Operação Turing

PF revela detalhes da operação que terminou com prisões de policial e blogueiros

Delegado informou que propinas variavam de R$ 1.500 a mais de R$ 10 mil; policial preso era funcionário do governo

OESTADOMA.COM

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Delegados Max Eduardo Ribeiro e Fabrício Martins durante coletiva de imprensa
Delegados Max Eduardo Ribeiro e Fabrício Martins durante coletiva de imprensa (COLETIVA PF )

SÃO LUÍS – A Polícia Federal deu detalhes da Operação Turing, que foi desencadeada nesta terça-feira (21), e terminou com as prisões do policial federal Danilo dos Santos Silva e dos blogueiros Luis Assis Cardoso da Silva Almeida, Hilton Ferreira Neto e Luis Pablo Conceição Almeida. A entrevista coletiva foi realizada no fim desta manhã na sede da PF, na Cohama. Segundo os policiais, o esquema, que consistia em vazamento de informações da polícia e extorsão de empresários, políticos e servidores públicos, estava acontecendo desde 2014. O valor de cada propina variava de R$ 1.500 a mais de R$ 10 mil.

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Mais cinco mandados de condução coercitiva foram expedidos para os blogueiros Antônio Martins Filho, Ezequiel Martins da Conceição, Yuri dos Santos Almeida, Marcelo Augusto Vieira e Antônio Marcelo Rodrigues da Silva. Mandados de busca e apreensão também foram feitos, com o recolhimento de documentos, cheques e relatórios.

O delegado-regional de Combate ao Crime Organizado da PF, Fabrício Martins, informou que todo o material será periciado nos próximos dias. “Os detidos serão ouvidos e encaminhados para uma das celas do Comando do Corpo de Bombeiros Militar. Eles vão responder pelos crimes de organização criminosa, embaraço a investigação sigilosa, extorsão qualificada, corrupção ativa e corrupção passiva”, explicou.

O chefe do Núcleo de Inteligência da PF, delegado Max Eduardo Ribeiro, informou que o trabalho da investigação começou ainda no ano de 2015, após análise de postagens em alguns blogs que obtinham informações sobre o trabalho da PF de forma privilegiada, mas esse esquema ilegal vinha sendo realizado desde o ano de 2014, ou seja, no período eleitoral.

“No decorrer do trabalho investigativo feito por interceptação telefônica e até mesmo em encontros, acabamos comprovando a ligação entre o policial federal Danilo Silva com o determinado grupo de blogueiros, coordenado por Luís Cardoso”, explicou o delegado.

Ainda de acordo com as informações do delegado Max Eduardo Ribeiro, o policial federal revelava, de forma antecipada, sobre as investigações, que eram consideradas como sigilo de Justiça, aos blogueiros. Estes, de posse dessa informação, começavam a ameaçar funcionários públicos, empresários e políticos.

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