Precariedade

Situação das escolas da rede municipal de São Luís é crítica

De acordo com o Sindeducação, cerca de 90% das escolas municipais estão em péssimo estado de conservação, comprometendo a aprendizagem de estudantes

Leandro Santos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Na UEB Nascimento de Moraes, na Cidade Operária, todas as janelas estão danificadas e não há reforma
Na UEB Nascimento de Moraes, na Cidade Operária, todas as janelas estão danificadas e não há reforma (Vinicius de Morais)

SÃO LUÍS - Cerca de 90% das escolas da rede municipal de ensino de São Luís estão em péssimo estado de conservação, de acordo com as análises do Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação). No início do mês, integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor Usuário e Contribuinte da Câmara Municipal de São Luís visitaram 36 escolas da rede municipal de ensino da cidade e comprovaram essas irregularidades, que comprometem as atividades dos docentes e, consequentemente, o aprendizado dos alunos.

A situação das escolas evidencia que os prédios não passaram pelas reformas que foram anunciadas pela Prefeitura em anos anteriores. A melhoria das estruturas das unidades fazia parte do conjunto de reclamações dos professores que paralisaram as atividades no ano passado, reivindicado essa e outras situações.

Contudo, pelo que se constata a partir dos mais recentes episódios com as escolas, como o desabamento do teto das escolas Darcy Ribeiro, no Sacavém, e Rosa Mochel, no Coroado (esta última no dia 30 de março), reformas não foram feitas, realizando-se apenas a pintura das fachadas.

Precário
No relatório elaborado pelos vereadores, consta que as visitas nas escolas foram feitas no início do mês, em unidades localizadas em 26 comunidades da capital maranhense. Em alguns colégios, havia condições adequadas para o aprendizado das crianças e o desenvolvimento das atividades do professores, mas outras não as apresentavam.

Entre as escolas visitadas está a Unidade de Educação Básica (UEB) Ana Lúcia Chaves, localizada no São Bernardo. Na unidade, que atende 900 alunos, incluindo os participantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), foi constatado que o forro estava desabando; não havia ventilação; a fiação estava comprometida e banheiro danificado; havia necessidade de retelhamento e pintura e janela e portas estavam quebradas.

Outra em situação delicada é a UEB Nascimento de Moraes, na Cidade Operária. A quadra da unidade necessita de reforma completa, com substituição do telhado. As condições da escola inviabilizam as atividades dos professores.

Sem funcionamento
Outras unidades ainda não estão funcionando, como a UEB Mindinho, localizada no Maracanã (zona rural da cidade), que está desativada por causa de uma reforma, e a UEB José Vaz, no João de Deus, desativada há mais de dois anos, em virtude de uma reforma que nunca começou.

Somam-se a elas outras seis escolas da área Itaqui-Bacanga, em São Luís, que não estão funcionando, de acordo com o Sindeducação. Uma delas é a UEB Rosália Freire, localizada na Vila Isabel, às margens da Avenida dos Portugueses.

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A situação dessa escola foi mostrada por O Estado na quarta-feira, dia 19. Desde o início do período letivo a escola não abriu as portas por causa de uma reforma que seria feita no prédio e que, até o momento, não começou.
Insatisfeitos com o estado da escola e principalmente com a situação dos filhos, por diversas vezes os pais dos estudantes procuraram a direção da escola em busca de providências para o problema, mas nunca tiveram respostas convincentes. Eles também já entraram em contato com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) para saber de algum posicionamento, mas também não o obtiveram.

Por meio de nota, a Semed informou que vem investindo em melhorias e requalificação estrutural das unidades de ensino e que mais de 100 escolas vão receber serviços de requalificação em sua estrutura - 48 delas já estão recebendo serviços de manutenção e requalificação estrutural, por meio de um cronograma que privilegia os casos de maior urgência e vulnerabilidade, bem como a demanda atendida em cada escola.

Números

266 é a quantidade de escolas da rede municipal de ensino de São Luís

SAIBA MAIS

Desde o início do ano, o Sindeducação visitou diversas escolas da rede municipal de ensino e em todas foram encontradas
irregularidades no que diz respeito a iluminação, rachaduras e equipamentos quebrados. Entre as situações que mais
chamam a atenção está a do anexo Chapeuzinho Vermelho, na Cidade Operária, em que um esgoto à céu aberto transborda na frente da unidade e as crianças têm de conviver com o odor, e a UEB Tancredo Neves, no mesmo bairro, em que foram encontrados cupins no telhado e nas paredes, colocando em risco a segurança de todos que frequentam o espaço.

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