Abandono

Fonte do Ribeirão é limpa em mutirão feito por moradores

Ação foi realizada pela população do entorno da construção, que data de 1796; espaço não recebe manutenção do poder público e está precário

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Moradores do entorno da fonte limparam o local, que está abandonado
Moradores do entorno da fonte limparam o local, que está abandonado (Fonte do Ribeirão limpeza)

SÃO LUÍS - Cansados de esperar por ações do poder público, moradores do entorno da Fonte do Ribeirão decidiram arregaçar as mangas e fazer uma limpeza no local. Na sexta-feira (7), pela manhã, eles recolhiam todo o lixo deixado no monumento histórico pelos transeuntes. A sexta-feira é o dia de maior sujeira porque na noite de quinta-feira grupos se reúnem para beber e dançar no local. A falta de cuidado com a Fonte do Ribeirão é um problema constante e já foi denunciada diversas vezes por O Estado.

A última delas foi na edição do dia 16 de fevereiro deste ano. Por ser a mais preservada das fontes históricas de São Luís, ela é a mais usada para a realização de manifestações culturais. Entretanto, se por um lado as celebrações ajudam a manter a fonte como parte do cotidiano da cidade, por outro contribuem para a sujeira da área. Toda sexta-feira a fonte amanhece com copos descartáveis, garrafas PET, pontas de cigarro e outros tipo de lixo deixados lá por quem festejou ao longo da noite.

O local também é usado por moradores de rua para tomar banho. A comunidade do entorno já flagrou até um homem dando banho em um porco dentro da fonte. Localizada no antigo Sítio do Ribeirão, bairro popular, famoso pelas vendeiras de peixe frito com farinha d’água, entre as Ruas do Ribeirão, dos Afogados e das Barrocas, a Fonte do Ribeirão foi construída para melhorar o saneamento da cidade e oferecer água de qualidade à população, mas a função de abastecimento d’água da fonte parece ter ficado mesmo no passado, visto que, das cinco carrancas que outrora despejavam água no local, apenas duas ainda vertem algum líquido, mas o filete de água que cai é tão mínino que e como se a própria fonte estivesse dando sinais do estado de abandono.


Intervenções
De todas as fontes da capital, nenhuma sofreu tantas intervenções e restaurações quanto a do Ribeirão. Foram 10 em 220 anos de existência. Esse número reflete também o fato de ela ser a que mais sofreu depredações.

Das mais graves, a mais recente foi em 1995, quando a estátua de Netuno foi atacada por vândalos na madrugada do dia 10 de abril. Na ocasião, ela foi derrubada sofrendo inúmeras avarias, ficando totalmente fragmentada. No topo do frontão, apenas a base e parte dos pés da estátua permaneceram.

Na edição do dia 16 de fevereiro, quando O Estado mostrou os problemas das três principais fontes históricas de São Luís – Pedras, Ribeirão e Bispo -, a Subprefeitura do Centro Histórico informou que realiza regularmente serviços de varrição, roçagem, coleta de resíduos e lavagem completa na Fonte do Ribeirão. E que estava viabilizando parceria público-privada para a revitalização do local.

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