Pesquisa

48% dos brasileiros que moram sozinhos tomaram essa decisão por vontade própria

Para 51% dos entrevistados, contudo, morar sozinho não foi uma escolha pessoal, mas uma consequência de um acontecimento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Pesquisa  investigou os hábitos de vida e consumo dos brasileiros
Pesquisa investigou os hábitos de vida e consumo dos brasileiros (morar sozinho h)

SÃO PAULO - Uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) investigou os hábitos de vida e consumo dos brasileiros que moram só e, descobriu que, 48% dessas pessoas decidiram viver sozinhas por vontade própria. Para 51% dos entrevistados, contudo, morar sozinho não foi uma escolha pessoal e sim, uma consequência de algum acontecimento como, a morte do cônjuge (20%), separação (18%) ou saída dos filhos de casa (10%).

O levantamento demonstra que a experiência de viver sozinho é vista de maneira positiva pela maior parte dos entrevistados. Quatro em cada dez (41%) brasileiros que não dividem a residência com outras pessoas pretendem continuar morando só, descartando a possibilidade de no futuro dividirem o lar com outras pessoas.

Quando indagados sobre o principal significado de morar sozinho, as principais associações sãoindependência (25%), sensação de liberdade (23%) e paz (12%). Uma parcela pequena associa essa condição a sentimentos negativos como solidão (10%), tristeza (3%) e abandono (1%). Na visão dos entrevistados, os principais benefícios de não se ter ninguém morando sob o mesmo teto é ter privacidade (50%), não ser obrigado a dar satisfação da própria vida a outras pessoas (37%), ter liberdade para realizar atividades diárias sem interferência de ninguém (30%) e poder receber visitas quando quiser (23%). Apenas 10% disseram não enxergar nenhum ponto positivo no fato de morarem sozinhos.

Já com relação as desvantagens, as mais temidas são o receio de se sentirem mal e não ter ninguém para pedir socorro (50%), não ter companhia para conversar (48%), medo de sofrer algum tipo de violência, como ter a casa assaltada (36%) e não poder contar com ninguém para dividir as despesas domésticas (23%).

Para os especialistas do SPC Brasil, o aumento do número de pessoas que moram sozinhas está relacionado a atual fase de transição demográfica, com aumento da expectativa de vida e queda nas taxas de fecundidade. Segundo dados oficiais do IBGE, há mais de 10,4 milhões de pessoas que moram sozinhas no Brasil, o que representa quase 15% de todos os domicílios do país. “Há também outros processos sociais e culturais que contribuem para o crescimento desse número, como o aumento de divórcios e a redução da quantidade de casamentos. Sem mencionar as pessoas que, em determinada fase da vida, ainda jovens, tomam esta decisão em busca de independência, autonomia ou motivadas pelo desejo de estudar e trabalhar em outra cidade”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Para 72%, viver sozinho dá mais liberdade para gastar dinheiro

O levantamento revela que ser o único residente de uma casa traz impactos significativos na maneira com que o consumidor compra e lida com seu dinheiro. Praticamente a metade (50%) dos entrevistados admitiram que começaram a desenvolver gostos mais refinados na hora das compras, optando mais vezes por produtos especiais e de melhor qualidade. Além disso, 72% dos brasileiros entrevistados disseram que se sentem mais livres para gastar seus rendimentos desde que passaram a viver sozinhos. As atividades de lazer preferidas das pessoas que moram sozinhas são ficar em casa assistindo a filmes ou séries (43%), ouvir música (40%) e navegar na internet (30%). Ainda assim, 48% acreditam que têm uma vida social ativa e 28% costumam viajar a lazer.

Gastos com bebidas (20%), vestuário (20%) e saídas para bares, restaurantes ou casas noturnas (14%) são os tipos de gastos que quem mora sozinho mais realiza sem se importar em não comprometer as finanças, mesmo que de vez em quando. Outro dado é que parte considerável dos consumidores que moram sozinhos reconhece que não abre mão da comodidade dos serviços de delivery, sejam eles de entrega de comidas (29%), compras de supermercados (18%)ou de produtos de farmácias (37%).

Mesmo sem levar em consideração as compras básicas e de primeira necessidade, ossupermercados (59%) concentram a maior parte das compras dos brasileiros que moram sozinhos. Outros locais que eles também costumam frequentar são as padarias (52%) e as farmácias ou drogarias (43%). Apenas 27% admitem o hábito de fazer compras pela internet, sendo que neste caso os produtos mais comprados são artigos do vestuário (12%). No momento de definir o local de compra, os fatores que mais pesam para esse tipo de consumidor são o preço (59%), a qualidade dos produtos (41%) e as ofertas e promoções (41%). Na maioria das vezes, as compras são pagas à vista (83%), seja no dinheiro (71%) ou no cartão de débito (11%). Outros 16%, por sua vez, preferem o cartão de crédito.

56% preparam a própria refeição e 19% se alimentam fora de casa

O levantamento do SPC Brasil ainda demonstra que o mercado precisa atender melhor a este tipo de consumidor, oferecendo opções de compras que se ajustem às necessidades do cotidiano das pessoas que não compartilham a casa com terceiros. Dados do estudo apontam que 44% desses indivíduos têm dificuldade em evitar que alimentos estraguem na geladeira ou na despensa, ao passo que 42% sentem dificuldades em encontrar produtos que tenham a quantidade adequada para quem mora sozinho. Consequência direta desta realidade é que 90% evitam ao máximo o desperdício de alimentos, procurando fazer compras mais planejadas.

Cozinhar a própria refeição é um hábito presente para a maioria das pessoas que vivem só:56% delas admitem cozinhar o que comem no dia a dia, principalmente as mulheres (75%). Os que se alimentam na maior parte das vezes fora de casa, como em restaurantes, somam 19% de entrevistados, sendo um comportamento mais frequente entre homens (29%) e pessoas mais jovens (30%). Um em cada quatro entrevistados gostaria de contar com a ajuda de uma empregada doméstica (23%) ou faxineira (22%) para realizar atividades do lar, mas não o fazem por falta de dinheiro.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.