Senado

Senado deve vetar reforma da forma como foi aprovada na Câmara dos Deputados

Senador Renan Calheiros já disse não concordar com relatório aprovado por deputados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39

BRASÍLIA - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou ontem que a reforma trabalhista não passará no Senado da forma como foi aprovado quarta-feira, na Câmara dos Deputados.

"Não acredito que essa reforma saia da Câmara e chegue aqui, ao Senado Federal - reforma de ouvidos moucos -, sem consultar opiniões; reforma que só interessa à banca, ao sistema financeiro, rejeitada em peso e de cabo a rabo pela população; reforma tão malfeita, que chega a constranger e a coagir a base do próprio Governo. Por isso ela vai e volta, de recuo em recuo", disse Renan.

O peemedebista também afirmou que não é “da melhor tradição o presidente da República não falar aos trabalhadores no 1º de maio”.

O líder do PMDB classificou a reforma como "injusta", porque retira direitos dos trabalhadores. "Ela rebaixa os salários, é sua consequência mais imediata e perversa. Ela pretende deixar o trabalhador sem defesa, condenado a aceitar acordos que reduzem a remuneração, suprimem reajustes e revogam garantias no emprego. Todos sabemos que a acordos forçados em plena recessão, com 13 milhões de desempregados e com o desemprego aumentando mês a mês, é pedir que se aceite a crueldade como caridade", disse.

O senador questionou a possibilidade de a reforma facilitar a criação de mais empregos. "Esse discurso é usado para seduzir uma parcela da sociedade e garantir o avanço da retirada de direitos. Querem um Brasil para 70 ou 80 milhões de pessoas. Somos 200 milhões e não podemos simplesmente fazer de conta que não existem 120 ou 130 milhões de pessoas. Com essa reforma, elas podem voltar a ficar excluídas; são empurradas de volta para guetos onde padece a legião de 'ninguéns.'"

Renan reforçou ainda que no lugar de votarem a reforma trabalhista, os parlamentares deveriam apreciar projeto que põe fim aos salários acima do teto na administração pública. "Reforma justa seria uma reforma que retirasse privilégios. E os há, senhoras e senhores, demais neste País, são privilégios inconcebíveis. Os supersalários pagos com dinheiro público são o exemplo mais ostensivo e ofensivo à cidadania no Brasil."

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (27), por 296 votos a favor e 177 contrários, a reforma trabalhista do governo de Michel Temer, que promove mudanças na CLT como a prevalência do negociado sobre o legislado. O texto segue para votação no Senado.

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