Mais de 30 dias após o anúncio oficial (ocorrido no dia 6 do mês passado), as obras de recuperação do antigo prédio do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas (Sioge), situado ao lado do Mercado Central, ainda não começaram. Os serviços, cuja execução aconteceria de forma imediata deverão custar R$ 8.743.000,00 e serão feitos pela empresa Novo Horizonte, que transformarão o prédio em um Museu de Arqueologia.

O tapume - usado para isolar o local da obra - ainda não foi colocado. Enquanto os serviços não começam, o prédio ainda serve para o tráfico e consumo de drogas, além de servir como abrigo para moradores de rua. O Estado esteve no local e constatou os fatos. Nenhum policiamento foi visto no local.

De acordo com um comerciante, que trabalha em frente ao antigo prédio, há cerca de dez dias um usuário de drogas teria sido morto no local por pessoas ainda não-identificadas. Apesar da denúncia, não havia nenhum registro deste crime no relatório de homicídios, atualizado diariamente pela Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP), em seu site.

Na parte interna do prédio, os problemas estruturais se estendem à cobertura – completamente danificada – e ao revestimento. No dia do anúncio da reforma, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, admitiu a necessidade de urgência e importância da obra. Segundo ela, a recuperação do prédio é fundamental para a valorização da memória local. “É com grande alegria que estamos consolidando, na prática, um projeto que, além de valorizar um valioso prédio da cidade, também valorizará a comunidade acadêmica e a história dos povos”, disse.

História
O Sioge abrigou um dos maiores parques gráficos da Região Nordeste e chegou a ter 200 funcionários com destacada atuação no cenário editorial do Brasil. No prédio, era editado, por exemplo, o Diário Oficial Especial.

Utilidade
O Museu de Arqueologia que será abrigado no antigo Sioge exibirá 50 mil peças descobertas após escavações feitas na área onde seria instalada a Refinaria Premium, da Petrobrás, na cidade de Bacabeira. Entre as peças, estão objetos que comprovam o contato dos povos nativos com populações oriundas da América Central.

O comando do 9º Batalhão da Polícia Militar (PM), responsável pela segurança na área do prédio, informou que o policiamento é feito diariamente por viaturas. O Estado tentou contato com a superintendência o Iphan. No entanto, ninguém foi encontrado para falar sobre o tema.

Outros problemas
Ao lado do Sioge, a Travessa do Mercado Central – que dá acesso ao ponto comercial – apresenta problemas de pavimentação. A ausência de uma política de conservação pelo poder público e o excesso de veículos pesados contribuem para o problema.

Sobre a via, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou que realizou no fim do ano passado, em parceria com o Governo do Estado, obras de pavimentação no entorno do Mercado Central, e que encaminhará equipe ao local para verificar as condições da via a fim de inclui-la no cronograma de serviços da secretaria. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) comunica que realizou a revitalização da sinalização vertical e horizontal na região, e que encaminhará equipe para averiguar as condições da sinalização no local.

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