Assassinato

Jurados condenam acusado de matar homossexual em São Luís

Davi Gomes Sena foi condenado a 7 anos e 9 meses de reclusão, pelo assassinato de Daniel da Conceição, conhecido como Sabrina Drummond

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Julgamento foi presidido pelo juiz Flávio Roberto Ribeiro Soares, que responde pela 3ª Vara Tribunal do Júri.
Julgamento foi presidido pelo juiz Flávio Roberto Ribeiro Soares, que responde pela 3ª Vara Tribunal do Júri. (JULGAMENTO TJ )

SÃO LUÍS - O 3º Tribunal do Júri de São Luís condenou inicialmente, nesta quarta-feira (29), Davi Gomes Sena a 7 anos e 9 meses de reclusão, pelo assassinato de Daniel da Conceição, conhecido como Sabrina Drummond, que era integrante da Associação dos Travestis e Transexuais do Maranhão. O Conselho de Sentença reconheceu a diminuição da pena em 1/3 em virtude de pertubação mental do réu, fixando-a em 5 anos e 2 meses. O acusado vai cumprir a pena em regime fechado. O crime ocorreu no dia 12 de dezembro de 2009, por volta das 21h, em um terreno baldio da Avenida Guajajaras, no bairro São Cristóvão. O réu, que já foi condenado por outro crime, cumpre pena na Penitenciária de Pedrinhas.

O julgamento de Davi Gomes Sena, 34 anos, foi presidido pelo juiz Flávio Roberto Ribeiro Soares, que responde pela 3ª Vara Tribunal do Júri. Atuaram na acusação o promotor de Justiça Carlos Henrique Rodrigues Vieira e o assistente Tiago Gomes Viana. A defesa do acusado ficou com o defensor público Bernardo Laurindo Santos Filho. Foram ouvidas durante a sessão do júri duas testemunhas arroladas pela defesa e duas pela acusação.

Conforme a denúncia do Ministério Público, a vítima encontrava-se com um conhecido de nome "Rávilla", próximo a uma loja de motos, onde permaneceu até que o conhecido saísse com um "cliente" dos serviços sexuais que prestava. Rávilla notou a presença de um homem no local, que agia como se estivesse esperando alguém. Ao afastar-se, percebeu que a vítima se dirigia para onde o homem estava, observando que Sabrina Drummond fazia gestos com a mão para ele, como se não quisesse sair, enquanto ele fazia gestos em contrário, como se quisesse levar a vítima para outro local.

Quando retornou, Rávilla observou o mesmo homem atravessando a avenida, correndo, nu da cintura para cima e, por isso, deixando suas tatuagens à mostra, com a camisa enrolada nas mãos e usando boné. Logo foi informado de que haviam assassinado um de seus amigos na rua próxima, onde estivera com a vítima, dirigindo-se ao local do crime e constatando que Sabrina estava morta. Quando a autoridade policial lhes apresentou algumas fotos, Rávilla, considerando o rosto e as tatuagens que verificara, reconheceu que uma delas era do indivíduo que estivera com a vítima momentos antes do assassinato.

Davi Gomes Sena apesar de devidamente intimado, se recusou a comparecer à audiência de instrução e julgamento do processo e, por isso, não foi interrogado em juízo.

Durante o interrogatório na sessão do júri desta quarta-feira (29), o réu negou ser o autor do assassinato, disse não se lembrar onde estava naquela noite, mas confessou ter praticado outros crimes, inclusive o de esfaquear um homossexual na altura do pescoço, fato ocorrido próximo a um motel nas imediações da Avenida Guajajaras.

As testemunhas ouvidas durante o julgamento afirmaram que a vítima não era profissional do sexo e que frequentava a Avenida Guajajaras e áreas adjacentes para distribuir preservativos aos travestis e transexuais que atuavam naquela área. Quando foi assassinada Sabrina Drummond tinha 40 anos.

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