ter casado novamente e julgava haver encontrado a felicidade que tanto buscava. Mas não deixou de cobrar-me que eu nunca havia presenciado nenhum de seus casamentos, apesar dos reiterados convites.
Tentei justificar-me pelas sucessivas ausências nas cerimônias dos suas núpcias já desfeitas pelo tempo e desejei-lhe “muitas felicidades”.
E como a busca pela felicidade é um propósito que cada um deve ter, finalizei o nosso encontro com estas palavras:
− Asseguro a você, meu amigo, que ao seu próximo casamento não faltarei!

Ex-Deputado Estadual, Membro da Academia Pinheirense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

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