Técnicos e auxiliares de enfermagem do Socorrão II, na Cidade Operária, fazem protesto

Eles afirmam que estão há três meses com os pagamentos atrasados, reclamam de baixa remuneração e que está faltando medicamentos e materiais básicos para atender os pacientes na unidade de saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Auxiliares de enfermagem e técnicos do Socorrão II fizeram protesto
Auxiliares de enfermagem e técnicos do Socorrão II fizeram protesto ( Auxiliares de enfermagem e técnicos do Socorrão II fizeram protesto)

SÃO LUÍS - Técnicos e auxiliares de enfermagem que trabalham no Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II), localizado na Cidade Operária, voltaram a protestar na manhã de sexta-feira,9, em frente ao hospital por causa das condições de trabalho. Eles afirmam que estão há três meses com os pagamentos atrasados, reclamam de baixa remuneração, que estão com férias vencidas e que faltam medicamentos e materiais básicos para atender os pacientes na unidade de saúde.

A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem e Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Maranhão (Sindsaúde-MA). Eles se reuniram no estacionamento da unidade com cartazes com mensagens de protesto contra a Prefeitura de São Luís.

Segundo os profissionais, eles estão com os salários atrasados há três meses, mas este não seria o único problema do vencimento dos técnicos e auxiliares de enfermagem. “A maioria desses profissionais são de contratos temporários, contratos precários, com vencimentos abaixo do salário mínimo”, afirmou a presidente do Sindsaúde-MA, Dulce Sarmento. Ela afirmou ainda que desde 2015 a entidade tenta negociar com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) para resolver os problemas, sem sucesso.

Adicionais

Além dos atrasos, os técnicos e auxiliares de enfermagem não recebem adicionais como o de insalubridade cujo pagamento aos profissionais da área da saúde é obrigatório. Eles alegam ainda que não recebem vale-transporte e que alguns estão há dois anos sem tirar férias já que a alta demanda de atendimentos e a necessidade de profissionais na unidade de saúde faz com o período de descanso seja constantemente adiado.

Outra denúncia feita pelo Sindsaúde-MA durante a manifestação é que faltam medicamentos e até materiais básicos para o adequado atendimento aos pacientes. “Tem paciente aqui que é a família que compra gaze, atadura, seringa e até mesmo medicação. Os corredores do hospital estão lotados de pessoas nas macas. A situação é precária e a Semus esconde”, afirmou Dulce Sarmento.

Esta não foi a primeira vez que os profissionais do Socorrão II protestaram em frente à unidade de saúde. Em março deste ano funcionários terceirizados do hospital paralisaram as atividades durante um dia em protesto contra o corte em benefícios por parte da Prefeitura de São Luís nos três meses anteriores - como vale transporte e adicional noturno. Assim como ontem, o protesto de março comprometeu o atendimento na unidade de saúde. “Já fizemos dois protestos e nada de melhoria”, disse Dulce Sarmento.

Em recente entrevista concedida a O Estado, a secretária Municipal de Saúde, Helena Duailibe, informou que o Socorrão II tem uma alta demanda de pacientes porque recebe feridos de acidentes de trânsito, a maioria envolvendo motocicletas, de todo o estado e que já fez investimentos para melhorar o atendimento como uma parceria com o Hospital Universitário Presidente Dutra para a realização de mutirões de cirurgias ortopédicas, totalizando 40 por mês, além de ter credenciado a Santa Casa também para a realização de cirurgias ortopédicas, equipando a unidade com 40 leitos de ortopedia.

Sobre o protesto ocorrido na manhã de sexta-feira, a Semus informou que o atendimento no Socorrão II está acontecendo normalmente e que o pagamento dos contratados temporários foi disponibilizado. Em relação ao abastecimento de medicamentos e materiais na rede de saúde, a secretaria esclareceu que realiza com frequência a compra do quantitativo necessário para suprir a demanda, obedecendo a relação de fármacos e insumos definida pelo Ministério da Saúde, em conformidade com o nível de atenção prestado por cada unidade. A Semus esclarece que eventuais desabastecimentos podem ocorrer devido a atrasos na entrega ou distribuição, no entanto, são situações pontuais imediatamente sanadas.

Mais

Socorrão II

O Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II) foi inaugurado em 1998 para reforçar a rede de urgência e emergência do município de São Luís. O hospital é direcionado às urgências clínicas e cirúrgicas de pacientes adultos, com especialidade no atendimento de traumatismos ortopédicos, neurocirúrgicos e bucomaxilares. Mensalmente, a equipe médica do hospital atende na emergência ortopédica mais de 600 pacientes, provenientes tanto da capital quanto de municípios do interior do estado. Em média, são realizadas cerca de 300 cirurgias ortopédicas por mês.

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